segunda-feira, 25 de março de 2019

Plantão Caixa Preta



MAS A LUFTHANSA CARGO, MAIS UMA VEZ, DÁ UM PASSO IMPORTANTE NO MERCADO BRASILEIRO




(Por Solange Galante)

A Lufthansa Cargo está prestes a substituir seus equipamentos no Brasil. Os seis voos semanais operados entre a Alemanha e as cidades de Curitiba (PR), Campinas (SP), Guarulhos (SP) e Natal (RN) serão em breve realizados apenas com os novíssimos Boeing 777F que a empresa está recebendo direto da fabricante Boeing. Ela já possui seis desses bijatos da Boeing e receberá outros quatro com potentes motores GE90-110 que serão direcionados ao mercado da América Latina, inclusive no México. Com isso, o Brasil irá se despedir do clássicos trijatos McDonnell Douglas MD-11F. A empresa alemã de cargas opera atualmente 12 dessas aeronaves, inclusives os últimos produzidos pela Boeing entre 2000 e 2001. Com o Triple Seven, haverá cerca de 10 a 15% de capacidade adicional por aeronave.  Segundo Cleverton Vighy, Diretor Regional Brasil, “É um avião com maior capacidade de carga, é muito mais eficiente e verde porque opera apenas dois motores, pois é preciso levar em consideração também a emissão de poluentes. Então, a somatória desses fatores traz realmente o Boeing 777 para o nosso mercado, o que nos deixa muito felizes com a chegada desse equipamento. Usualmente, a operação na América Latina é um dos últimos mercados a ter rotas alteradas, foi assim nas substituições do passado, mas, desta vez, não. Estamos no meio do processo de substituição, o que demonstra a importância, o crescimento e o aquecimento da economia na região.” Ele explica que, a partir da troca por um equipamento com maior autonomia e alcance, a escala em Dacar (Senegal) deixará de ser uma necessidade de escala técnica e passará a ser uma escala comercial, porque aquele país na costa atlântica da África ainda é um mercado interessante para a Lufthansa. “Então os voos vão descer todos diretos mas alguns vão retornar passando ainda pelo Senegal.”
Na verdade, o Boeing 777F já opera no Brasil. A rota de Natal foi a primeira em que a cargueira alemã substituiu o MD-11F pelo 777F, no caso, utilizando uma das aeronaves da Aerologic, joint-venture da Lufthansa Cargo com a DHL. “Para nós foi interessante porque, de Natal, como já estamos no extremo Nordeste do Brasil já temos autonomia para voar de volta para a Alemanha com a capacidade total da aeronave, então foi ali que fizemos nossos primeiros testes, e é um mercado que cresceu bastante para nós nesses três anos e meio de operação – dos quais, pouco mais de um ano e meio, com o Boeing da Aerologic –, o volume vem crescendo ano a ano, o carro-chefe lá é a fruticultura e esse mercado muito importante continua crescendo muito dentro das exportações brasileiras.”
Mas o avião com as cores cinza e amarelo no logo da Aerologic também vai se despedir do Brasil. Todos os voos da malha brasileira serão substituídos pelas aeronaves da própria Lufthansa, a Aerologic vai passar a operar apenas entre Europa e Estados Unidos.

MAIOR CAPACIDADE

“O 777F também possibilita o transporte de cargas de grande volume. Então é um mercado que se abre, no transporte até de grandes motores aeronáuticos, sem a limitação de 2m40 de altura do main deck do MD-11F, quer não conseguia transportar todos os motores do mercado, então, com o 777F já conseguimos trabalhar com essa carga. Bem como acontece com maquinários que existem no mercado brasileiro” explica Cleverton Vighy. Ele destaca também o transporte de cavalos. “Sairemos de 15 no MD-11F para 54 no 777F. O fator limitante não é o tamanho do avião mas a quantidade de assentos para os atendentes e, obviamente, todas as garrafas de oxigênio dentro do main deck, porque se o atendente está lá dentro em atendimento ao cavalo e tem uma emergência ele terá o oxigênio disponível lá dentro também. Para a Argentina, a mudança do MD-11F para o 777F, será muito importante. Aquele país continua sendo um mercado com grande volume de cavalos. No MD-11F são dois atendentes para os cavalos, e no 777F esse número aumenta para seis.”

