sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

SAIU!!!

O VENCEDOR DO QUIZ DA DECOLAGEM CENTO E CINCO DO CANAL

SOLANGE AIRWAYS 



Para a Decolagem CENTO E CINCO, cujo resultado prorrogamos para esta sexta-feira porque ninguém ainda tinha acertado as perguntas, o quiz foi este:







E a RESPOSTA foi:





... finalmente acertaram as sete matrículas!

E qual foi o e-mail com a resposta correta?






Parabéns ao PATRICK KRUG!

E, além do presente que ele vai ganhar, temos as pontuações, inclusive as novas, para o Hall da Fama!

Acertou no terceiro e-mail enviado e participou do Chat. Portanto, mais 7 pontos!

Laurence............... = 28 pontos + 5 pontos (só chat) = 33 pontos
Patrick Krug ......... 23 pontos + 7 pontos = 30 pontos
Afonso Delagassa.............. 5 pontos 
Carlos Monteiro...................5 pontos (por ter indicado um de nossos próximos entrevistados, que já aceitou)

E, mais abaixo, as fotos do quiz sem a matrícula coberta!

Não assistiu à Live de ontem? Não sabe qual era o QUIZ, o brinde/presente/prêmio? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 


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Toda quarta-feira às 18h30 nova Live no Canal Solange Airways!

(Foto: Afonso Delagassa)


(Foto: Afonso Delagassa)


(Foto: Paulo Berger)


(Foto: Solange Galante)


(Foto: Afonso Delagassa)


(Foto: Afonso Delagassa)


(Foto: divulgação TAM)

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

QUER SABER A RESPOSTA  DO QUIZ DA DECOLAGEM CENTO E CINCO 

 DO CANAL

SOLANGE AIRWAYS?  




Mas NINGUÉM ACERTOU AINDA!!! 


São SETE respostas, e, até agora, ninguém acertou todas!

Assim, o PRAZO para que me enviem a resposta CORRETA para o aquiladomar@uol.com.br foi PRORROGADO para AMANHÃ, sexta-feira 26 de janeiro até às 18h30 (Brasília)!

Caso ainda assim ninguém acerte, quem chegar mais próximo da resposta correta em primeiro lugar será premiado. Ou seja, se acertou seis, cinco...

E está MANTIDO o limite de três e-mails por pessoa, pois ninguém ainda enviou três.

OU SEJA, TODOS CONTINUAM TENDO CHANCE!

O link da decolagem 105, para lembrá-los, é: 

Não assistiu à Live de ontem? Não sabe qual era o QUIZ, o brinde/presente/prêmio? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 


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sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Plantão Caixa Preta

EXCLUSIVO 

PR-LGC "DECOLANDO" PARA MAIRIPORÃ

Esta é a foto da aeronave em seus áureos tempos, feita pelo spotter Afonso Delagassa. 

(Crédito: Sky Aviation Parts)


Neste 19 de janeiro o Boeing 727-200 da VarigLog, estacionado há muitos anos no Aeroporto de São José dos Campos, deixou o aeroporto rumo à cidade de Mairiporã – e é claro que ele seguiu pela estrada mesmo. Mas, o que ele irá fazer lá?

Há três meses conversei com o Prefeito da cidade de destino da aeronave, que já adiantava detalhes sobre os planos, então ainda iniciais, de sua administração, para o Boeing. Agora, com a remoção da aeronave realmente concluída, estamos divulgando com exclusividade o começo da nova vida do Lima Golf Charlie.

Prefeito Walid Ali Hamid (PSDB)
(filho de imigrantes e mais conhecido como Aladim) 




O desmonte e transporte foi realizado pela









quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

SAIBA QUEM FOI O VENCEDOR E A RESPOSTA DO QUIZ DA PRIMEIRA DECOLAGEM DE 2024, A 104!!!

CANAL SOLANGE AIRWAYS ! 



Para a Decolagem CENTO E QUATRO o quiz foi este:




E a RESPOSTA é:






E quem acertou ?





Parabéns ao PATRICK!


Acertou no segundo e-mail enviado e participou do Chat. Portanto, mais 8 pontos!

