quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Caixa Cor de Rosa

 MULHERES QUE CONSTROEM AVIÕES

Mais um registro da contribuição das mulheres para a aviação, diretamente dos meus arquivos! 
(por Solange Galante)

(Fonte: Revista Bandeirante, da Embraer, dezembro de 2012)









terça-feira, 21 de setembro de 2021

MATÉRIA ESPECIAL



O Boeing 737-2A1 msn 20779, com data de fabricação de 31 de agosto de 1973 e entregue novinho à Vasp há exatinhos 48 anos (21 de setembro de 1973) voou sendo seguido pelo avião-paquera, que descobri ter sido um Learjet da Líder Táxi Aéreo, e do resultado fotográfico surgiram postais, pôsteres, folders, folhetos, capa de passagem aérea, toda sorte de material publicitário, inclusive filmes para a TV, vendendo a imagem de uma grande empresa, pioneira em vários aspectos e reconhecida mundialmente pela qualidade de seus funcionários e seus serviços. Mesmo quando a empresa estava agonizando e perto de seu fim, seus mecânicos eram famosos por praticamente darem nó em pingo d'água e atenderem inclusive os Boeing 737-200 da Presidência da República, os populares "Sucatinhas", pela excelência da oficina da Vasp. O Sierra Mike Papa ostentava orgulhoso tudo isso e muito mais.

Nesta homenagem, todas as fotos isoladas (não publicadas) do PP-SMP em voo não contém o nome do fotógrafo mas pertenciam à coleção VASP. Parte dos originais está hoje na minha coleção particular e foram cedidos para uso no livro Viaje Bem Viaje Vasp de Gianfranco "Panda" Beting lançado este ano. São cromos (filmes positivos) de dois tamanhos, em cores já desbotadas pelo tempo, alguns tratados, outros com sua imagem nua e crua aqui expostos. Já os cartões postais originais e imagens da coleção "O Mundo Maravilhoso da Aviação" também são da minha coleção.


POSTAIS EDITADOS PELA PRÓPRIA VASP








 

ALGUMAS FOTOS DO MESMO AVIÃO EM
"O MUNDO MARAVILHOSO DA AVIAÇÃO (1978)








PROPAGANDA DE TV


Nesta, o avião em solo é o PP-SMB mas as imagens em voo são do PP-SMP. O que nos leva a afunilar a data em que ele foi fotografado e filmado em voo para algum dia entre 1973, depois que chegou à Vasp, e 1976, quando a propaganda foi ao ar.

Duas fotos do vídeo: 





IMAGENS ESCANEADAS DIRETAMENTE DOS CROMOS ORIGINAIS (Tratados, totalmente ou parcialmente, ou não), incluindo alguns usados no livro "Viaje Bem Viaje Vasp"






Nas fotos abaixo, o tip tank do avião-paquera, o Learjet 24, da Líder já é visível.


Detalhes bem próximos do PP-SMP em voo, na imagem abaixo:




CAPA EXTERNA DE O MUNDO MARAVILHOSO DA AVIAÇÃO E O CROMO QUE FOI UTILIZADO




Não sei vocês, mas eu sou apaixonadíssima por imagens de aviões voando bem lá no alto, sobre as nuvens...  


DA BAHIA PARA O INTERIOR DO PARANÁ

No dia 30 de setembro de 2013 o PP-SMP, que estava no Aeroporto de Salvador (BA) constava do Lote 2 do leilão de aeronaves da Vasp promovido pelo Conselho Nacional de Justiça e pela Primeira Vara de Falências de São Paulo. O lote inicial era de R$ 18.300,00 mas foi arrematado online por arrematante de codinome "marcocosta" de Belo Horizonte. Foi deste arrematante que Eugênio Krum e Francisco Albino, pilotos apaixonados por aviação, adquiriram a aeronave, e decidiram levá-la para a cidade de Cascavel. Mas, qual teria sido o interesse deles ao adquirir o PP-SMP? 

"Estávamos em fase final da construção de um aeródromo em Cascavel-PR, SDSJ Executivo Cascavel, e queríamos colocar uma aeronave na entrada. Não encontramos muitas opções. Havia outros Boeing anunciados, porém, neles todos estava faltando interior, ou as turbinas, a maioria não tinha mais nada no painel."
Os sócios acrescentaram que o SMP, por sua vez, estava com todas as poltronas, no painel faltavam apenas dois "relógios", mas estava com os motores. "Também estamos com todos os manuais, diário de bordo, todo esse material está em Cascavel." Segundo os dois pilotos, o projeto prevê abrir o Boeing 737 para visitação.