CLÁSSICO LIMITADO

Quem  mora em Curitiba sabe que nem sempre o trijato da Lufthansa Cargo consegue pousar lá, por exemplo, no voo 8268 (FRA-DSS-VCP-CWB-VCP-NAT). Além do famoso problema de nevoeiro no inverno, ao longo de todo ano a chuva sempre foi a inimiga do gigantesco avião. “Lá em Curitiba qualquer chuva impede a operação do MD-11F, que é uma aeronave que pousa em alta velocidade. O MD-11F tem dificuldade de operação em Curitiba devido à pista curta” explica Cleverton – a pista maior de Curitiba (15-33) tem, hoje, 2.200 m. A expectativa do último voo do MD-11F no Brasil seria na primeira semana de abril mas a entrega das aeronaves pela Boeing está um pouco atrasada e depois da entrega vem todo um processo de licença junto à agência de aviação civil alemã, adquirir todos os certificados para a operação, de modo que haverá um atraso. Mas deverá ocorrer ainda em abril o encerramento das operações do MD-11F no Brasil, embora a empresa alemã não tenha a data específica ainda. “Eventualmente, ele poderá vir para o Brasil para algum fretamento, alguma operação especial, se eu tiver algum 777F em plano de manutenção programada pode acontecer a substituição por MD-11F, daí continuaremos vendo o charme do MD-11F pousando ainda aqui no Brasil, com certeza, ao longo do ano.” Mas, é claro que os quatro Boeing 777F, novinhos, dificilmente entrarão em manutenção programada e longa tão cedo, portanto, corra se quiser ainda ouvir o som dos três motores  CF6-80 acima de nosso solo!
O fato é que a Lufthansa Cargo não precisaria trocar de equipamento se não estivesse muito satisfeita com suas operações no Brasil e necessitasse de mais capacidade!

(Fonte: Lufthansa-cargo.com)




sexta-feira, 22 de março de 2019

Plantão Caixa Preta

INCRÍVEL!!!
AVIÕES DA EMBRAER SÃO TÃO BONITOS
QUE ATÉ CLIENTES DA BOMBARDIER COPIAM A PINTURA!!! (ou tentam copiar...)

(Por Solange Galante)

 (BOMBARDIER CHALLENGER 300 = Foto: Francisco C. Souza)

(EMBRAER LEGACY 500 = Foto: Patrick Krug)





quinta-feira, 21 de março de 2019

PÉROLAS VOADORAS!!!

Falando no Boeing 737 MAX 8...

O Boeing 787 (Dreamliner) não quer levar a culpa!!!

(por Solange Galante)

Desde o acidente com o Boeing 737 MAX 8  da Ethiopian Airlines no último dia 10 de março, uma grande confusão se estabeleceu e vários sites, jornais e até telejornais no mundo inteiro passaram a não só mostrar imagens dos Boeing 787 da Ethiopian mas citar esse modelo como o mesmo dos dois acidentes que causaram esse rebuliço todo... De repente, o 787 foi protagonista em todas as mídias, conforme a página do Facebook ATC Memes divulgou na rede social. Veja alguns exemplos abaixo (todos capturados pelo ATC Memes):






Até tu, Waack?

O interessante é que esse fenômeno foi tão intenso que até o famoso jornalista – e piloto – William Waack "embarcou" nesse mico!!!
No dia 20 de março eu estava assistindo – e gravando o áudio do mesmo – ao painel sobre aviação no Fórum Panrotas, realizado em São Paulo, onde os presidentes da Azul Linhas Aéreas, Latam Airlines e Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) responderam às questões do jornalista supracitado, na qualidade de mediador do debate.
Foi exatamente quase no fim do Painel.

"Demos uma passada pelos temas principais (...) restou um assunto geral, que deu um baque psicológico/emocional muito grande no público das companhias aéreas, que é a situação do Boeing 787 MAX..."

Esperei que alguém – qualquer pessoa, da plateia, do palco, dos bastidores do grande evento – o corrigisse, mas não! Ou ninguém percebeu (duvido, entre quase mil pessoas presentes) além de mim ou realmente não quis corrigir o respeitável colega.
Enfim, William Waack estreia na Caixa Preta!!! Não deixa de ser uma honra para meu Blog!!!

Até tu, Boeing 747?