Laurence............... = 23 pontos + 5 de participação no chat = 28 pontos
Patrick Krug ......... 15 pontos + 3 pontos + 5 de participação no chat = 23 pontos
Afonso Delagassa.............. 5 pontos 
Carlos Monteiro...................5 pontos (por ter indicado um de nossos próximos entrevistados, que já aceitou)


Não assistiu à Live de ontem? Não sabe qual era o QUIZ, o brinde/presente/prêmio? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 


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terça-feira, 16 de janeiro de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 AMANHÃ! A VOLTA DAS LIVES, DAS ENTREVISTAS, DOS QUIZES E DOS PRESENTES!


Link direto: https://www.youtube.com/watch?v=iRBx7Ow9PZI




SÓ O PROGRAMA VOO 123

TEM TUDO ISSO!


sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

MATÉRIA ESPECIAL


EXCLUSIVO



 

O uso do sistema EFB nos Boeing 727

da Total Linhas Aéreas


Você já deve ter ouvido falar dessas três letrinhas juntas: EFB. Iniciais de Electronic Flight Bag. Trata-se de informação aeronáutica em formato digital. 


De acordo com a Circular Consultiva da FAA (AC No. 120-76A), é um sistema de exibição eletrônico destinado principalmente ao uso na cabine de pilotagem/voo (flight deck/cockpit). 

Os dispositivos EFB podem exibir uma variedade de dados de aviação ou realizar cálculos básicos (por exemplo, dados de desempenho, cálculos de combustível etc.).




No passado, algumas destas funções eram tradicionalmente realizadas utilizando referências em papel ou baseadas em dados fornecidos à tripulação de voo pelo setor de “despacho de voo” de uma companhia aérea. O escopo da funcionalidade do sistema EFB também pode incluir vários outros bancos de dados e aplicativos hospedados. Os displays físicos do EFB podem usar diversas tecnologias, formatos e formas de comunicação. Esses dispositivos às vezes são chamados de computadores auxiliares de desempenho (APC) ou computadores portáteis de desempenho auxiliar (LAPC).

Recomenda-se a conexão do EFB a um barramento de energia não essencial ou ao barramento de energia menos crítico, portanto, qualquer falha ou mau funcionamento do EFB, ou da fonte de alimentação, não afetará a operação segura dos sistemas críticos ou essenciais da aeronave.

Tratando-se de informação aeronáutica em formato digital, não é comum pensar no EFB em conjunto com aquele monte de “reloginhos” de um avião comercial clássico de (várias) décadas passadas. Mas o sistema pode sim trabalhar harmoniosamente em um “Cadillac” dos ares.

Há menos de um ano, a Total Linhas Aéreas concluiu a implantação do EFB em seu trio de aeronaves Boeing 727-200 cargueiros, o que deu uma sobrevida extra a essas aeronaves da era analógica da aviação.

Dois profissionais da empresa deram entrevistas exclusivas a este Blog para falar de como foi esse processo e quais as vantagens de utilização dessa tecnologia própria das gerações mais novas de aeronaves para cargas e passageiros em todo o mundo. O primeiro foi Laurence Amaral de Melo, Engenheiro de Planejamento da Total Linhas Aéreas.

Acompanhe o que ele disse!




CAIXA PRETA: Sabendo que os Boeing 727-200F da Total possuem mais de 40 anos de uso (cada um deles) em várias cias. aéreas mas, por outro lado, são aviões ainda ideais para algumas rotas e mercados onde atua, como a Rede Postal Noturna, como a Total se planeja para instalar neles novos equipamentos? Por exemplo, no passado a ANAC exigiu TCAS em muitos modelos de aeronaves da frota brasileira. Inclusive, em 2021, publiquei aqui uma outra matéria sobre a atualização dos sistemas de navegação dos mesmos aviões (vide: https://caixapretadasolange.blogspot.com/2021/10/materia-especial.htmlA Total sempre aguarda comunicados de alerta da ANAC ou de outras fontes com recomendações ou toma iniciativas próprias?