A informação de que o PP-SMP era tão famoso assim os surpreendeu – eles só ficaram sabendo disso por esta reportagem, é o Blog Caixa Preta cumprindo sua função cultural! Eugênio e Francisco não tinham noção de como o Mike Papa já havia aparecido em várias campanhas publicitárias da Vasp, sendo como um verdadeiro "garoto propaganda" da companhia. "Não tínhamos conhecimento, encontramos apenas uma Avião Revue com ele na capa, edição de 2004, parece."

Confira ainda a coleção de reportagens publicadas no Youtube, sobre a a aeronave já com seus novos proprietários:


Boeing 737 será restaurado e exposto em Cascavel


Boeing é restaurado em Cascavel

31 de out. de 2018
    https://www.youtube.com/watch?v=opdVAexWyAg


Conheça o 737-200 da Vasp por dentro - walk around

5 de mai. de 2019
    https://www.youtube.com/watch?v=bBorkvVMcm4


O SMP foi mais um Boeing cujo transporte chamou a atenção de todos. Imagine vir da Bahia e seguir para o Paraná... por via rodoviária!!!


As fotos abaixo foram enviadas pelos atuais proprietários, mostrando as condições em que estava o histórico Boeing 737-200, e seu transporte saindo do Aeroporto de Salvador:












Você tem mais detalhes sobre o ensaio fotográfico do PP-SMP na década de 1970? Conte para a gente! Vale o nome dos tripulantes, do fotógrafo, aeroportos de decolagem e de pouso, tempo de duração do voo etc!

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

SPEECH

 NÃO SE TRATA DE TORCER CONTRA. TRATA-SE DE NÃO ILUDIR PROFISSIONAIS, USUÁRIOS, PARCEIROS EM POTENCIAL.


(crédito: Nella Linhas Aéreas)

(por Solange Galante)

Há pouco mais de um ano comecei a publicar comentários e fatos sobre a Nella Linhas Aéreas.  Mesmo com problemas, outra companhia aérea recém-constituída já está voando, e com sua pequena frota amarela funcionando. Por outro lado, a Nella tem sido produtora de, cada vez mais, nítidos fake news. Até as mega experientes equipes de revistas como Flap Internacional e Aero Magazine publicam suas notícias sem demonstrar muita confiança quanto ao que receberam de informações da Nella, ou até com uma pitada de ironia.  Dos pretendidos ATR-72 até o Boeing 777, nada de concreto apareceu, por enquanto.  Por isso, repito: a imprensa (pelo menos a séria) não deve iludir quem quer trabalhar com (N)ella, voar com (N)ella, fazer negócios com (N)ella etc.
 
A novidade dos últimos dias foi uma cobrança por parte do governo boliviano quanto a uma dívida milionária da empresa aérea Amaszonas, supostamente adquirida pela Nella (veja em https://www.lostiempos.com/actualidad/economia/20210910/montano-pide-al-nuevo-accionista-amaszonas-pagar-bs-129-millones-que ).
 
Continuaremos torcendo para toda a Aviação Comercial brasileira voltar a ser pujante e confiável, dando empregos a brasileiros, levando mais pessoas brasileiras para viajar pelo meio aéreo e atraindo mais investimentos para o Brasil.
 
Links do que já publiquei aqui sobre a Nella (fora o material ainda não publicado que possuo): 
 
 
 
 



sexta-feira, 10 de setembro de 2021

SPEECH

 ONDE VOCÊ ESTAVA NA MANHÃ DO DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001?




Eu me lembro muito bem daquela manhã inesquecível, para mim e para toda a humanidade. Na época, eu escrevia principalmente para a saudosa Aviação em Revista. Eu tinha para cumprir uma pauta sugerida por mim mesma: as mulheres pilotos do offshore. Foram alguns meses de negociação com a Petrobras para poder ir a uma de suas plataformas na Bacia de Campos (RJ). A dificuldade se devia aos helicópteros estarem sempre lotados de passageiros indo e vindo entre Macaé e as plataformas.