A confusão não vitimou apenas o Dreamliner mas até o famoso Jumbo! Em relação ao 787, o inconsciente coletivo pode ter relembrado o perrengue do mesmo, em 2013, devido às baterias que pegavam fogo – incidentes que não causaram vítimas, felizmente – mas que também mantiveram os Dreamliers no chão por vários meses. Nada, porém, justifica....

Boeing 747...








... aqui, o Boeing 767 da portuguesa EuroAtlantic (CS-TFS) operando voos para a Sunwing do Canadá, também foi confundido com os 737 MAX da mesma companhia...





E até tu, Airbus A320?




Se, um dia, até os primeiros Airbus eram chamados de "Boeing" (como se "Boeing" fosse uma categoria de aeronaves, independentemente de  fabricante), esperamos quer o 787 não se torne sinônimo de "avião novo com problemas exigindo recall" ou coisa parecida...)

segunda-feira, 11 de março de 2019

Plantão Caixa Preta

***ENTREVISTA EXCLUSIVA***

PILOTO DA LION AIR
COMENTA O QUE TERIA ACONTECIDO
NOS DOIS ACIDENTES
ENVOLVENDO O BOEING 737 MAX 

(atualizada em 15 de março de 2019)



(por Solange Galante)

Após o acidente de ontem (10 de março) com um Boeing 737 MAX (ET-AVJ) da Ethiopian Airlines (voo ET302 entre Addis Abeba, Etiópia, e Nairobi, Quênia) que resultou em 157 mortes, conversei com um comandante que voa na Lion Air, empresa que sofreu o primeiro acidente com o novíssimo modelo 737 MAX (PK-LQP, voo JT610) em 29 de outubro do ano passado, que resultou em 189 mortes na Indonésia.

Ele é brasileiro, e voou em várias empresas aéreas no Brasil antes de se transferir para a Ásia e dá um pista sobre o que pode estar na raiz dos problemas ocorridos com a operação do novo modelo de avião: falta de treinamento específico. Ele apenas pede que não seja identificado.

Caixa Preta: O que estaria acontecendo com o Boeing 737 MAX?

Cmte: “A ‘suposta pane’creditada ao avião existe, mas a resposta está no check list : infelizmente, os pilotos parecem que não entenderam a pane.”

Caixa Preta: Como assim?

Cmte: “Se a pane foi a mesma do caso do nosso avião, ‘Airspeed Unreliable’ ela já está no QRH* desde o 737-200, mas, infelizmente ninguém treina. A gente vai para o simulador e são sempre as mesmas panes treinadas, fogo no motor, falha do motor e pane hidráulica, apesar de termos 17 recall itens no QRH

*O Quick Reference Handbook (QRH) contém todos os procedimentos aplicáveis para condições anormais ou de emergência em um formato fácil de usar. Em acréscimo, contém correções de dados de performance para condições específicas.

Caixa Preta: Desde o 737-200? Passando por todas as famílias 737?

Cmte: “A pane que está prevista no QRH desde o 737-200 chama-se 'Airspeed Unreliable' quando os computadores recebem informações diferentes e causam um acionamento de inúmeros alarmes que estão interligados entre si, e, neste caso, o QRH diz para desligar o Piloto Automático, o Auto Tthrottle os Flight Directors e voar o avião manualmente. Esta foi a pane reportada pelo Lion Air e o Ethiopian. Por que os pilotos não conseguiram voar o avião é que intriga todo mundo.

Caixa Preta: Então, desligando tudo dá para manter o controle do avião?

Cmte: “Sim mas a pane já existia. O que quero te explicar é que acredito que a tripulação do Ethiopian infelizmente não entendeu o que estava acontecendo e morreram todos. Os dois acidentes têm algo em comum, gente com pouca experiência. O copiloto, com apenas 200 horas, provavelmente nem sabia o que estava acontecendo A Boeing diz que sem o automatismo, você voa manualmente sem nenhum problema.”

Caixa Preta: Vocês aí na Lion Air também não recebem treinamento específico para essa pane?

Cmte: “Ninguém recebe. Eu soube de um colega que teve este treinamento graças a uma pane que houve na Gol, com um 737-800 novo com apenas um mês de Gol, de Congonhas para o Aeroporto Santos Dumont (felizmente, sem ocasionar um acidente). Devido a isso a Gol treinou os pilotos para essa pane e desde aquele dia ele entendeu que pode ocorrer com qualquer um e com qualquer aeronave independente da idade dela. O avião da Gol acabou pousando em Campinas (Viracopos).”