Laurence Melo: Todos nós da empresa possuímos um carinho imenso pela frota B727-200F, uma vez que a mesma faz parte da história de sucesso da TOTAL LINHAS AÉREAS. Tratamos esta frota como verdadeiros patrimônios. Temos em mente de que a sua manutenção e operação a cada dia que passa torna-se um belo de um desafio. A escassez em localizar peças, oficinas, laboratórios, etc é notória. Desta forma, sempre que existe a possibilidade para instalar novos equipamentos nestas longevas aeronaves tratamos realmente como um projeto, onde passamos por inúmeras reuniões, brainstorms perante a nossa equipe técnica, de operações, além da nossa Diretoria Geral. Neste eventos podemos debater a linha de eventos a ser executada, o passo a passo de cada etapa, inclusive com o aporte financeiro de cada uma. Quando a exigência parte da ANAC procuramos tratar de forma um pouco mais célere, porém, com tratativas com o seu pessoal, no intuito de receber instruções e obter o melhor caminho a ser percorrido sempre objetivando o quesito segurança operacional. Estamos sempre de olho nas tendências de mercado e melhorias da tecnologia embarcada na nossa frota.


CAIXA PRETA: Desde que você está na Total, quais as atualizações para os Boeing 727 que você acompanhou? A última foi sobre o EFB?


Laurence Melo: Durante os 20 anos de empresa, os quais pude completar no ano passado, já acompanhei algumas atualizações na frota B727-200F, tais como: substituição dos GPS, autorização para transporte de artigos perigosos, inclusão de certas modalidades na operação via PBN (Performance Based Navigation), autorização para voo RVSM (Reduced Vertical Separation Minimum), substituição do sistema de radar, dentre outros. A atualização mais recente aplicável a esta frota foi a autorização para uso do EFB (Electronic Flight Bag).

 

CAIXA PRETA: Qual é função de um engenheiro de planejamento em um caso específico como o desse programa dos EFB nos Boeing da Total?

 

Laurence Melo: O Engenheiro de Planejamento no programa EFB atua na garantia da presença de acessórios nas bases de operação. Ele indica a quantidade para aquisição perante o time de Compras. Por tratar-se de material OC (On Condition) devemos manter o mínimo de miscelâneas disponíveis em nossas bases, como por exemplo: baterias, adaptadores, cabos. Ele ajuda a localizar empresas com preço e prazo para entrega justos diante do mercado atual. Além disto, é tratado como interface com o time de Operação para ajustes no sistema em questão e agendamentos de treinamentos para reforço da nova implementação.



CAIXA PRETA: Como foi o processo em relação ao Electronic Flight Bag e quanto tempo durou? Poderia explicar o funcionamento do sistema e as vantagens em especial para a operação dos jatos da geração do Boeing 727?

Laurence Melo: O processo de solicitação do EFB para a nossa frota B727 iniciou-se no ato do protocolo do FOP 119 no dia 26/10/2021 perante a ANAC. Várias etapas foram vencidas até o sucesso da aprovação vinda no dia 02/05/2023.

Uma bateria de reuniões, discussões técnicas, simulações, acompanhamentos remotos e in loco através do nosso time X ANAC fizeram parte deste processo. Exaustivos trabalhos em equipe nos propiciou obter esta aprovação, observada por nós como um grande salto no tema Paperless, mundialmente divulgado. Enriquecendo o assunto existem três classes de hardware e três tipos de software. No quesito hardware, o de classe I é portátil, não prevê meios de fixação na aeronave e não pode ser acessado nos pousos e decolagens. Já o de classe II possui um dispositivo de fixação e pode ser usado em todas as fases do voo. E o de classe III é um produto aeronáutico completamente integrado. O equipamento troca dados com a aeronave, interligado com outros sistemas.

O funcionamento do EFB possibilita acesso a diversos manuais, documentos da empresa, sites de apoio ao voo no âmbito meteorológico, comunicação com a central DOV através de e-mail para recebimento da documentação do voo e outros aplicativos necessários para consulta ao voo. Durante o voo possibilita um backup para a navegação da aeronave com visualização em tempo real para poder fazer cross check com o GPS ou FMS. Facilidade no acesso às cartas necessárias a navegação e as frequências disponíveis para comunicação no setor de Operações. Outro ponto de destaque é a ergonomia.