Enfim, tudo certo, visita marcada para o dia 12 de setembro de 2001. Só faltava, agora, a liberação, pela VASP, da passagem, em permuta com a editora, para eu me deslocar ao Rio na véspera, já que cedinho, no dia 12, iria para uma das plataformas da companhia petrolífera.

Na manhã do dia 11 de setembro eu fui ao Aeroporto de Congonhas e me dirigi à loja da Vasp lá no saguão da ala norte. Havia toda uma burocracia a ser cumprida pela empresa para a liberação da passagem e, tão logo ela estivesse disponível, eu já embarcaria para o Aeroporto Santos Dumont.

Já com minha bolsa de viagem, fiquei fazendo hora, enquanto esperava o OK da VASP, junto ao SERAC-4, o Serviço Regional de Proteção ao Voo localizado ali mesmo na ala norte do aeroporto paulistano. À entrada do SERAC, meu amigo, o saudoso Waldomiro Santos, vendia suvenires e maquetes de aviação, especialmente para estudantes de cursos de aviação que iam ao SERAC para regularizar suas horas de voo, atualizarem informações sobre provas do então Departamento de Aviação Civil, o DAC, etc. O SERAC sempre estava muito movimentado: eram pilotos, estudantes, aeronautas e aeroviários em geral, representantes de empresas diversas ligadas à aviação, e serviços digitais eram raros naquela época, quase tudo era resolvido presencialmente. Para passar o tempo enquanto aguardavam a chamada de acordo com a senha e os setores onde seriam atendidos, os usuários tinham à disposição uma sala com cadeiras e um monitor de TV ligado na TV Globo.

Notícia ruim voa mas, até então, o Waldomiro, sempre conversando com muitas pessoas da área, havia "ouvido falar" que um avião havia colidido com um prédio em Nova York. Logo lembrei do pequeno avião que, em 1979, havia colidido com um prédio de Moema, perto de Congonhas, resultando na morte do piloto. Eu imaginava que havia acontecido aquilo e, até então, o Waldomiro, também: um pequeno avião, um prédio qualquer, poucas vítimas, fatais ou não.

nossa saudosa VASP demorava para liberar a passagem. Coisas de quem cede passagens por permuta com anúncios na mídia. Era preciso avaliar o saldo da empresa, no caso, a Aviação em Revista e emitir o bilhete, que ainda era de papel, parecendo um carnezinho. Isso tudo envolvia vários setores. As horas avançavam, e eu lá, entre a loja da empresa aérea, que não era distante do SERAC-4, e este.

Foi então que reparei que os usuários, lá na sala de espera, estavam todos olhando de uma maneira estranha para a TV ligada, todos boquiabertos, sem piscar. E eu me aproximei para assistir à TV.

que eu vi também me deixou imediatamente de boca aberta. 

O apresentador Carlos Nascimento falava e já mostrava a imagem de um avião grande colidindo com uma das Torres Gêmeas de Nova York. Era a imagem recuperada (não mais ao vivo) do segundo avião colidindo com a segunda torre. E foi assim que comecei a ficar sabendo dos atos terroristas.

A passagem da VASP só foi liberada após o almoço, após várias idas minhas à loja para me informar sobre o andamento. Já havia um ar tenso em Congonhas. Aviões usados como mísseis contra civis há milhares de quilômetros do Brasil, mas eu, e muitos outros brasileiros, prestes a VOAR naquele dia 11 de setembro. A distância não reduzia o medo, pois não sabíamos o alcance dos atos terroristas.

No check in e no embarque no PP-SFN todo mundo mudo e com olhar tenso. O voo em si, felizmente, foi tranquilo. Lá no Aeroporto Santos Dumont, um representante da área de imprensa da Petrobras me recebeu e me colocou no automóvel dele, e seguimos para Macaé, onde chegaríamos à noite. No caminho, trocamos informações sobre o que já sabíamos sobre os atentados. O funcionário me deixou no hotel, para nos vermos novamente na manhã seguinte e irmos de helicóptero a uma das plataformas da Bacia de Campos.

Uma vez instalada no quarto do hotel, liguei a TV e fiquei acompanhando os noticiários. Felizmente, como sempre faço quando viajo ou me ausento de casa, deixo pelo menos um telejornal sendo gravado, para manter as reportagens de aviação na minha coleção. No caso, foi o Jornal da Band, ainda apresentado por Boris Casoy.