Caixa Preta: Então essa pane ocorreu na Gol, a companhia identificou o problema e deu o treinamento específico. O que, em tese, caso ela mantenha esse treinamento até hoje, a torna mais preparada para evitar um acidente semelhante?

Cmte: “Exatamente, no caso de pane de Airspeed Unreliable.”

Caixa Preta: E a Lion Air ainda não incluiu o treinamento?

Cmte: “Não, até agora, só falou que iria iniciar. Tem um sistema no MAX chamado ‘MCAS’ que foi introduzido para evitar que no voo Manual – e somente no voo Manual – caso o piloto eleve o nariz do avião em direção ao STALL o sistema trima o nariz do avão para baixo avisando ao piloto para tomar uma atitude. Se após 5 segundos nada for feito, o sistema trima nariz pra baixo novamente. Só que não perde o controle da aeronave se o piloto ‘voar o avião’ o que aparentemente não aconteceu na Lion e a Lion rapidamente colocou a culpa no avião invés de melhorar a instrução. Pode ter sido o mesmo caso da Ethiopian. Posso estar errado mas creio que, quando soltarem o relatório final, vão mandar mudar o treinamento chamando a atenção de que as duas situações podem ocorrer simultaneamente. Ou seja, o que aconteceu na Lion foi o seguinte: tiveram a pane de Airspeed Unreliable, os pilotos não entenderam nada da pane e ninguém voou o avião. Daí o sistema de proteção entrou em funcionamento e os pilotos estavam preocupados com a pane de Airspeed e deixaram o avião entrar num voo picado, do qual não saiu mais e entrou voando mar adentro. Este é o senso comum entre os pilotos.”

Caixa PretaVocê acha que os pilotos conseguiriam controlar mesmo o avião se tivessem tornado a pilotagem totalmente manual?

Cmte: "Eu acredito que sim, a grande incógnita é o quanto o sistema trimou a aeronave para baixar o nariz, pois, dependendo disso, o segundo piloto tem que ajudar usando o trimmer manual para trazer o estabilizador para uma condição que um ser humano normal possa atuar nele, pois fica muito pesado para trazer no braço. Sem alimentação elétrica, precisa usar uma alavanca (usada apenas para  'Non Normal Situations')." 

(Conforme as fotos abaixo, enviadas por nossa fonte)



Alavanca recolhida (perfil)



Alavanca pronta para uso (vista de cima)

Cmte: "O que me provoca fazer essa pergunta: 'Será que houve uma boa coordenação de cabine? Houve treinamento? Dai o motivo por que falei que o copila com 200 horas provavelmente nem sabia o que estava acontecendo."

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Afinal, porque o 737 MAX precisa da função MCAS, que pode ter sido a causa da pane ou ter contribuído para o acidente?

O MAX, evolução dos demais Boeing 737, utiliza os motores CFM LEAP-1B. Que está mais à frente do bordo de ataque das asas, o que afeta as características de manobrabilidade do avião, especialmente o controle em torno do eixo longitudinal (cabrar/picar, ou pitching). Daí os engenheiros da Boeing terem instalado no novo avião o MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System) para compensar essa característica única durante o processo de certificação do 737 MAX. O MCAS é uma das funções do computador de controle de voo (FCC) e obtem dados der ângulo de ataque (AOA) do sensor esquerdo (vane) de AOA.

Lembro que todo modelo novo de avião ainda está passível a panes não detectadas na fase de desenvolvimento mas o treinamento é fundamental e, às vezes, as atitudes a serem tomadas já estão à disposição dos pilotos, como no QRH, um manual básico há décadas. Abaixo, páginas do QRH de um Boeing 737-200, conforme citado pela nossa fonte.





O depoimento desse piloto reforça a importância do TREINAMENTO sobre os mais diversos tipos de panes possíveis, especialmente diante do crescente automatismo dos aviões. Lembram do acidente com o American Airlines (DC-10-10) em 25 de maio de 1979 e do acidente com a TAM (Fokker 100) em 31 de outubro de 1996? Os pilotos também tomaram atitudes indevidas para as situações para as quais não haviam sido treinados. Esses exemplos dentre inúmeros outros. 