A vantagem na operação do 727 é ser um importante backup para navegação e a garantia da facilidade na atualização dos manuais. O sistema permite que a tripulação execute tarefas de gerenciamento de voo com mais eficiência e sem a necessidade do uso de publicações impressas. Após a autorização do EFB reduzimos em 70% a presença dos documentos impressos na cabine de voo.

 

CAIXA PRETA: Há mais equipamentos já em planejamento para serem instalados nesses jatos?
 

Laurence Melo: Atualmente estamos estudando a viabilidade de adequarmos um dos nossos B727-200F para operação RNP-1 (Performance de Navegação Requerida), ou seja, capacitarmos a mesma para voar em uma determinada rota, permitindo-se um desvio lateral máximo de uma milha náutica para cada lado do eixo da rota, durante 95% da rota. Lembrando que duas das três aeronaves desta frota já estão devidamente capacitadas para tal modalidade de navegação.

 
CAIXA PRETA: Quais as vantagens para a empresa? Redução de custos? Redução da fadiga dos pilotos? Outras?
 

Laurence Melo: Entendemos que a aplicação dos EFB’s na frota B727-200F nos traz grandes vantagens. A utilização de recursos eletrônicos no lugar dos manuais e documentos impressos é ecologicamente correto e implica em cortes de gastos com a carga morta, a famosa operação Paperless, aqui já citada. A redução do papel, otimiza o desempenho da aeronave, podendo a mesma ofertar mais capacidade de voo e performance. O sistema fornece aos pilotos todas as informações necessárias durante o voo, conferindo mais segurança e navegabilidade.

Entre as principais vantagens estão a segurança e a agilidade na consulta e cálculos de voo, sobretudo em períodos críticos da missão, reduzindo a carga de trabalho da tripulação técnica. A acessibilidade fácil devido a escolha na tela diretamente a informação necessária sem a necessidade de folhear as vastas documentações impressas, acaba minimizando o impacto da fadiga da tripulação técnica.

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Enfim, também procurei conversar com quem efetivamente usa o EFB nos voos, quem põe a mão na massa, no caso, o Cmte. Juan Carlos Machado Torrico, da Total.

Ele informou que já havia trabalhado na mesma empresa de 2002 a 2007 e retornou à Total em janeiro de 2019, onde ainda permanece.

 

CAIXA PRETA: Você já havia trabalhado com EFB? Caso negativo, como foi a adaptação?


Cmte. Juan:
Nunca tinha trabalhado com EFB e estou gostando bastante. Ele comporta não só as cartas como manuais e nós dá uma atualização em tempo real da nossa rota com o moving map. Em solo podemos consultar sites de meteorologia, avisos de aeroportos pertinentes a operação e manuais da empresa e do próprio avião. Tudo isso é atualizado de maneira rápida e remota, trazendo facilidade, segurança e praticidade no dia a dia.

 

CAIXA PRETA: Além do EFB, quais os outros equipamentos foram acrescentados ao 727 para pilotagem/navegação desde que você entrou para a companhia? Há também alguma interface direta com o setor de manutenção, por exemplo?

 

Cmte. Juan: Com relação aos equipamentos de navegação que temos a bordo, há duas aeronaves com dois GPS Garmin instalados recentemente.  Eles trazem precisão e a possibilidade de realizarmos procedimentos RNAV.  Tudo isso traz precisão, mais segurança e conforto nas nossas operações. Mas alguns manuais em papel ainda estão presentes na aeronave pois se fazem necessários fisicamente.

 

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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

SPEECH

 

 SOBRE

COMUNICAÇÃO CLARA,

EDUCAÇÃO MIDIÁTICA

E ESCALA DE VALORES


(foto: reprodução da internet)

(por Solange Galante)

Terminada a primeira semana de 2024, o que lhe chamou a atenção? Vários e estranhos acidentes e incidentes aéreos no Brasil e no exterior. Um helicóptero desaparecido, outro que mergulhou no lago em Minas Gerais, até um acidente com um helicóptero de pulverização agrícola no Maranhão. Já no segmento de aeronaves de asa fixa, além do gravíssimo acidente em Tóquio, a morte de um ator alemão com suas filhas em um avião pequeno e até um acidente fatal com um planador de Bauru, no qual faleceu um advogado especializado em direito aeronáutico.

