quarta-feira, 6 de julho de 2022

Plantão Caixa Preta

 


(por Solange Galante)

Reportagem de ontem (05/07/22) no Jornal da Band noticiou que o GRU Airport é campeão nas reclamações dos passageiros. 

(veja em https://www.youtube.com/watch?v=8OuW61kGsTI )

Mas, o que os passageiros não imaginam são as coisas que acontecem nos bastidores do maior aeroporto da América do Sul.

Você já viu aqui neste Blog:

No ano passado, a GRU Airport tentou leiloar o DC-8 que não lhe pertencia. A denúncia chegou até os ouvidos do leiloeiro e a aeronave foi retirada do pregão, após as reportagens abaixo:

https://caixapretadasolange.blogspot.com/2021/04/plantao-caixa-preta.html

https://caixapretadasolange.blogspot.com/2021/04/plantao-caixa-preta_16.html

https://caixapretadasolange.blogspot.com/2021/04/plantao-caixa-preta_20.html

https://caixapretadasolange.blogspot.com/2021/04/plantao-caixa-preta_21.html

Ainda no ano passado, a GRU Airport chamou os bombeiros para treinarem no DC-8. Mas eles, com absoluta certeza, não sabiam a quem pertencia a aeronave, senão, não teriam feito isso:

https://caixapretadasolange.blogspot.com/2021/10/materia-especial_20.html

 

Mesmo sendo constantemente informada de que o proprietário não poderia retirar o avião porque ele estava e continuava “indisponível” devido ao processo da Beta Cargo tramitando em Brasília, a concessionária moveu ação de cobrança contra o proprietário no incrível valor "de R$ 963.505,74 (novecentos e sessenta e três mil, quinhentos e cinco reais e setenta e quatro centavos), atualizado até dezembro de 2021" pela permanência do DC-8 desde 2013, quando houve a arrematação, e justamente pelo proprietário não a ter removido até agora – o que ele não poderia fazer, não poderia removê-la, desmontá-la, utilizá-la. Enquanto isso, a concessionária tomou a iniciativa de tentar tirar a aeronave de qualquer jeito, e a foto abaixo, feita hoje (dia seis de julho) por pessoa que prefere não se identificar, flagrou a desmontagem da aeronave. Cuja indisponibilidade, aliás, conforme documento do Ministério Público Federal de agosto do ano passado (trechos mais abaixo) confirmava a indisponibilidade desse e de outros aviões cuja lentidão da justiça de Brasília acabou fomentando essa novela. Indisponibilidade anterior ao leilão e anterior mesmo à concessão do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.



A atual é a terceira tentativa de fazer desaparecer o DC-8, e uma testemunha afirmou a esta reportagem que peças da aeronave voltaram a ser subtraídas, sabe-se lá para qual finalidade. Portanto, é um verdadeiro saque.
Isso já aconteceu, em 2015, em relação ao Airbus A300 da Vasp, arrematado em leilão por outro proprietário, que não conseguiu se defender.

(vide link: https://caixapretadasolange.blogspot.com/2015/12/plantao-caixa-preta_21.html

É provável que a concessionária esteja tentando se desvencilhar da "Reconvenção" do réu publicada no mês passado...



...em resposta à ação de cobrança que não levou em conta a indisponibilidade do DC-8 PP-BEL.



reconvenção é um pedido realizado pelo réu de um processo ao apresentar contestação sobre as alegações do autor na petição inicial. É a forma de possibilitar que o réu faça alegações e pedidos próprios dentro do processo, invertendo a estrutura do processo. (fonte: https://www.projuris.com.br/)

Também é importante observar que a última movimentação do processo que gerou a indisponibilidade foi em outubro de 2019 e não houve posterior solicitação de nenhuma das partes envolvidas para a remoção da aeronave, como estava acontecendo hoje, seis de julho.

O OUTRO LADO


Este espaço em branco representa as várias vezes em que solicitei pessoalmente, por email e telefone, desde o início do ano passado, que a concessionária do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos se manifestasse a respeito do caso do avião PP-BEL. Mas eles preferiram não exercer seu direito de prestar declarações à uma reportagem.

Aguardemos os próximos capítulos.



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