Enquanto se discute qual foi a pane e o que acontecerá com a Boeing e com seu 737 MAX 8  a partir de agora esquece-se que também é importante saber que o treinamento específico poderia ter ajudado aqueles pilotos, dos dois acidentes fatais, a voarem o avião, quiçá até conseguirem efetuar um pouso de emergência.

Fica o recado.

sábado, 9 de março de 2019

PÉROLA VOADORA!

NÃO, AVIÃO NÃO É TUDO IGUAL!!!

(por Solange Galante)



O acidente ocorrido hoje, dia 9 de março, foi com um Douglas DC-3. O próprio texto ( https://exame.abril.com.br/economia/acidente-de-aviao-na-colombia-deixa-pelo-menos-12-mortos/?fbclid=IwAR2zmzpEz_hM1FEJa9cVQWr0UhSrpaWoCbMgPunPwm3I5CBHoeB0ACWohyc ) informa isso, com a matrícula da aeronave HK-2494 (e cita corretamente "matrícula", e não "prefixo") mas a foto não é de um DC-3, é uma foto de um Boeing 767 da American Airlines que, inclusive, ilustrou uma reportagem sobre um incidente em solo de 2017 nos EUA (https://patch.com/north-carolina/charlotte/driver-hospitalized-flights-delayed-after-airplane-hits-airport-vehicle) – pode nem ser o avião desse incidente.


O DC-3 do acidente na Colômbia é este (igualzinho ao da foto da Exame, né?) )

(Foto: José Luís Figueiredo).


Vejam que o site Bol publicou a foto correta, embora tenha recebido o mesmo texto da mesma agência noticiosa (a espanhola EFE): https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/03/09/acidente-de-aviao-na-colombia-deixa-pelo-menos-12-mortos.htm



terça-feira, 5 de março de 2019

Plantão Caixa Preta

A Lufthansa Cargo desativará
pelo menos um MD-11F este ano.


(Por Solange Galante)

Gradativamente, a gigante empresa alemã de transporte de cargas aeroporto-a-aeroporto prossegue na modernização de sua frota, para substituir os MD-11F pelo Boeing 777F.
De seus 12 McDonnell Douglas/Boeing MD-11F ainda em operação, o primeiro a ser retirado da malha será o D-ALCE (Serial Number 48785; Line Number 629), aeronave com pouco mais de 20 anos de serviço, entregue nova à Lufthansa em 22 de outubro de 1998. A previsão de desativação da aeronave como integrante da Lufthansa Cargo é julho de 2019.
Os MD-11 D-ALCA, D-ALCB, D-ALCC e D-ALCE já "vestiram" a pintura mais recente das aeronaves do Grupo alemão, onde a principal característica foi a eliminação da cor amarela e mudança no tom do azul. Teoricamente, esses quatro trijatos serão os últimos a deixarem a frota, processo que se estenderá até 2024.
O D-ALCA já completou 21 anos de serviços. Foi entregue novo à Lufthansa em 21 de junho de 1998.
O D-ALCB  foi entregue pouco depois, em 25 de junho de 1998.
O D-ALCC – um dos que eu tive a alegria de voar para reportagem – foi entregue à companhia alemã em 13 de agosto daquele mesmo ano.
Já o D-ALCD chegou na Lufthansa em 17 de setembro do mesmo ano.
Quanto aos demais sete MD-11F da Lufthansa Cargo, todos que deverão permanecer com a pintura antiga (com logo amarelo), foram entregues entre agosto de 1999 (D-ALCF) e fevereiro de 2001 (D-ALCM) – F, H, I, J, K, M e N 
A empresa chegou a operar outros quatro MD-11F que hoje estão na Western Global  Airlines (G, L, R e S), outros dois foram desativados em 2014 (O e P) e um acidentado (D-ALCQ, WO em 2010).
O D-ALCN é o caçula dos MD-11, o último construído pela Boeing, mas o D-ALCM foi o último entregue à Lufthansa porque ficou com a própria Boeing para testes de equipamentos entre outubro de 2000 e fevereiro de 2001.

De tri para bi: A alta confiabilidade dos motores aeronáuticos para widebodies já vem decretando, há algumas décadas, o fim dos trijatos e quadrijatos, para breve. Aliado à redução de custos e grande capacidade de aviões como o Boeing 777, especialmente os de versões mais recentes. Mas, é óbvio, que os trijatos deixarão saudade!