Vou começar pelo incidente com um Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines. Assisti e até gravei várias notícias a respeito, de várias emissoras de TV. Falaram de tudo: porta que saiu voando, buraco que se abriu na fuselagem – "buraco" é uma explicação muito vaga – ou janela estourada. E das emissoras em que assisti a essa notícia a melhor explicação, mais clara, mais completa, sem sensacionalismo foi justamente da tão aclamada nas redes sociais "Globolixo", com o Jornal Nacional de 6 de janeiro. Parabéns ao jornalista Jorge Pontual que, diretamente de sua base em Nova York, explicou direitinho: "O modelo 737 MAX 9 tem uma porta de emergência adicional que não é utilizada pela Alaska Airlines. Um painel é colocado para tampar a porta. Foi essa peça da fuselagem que se desprendeu e deixou o avião com um buraco aberto."

Nada mais simples, direto e correto.

(foto: reprodução da internet)


Uma empresa de comunicação, seja de TV aberta, TV por assinatura, mídia escrita, internet etc não tem obrigação alguma de dar aula a seus jornalista quando vão cobrir assuntos muito específicos, como aviação, que é um segmento muito técnico do conhecimento humano. Mas cabe especialmente ao próprio jornalista se aperfeiçoar, pesquisar, fugir do erro e, principalmente, ter e saber escolher as melhores fontes para entrevistar e pesquisar. Com absoluta certeza Jorge Pontual usou as fontes de maior credibilidade que conseguiu.

Pude fazer essa análise porque tenho educação midiática, o que falta em especial a quem acha que só deve se informar por redes sociais, não por jornalismo tradicional, que é o que checa, confere e avalia antes de publicar – e, mesmo assim, comete erros (imagine então as redes sociais, que não costumam checar nem conferir nada) – e procurei a mesma notícia – o incidente com o 737 MAX 9 – em pelo menos três emissoras de TV diferentes. A educação midiática ajuda o telespectador, leitor, ouvinte, internauta a formar uma opinião particular e exclusiva, sem seguir (ou "engolir") UM único ponto de vista.

Mas, eu soube também, a própria TV Globo errou em outro caso (provavelmente com outro ou outra jornalista) no Jornal da Globo, nesta semana (conforme comentaram comigo, não assisti) ao chamar o Dash-8 da Guarda Costeira do Japão, um turboélice, de "jatinho", mesmo vício de quem chama todo avião grande de Boeing – acreditem, ao menos alguns sites portugueses que acessei chamaram o A350 da JAL de Boeing! – portanto, avião pequeno será (quase sempre) "jatinho".

Falando nesse caso ocorrido no Japão, poucas horas após o sinistro também a rádio CBN acertou ao entrevistar o engenheiro e piloto Jorge Leal, que deu uma entrevista mesmo sem saber ainda de muitos detalhes sobre o acidente, porém, mais uma vez, ainda assim, ele se mostrou corretíssimo em seus comentários.

Ainda sobre o acidente japonês: claramente houve falhas na comunicação entre Torre e aeronaves. assim como ocorreu no sempre lembrado desastre de Tenerife com dois Jumbos (Pan Am e KLM), só para citar um caso, entre vários anteriores e posteriores de incursão em pista, ou seja, dois corpos, no caso, aeronaves, ocupando o mesmo espaço ao mesmo tempo, o que nunca dá bom resultado. Como dizia o saudoso comunicador Chacrinha, "quem não se comunica se trumbica". Podemos ir mais além: "Quem não se comunica de maneira CLARA, vai SEMPRE se trumbicar".

E aproveito o gancho para chegar aos comentários sobre escalas de valores. A evacuação do A350 da JAL deu certo principalmente pela disciplina dos passageiros, sendo que a maioria deles era composta por japoneses. Esse simpático povo tem um senso de coletividade enorme, como já vimos até na Copa do Mundo no Brasil, onde recolheram seu próprio lixo após cada partida, replicando o que fazem em seu próprio país – e é muito mais importante quando se está na casa dos outros, não é mesmo?

Mas a escala de valores é principalmente uma questão pessoal. Se determinado passageiro der mais valor à sua bagagem do que à própria vida, mesmo que não perceba isso, não adianta o comissário ficar gritando lá na frente ou mesmo perto do tal passageiro para abandonar a mala. Os comissários precisam sempre agir exatamente como aqueles agiram mas sempre haverá o risco de não serem atendidos por alguma ou algumas pessoas justamente por causa disso. A escala de valores individual de uma pessoa é colocada à prova o tempo todo, e estamos acostumados a saber de pessoas que foram assaltadas e perderam a vida por tentar preservar seus bens diante de um assaltante armado.  Para algumas pessoas durante uma viagem, certamente será uma decisão muito difícil abandonar o presente tão desejado que está na sua mala, os bens que conseguiu com tanto sacrifício etc. Porém, basta lembrar de reportagens de grandes catástrofes, onde famílias perdem a casa inteira e todos os bens lá dentro em incêndios, enchentes, desmoronamentos. Os jornalistas acabam sempre fazendo questão de pegar o depoimento de quem dirá espontaneamente "O importante é que eu e minha família sobrevivemos, estamos bem, e o resto a gente começa de novo a reconstruir." Pode reparar: sempre haverá quem diga isso. Óbvio que com um aperto no coração diante das perdas materiais, mas resultado de uma sólida escala de valores construída por conta de muita educação e conhecimentos da vida.

Por isso, até mesmo a disciplina de seguir as importantes ordens de uma tripulação treinada no caso de um acidente aéreo tem que partir da educação, não raras vezes, desde a primeira infância. Evitar o racismo, a xenofobia, a homofobia também fazem parte de uma sólida escala de valores onde a VIDA será o mais importante na hora em que nada poderá substituí-la.

Tudo interligado, podem observar: COMUNICAÇÃO CLARA na aviação, na mídia, na educação. EDUCAÇÃO MIDIÁTICA para saber onde há credibilidade e responsabilidade e chegar a suas próprias conclusões, após analisar vários pontos de vista, e ter uma ESCALA DE VALORES que, diante de situações extremas clareie sua mente e até mesmo salve sua vida. Mesmo que tiver que abandonar sua mala seguindo ordens de desconhecidos.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

ENTREVISTA

 

EXCLUSIVO


"A vocação da Total é

voltar a ser uma linha aérea regional" 

 

PAULO ALMADA


O consultor à frente da renovação
da Total Linhas Aéreas
(por Solange Galante)

Foto: coleção pessoal

No final de dezembro do ano passado, postagens entusiasmadas do senador Alan Rick (União Brasil/AC) surpreenderam o mercado de aviação com o anúncio, durante um evento em Brasília, de que a Total Linhas Aéreas estava retornando aos voos regionais regulares com novas aeronaves, nova logomarca e rotas para transporte de passageiros a partir principalmente de Brasília para diversos estados. Na mesma cerimônia e postagens, o empresário Paulo Almada foi citado como CEO da companhia com sede em Belo Horizonte. Tudo foi tão repentino que, é claro, especulações surgiram mas nada ainda havia sido detalhado.

Procurei, então, Paulo Almada, que gentilmente deu uma entrevista exclusiva a este Blog para esclarecer alguns pontos da renovação da Total. Paulo Marcos Almada de Abreu Junior é, atualmente, assessor parlamentar comissionado do Senador Carlos Viana (Podemos/MG), mas já participou de empreendimentos anteriores na aviação comercial. Acompanhe.

  

Caixa Preta: Quando o senhor assumiu como CEO, ou mesmo presidente, da Total, como foi divulgado?

Paulo Almada: (risos) Não, ainda não assumi... Tenho um cargo público e o compromisso de ficar nele por mais um mês. No momento eu sou consultor para a Total. No momento, quem está dirigindo a empresa é o Sr. Paulo Henrique Viana, CFO, juntamente com o Sr. Ademir Knop, que continua na empresa.

 

Segundo Paulo Almada, por trás dessa renovação da Total há um grupo norte-americano de logística interessado em operar uma empresa regional de passageiros no Brasil. “Vivemos uma situação de um grande país onde a aviação regional é muito mal trabalhada.”

  

Caixa Preta: Quais os planos para a empresa?

Paulo Almada: “O plano inicial da Total é estabelecer de novo suas operações regionais e chegamos a anunciar a chegada de alguns ERJ-145 e estamos estudando se efetivamente será o 145 ou o EMBRAER 175 porque há uma certa dificuldade em manutenção etc. Mas ficou assegurado que a empresa vai crescer com os ATR até o limite de dez aeronaves até o final deste ano. A empresa já possui dois, um está em manutenção, o outro está hoje em Cabo Frio (RJ), e já está chegando por aí mais um ATR-42 e depois vão chegar os ATR-72, estamos em negociação para adquiri-los. 

Estamos também em negociação para adquirir quatro ou cinco jatos. Tínhamos planejado colocar o 145XR mas agora, no decorrer do processo, começamos a ver a dificuldade quanto à parte de peças. Já o ATR é o avião da casa, tem um estoque de peças bem grande, tem oficina própria, e o natural do processo é seguir com o ATR. E o avião a jato que chegará será o avião que trará aquela solidez nas rotas que a gente precisa fazer, virá após mais estudos, vamos nos aprofundar com mais calma.

Estamos conversando com outras empresas aéreas também sobre parcerias porque a vocação da Total é voltar a ser uma linha aérea regional.”

 

Caixa Preta: O 145 tem custo por assento elevado... Tanto que a Rio Sul e a Passaredo chegaram ao ponto não conseguir mais manter esse avião na frota.

Paulo Almada: Exatamente, mas não sei se você acompanha, o XR é a última versão e é um avião de tiro longo, e no tiro longo esse avião é rentável. Se você colocar em Alagoas, Maceió, para Brasília, ele é rentável duas vezes ao dia, vai pela manhã, 50 passageiros, à noite, mesma coisa. Então o passageiro tem a capilaridade de ir e voltar no mesmo dia, fazer as visitas comerciais dele, retornar e dormir em casa. É um avião muito bem voltado para esse nicho da aviação nas pequenas capitais, estamos tentando colocar um avião com a dimensão do mercado em que ele precisa operar. Já o ATR, obviamente, para o tiro longo ele é impreciso. Não dá para fazer um Rio Grande do Norte-Brasília. Já estamos realizando uma pré-seleção para pilotos de ATR e de Boeing (737).

 

Caixa Preta: Qual é a empresa investidora?

Paulo Almada: É uma empresa americana de logística e que se reserva neste momento a não ter o nome revelado até que esteja tudo certo com a ANAC.

 

Caixa Preta: Lado a lado com os voos regulares com passageiros, vocês pretendem entrar em novas licitações dos Correios?

Paulo Almada: Certamente. Já está chegando mais um 737-400. Agora em fevereiro deverá chegar.

 

Caixa Preta: E quanto aos Boeing 727? Comenta-se que seriam proibidos de voar nos Estados Unidos, em breve, e uma consequente desativação do único simulador utilizado para treinamento de tripulações em todo o mundo, localizado na Flórida. Já há planos para desativar os da Total?

Paulo Almada: “Essa história de que os 727 serão desativados já faz uns 10 anos que é falada. Quanto à questão do simulador, tem um simulador desativado hoje no Brasil que pode ser reativado, era da Varig. Em todo caso, não se desativa um simulador se ainda tem negócio para ele – da Total, por exemplo. Mas sim, com o tempo faremos o phase out, que já começou, na verdade. Está chegando mais um 737-400F, agora em fevereiro, um equipamento mais atual, depois iremos atrás de outro até concluirmos a phase out. Mesmo chegando o 737 continuaremos com nossos 727 e creio que levará ainda uns dois ou três anos para concluirmos a mudança. Já estamos conversando com alguns segmentos e colocando nossos aviões à disposição do mercado.

 

Há 10 anos Paulo Almada participou do projeto da POP Linhas Aéreas do Brasil, em parceria com os holandeses da Rekkof, que tinham intenção de montar uma fábrica no Brasil, em Anápolis (GO), para a construção da nova geração do conhecido jato Fokker 100. Almada explicou que a POP começaria a voar regularmente utilizando o 737-300 da companhia de fretamentos Whitejets e depois prosseguiria operando com os novos Fokker 100. O projeto da fábrica não chegou a um acordo, naquele período, com o Governo do Brasil, então se tomou a decisão de se parar o desenvolvimento da companhia, e o casamento POP/Whitejets, após quase um ano de conversações, não se concretizou.”

 

Após ter trabalhando na extinta Lloyd Aereo Boliviano (LAB) Paulo Almada manteve seus contatos naquele país, onde foi criada posteriormente a Líneas Aéreas Ecojet. “A minha relação com a Ecojet é a mesma que eu tenho hoje com a Total, presto consultoria aeronáutica, o pessoal da Ecojet são amigos pessoais meus e a empresa vai voar para o Brasil ainda este ano.”

Enquanto isso, a subsidiária brasileira Ecojet Linhas Aéreas Ltda já está constando na internet como ativa e utilizando o antigo CNPJ da POP, tendo como sócio-administrador Paulo Almada. Mas essa empresa, Paulo garante, não tem qualquer relação com a renovada Total.

 

Caixa Preta: E para os funcionários da Total que dizem que até agora estão boiando na história, qual o seu recado para tranquilizá-los?

Paulo Almada: Uma empresa que está crescendo não procura demitir não. Só para te lembrar um detalhe: mão de obra técnica de empresa aérea não é coisa que se acha no anúncio de jornal. No geral, eu diria que mais de 90% da empresa vai permanecer no quadro, a não ser que não queiram ficar, estamos trabalhando com essa intenção. Lembrando que nesse momento eu não estou na direção da empresa. Continuam o Ademir e o Paulo Henrique. Eu estou na prestação da consultoria para a qual fui contratado.”

 

Caixa Preta: Mas já está certo que o cargo de presidente, ou de CEO, será seu?

Paulo Almada: Não... Realmente, eu nem faço questão. Eu estive conversando com os americanos na parte da manhã (desta quinta-feira) e deixei muito claro para eles que estou vivendo um momento muito confortável da minha vida não estou tão ansioso para poder tocar algum empreendimento, mas gozo da confiança deles, e isso é bem bacana.”

  

Caixa Preta: Aquele logo que foi apresentado será adotado na empresa inteira, ou seja, até no segmento de cargo?

 


Paulo Almada: Será adotado na empresa toda.  


Caixa Preta: O 737 (PS-TLA) já tinha começado a ser pintado em outro esquema, que será descartado, portanto, não vai vigorar mais?

Paulo Almada: Não. A empresa vai passar por uma reestilização. Os novos ATRs virão com a nova pintura, o ATR que já está aqui para reiniciar os voos vai demorar um pouco mais, será pintado quando vier a manutenção. Aguardamos só a confirmação do lessor para receber os turboélices, primeiro um 600 e em seguida um 500.

 

Ele confirmou que o ATR da empresa já está em Cabo Frio sendo preparando para começar a operar com fretamentos no Carnaval. “Após o Carnaval ele entra em linha regular, junto com os outros que estão chegando.”

 

Foto: divulgação

Enfim, esses são os planos para a nova Total Linhas Aéreas. Não é segredo que a Total sempre pretendeu retornar ao mercado regional, mesmo após ter vendido essa sua operação para a hoje extinta TRIP, e estava aguardando bons ventos da economia para isso. Pode ser que agora decole nesse rumo. Cautelosamente, devemos sempre apoiar tais iniciativas, pois de projetos naufragados o Brasil não aguenta mais. O detalhe e o diferencial é que este projeto começa com uma empresa que já existe consolidada há décadas. Ficaremos na torcida.