As entrevistas para a reportagem foram realizadas no dia seguinte e na manhã posterior, do dia 13 de setembro, eu tomava o voo de retorno a São Paulo com o PP-SOT da VASP. A tensão não só não se dissipara como, agora, já se pedia documentos a todos os passageiros na hora do embarque.

Até então, nunca a aviação comercial mundial havia parado tantos voos e tantas cias. aéreas, em consequência do prejuízo, pararam definitivamente de voar, simultaneamente, nas semanas e meses que se seguiram aos atentados. Voar em empresas comerciais nunca mais foi a mesma experiência, especialmente devido à rigidez das novas normas de segurança. Lamentamos até hoje.




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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Diretamente dos nossos "Archivos"


Falando em Boeing 727...

(por Solange Galante)



O N7001U foi o primeiro dos Boeing 727. Há mais de 30 anos e seis meses este artigo da revista Airliners contou sobre ele ter realizado seu último voo para aquela que seria sua aposentadoria definitiva. Sua última operadora, a United Airlines, repintou-o em suas cores originais, para isso.

Mas este artigo citado não sabia que ainda não seria o último voo.

No dia 13 de janeiro de 1991 o Boeing realizou o voo UA838 entre os aeroportos de San Francisco e Seattle. Abrigado no Centro de Restauração pertencente ao Museum of Flight, e localizado em Paine Field (Everett-WA-EUA) voluntários, ex-funcionários da Boeing, trabalharam para adequá-lo para ficar exposto. A máquina permaneceu por nada menos que 25 anos no mesmo local até seguir voando – isso mesmo, voando! – para seu lar final e repousar no Museum of Flight, em Seattle (WA - EUA), distante cerca de 42 km.

Era o dia 2 de março de 2016. Com o cuidado de sempre com seu próprio passado  – inclusive o de suas máquinas e empresas – os norte-americanos publicaram livros e vídeos sobre essa epopeia. Um exemplo que o Brasil deveria seguir e perseguir, embora já contando com alguns historiadores abnegados, com muito mais afinco.


Imagem do vídeo do canal da United Airlines no Youtube.



sábado, 4 de setembro de 2021

SPEECH

 Sobre leitores que não prestam atenção em quem escreveu o quê (alguns nem procuram saber) e um mico que entrou para os anais do jornalismo especializado de aviação

(por Solange Galante)


Não acontece só comigo. Mas não deveria acontecer com pessoa alguma. Quem escreve, passa para uma publicação sua apuração ou sua opinião. E são produções únicas. Por isso, quem escreve é totalmente responsável pelo que escreveu.

Óbvio que com livros isso acontece menos. Talvez só os de auto-ajuda: o título atrai milhões de leitores mas... quem foi que deu aquela dica mesmo? A não ser que já seja um escritor bem famoso, a autoria pode ser esquecida, com o tempo... Mas até reportagens de TV podem gerar críticas contra as emissoras, não aos repórteres, se não forem os mais conhecidos entre os que seguram um microfone. 

Por outro lado, os redatores mais conhecidos acabam pagando o pato dos erros dos menos experientes, talvez por uma associação instantânea e enviesada.

Há algumas semanas participei de uma Live do canal Pandaviation no Youtube.  Ninguém era obrigado a gostar ou curtir o que eu falei na Live ou mesmo a ideia de Gianfranco Beting me entrevistar. No entanto, fizeram um comentário totalmente descolado da realidade, que publico aqui sem citar o nome do comentarista, embora ele esteja público lá na própria Live, e com minhas repostas:

 


Mas, a que caso ele se referia? 

Muita gente ainda se lembra. Nem todos, porém. Vamos relembrar? Leia abaixo!




Na época da publicação, em maio de 2002, comentou-se muito que tanto a empresa aérea Rio Sul quanto a fabricante Embraer se pronunciaram duramente contra a reportagem – e eram anunciantes da revista – o que gerou um pânico na redação. O resultado foi a única vez em que vi uma errata como deve ser, imediatamente no site da revista e em página inteira (do tamanho da reportagem) na edição seguinte, de junho de 2002. O texto, em ambos os casos, foi o mesmo. Eis o texto na revista (obs: o trecho em cinza foi a seção de cartas, que ocultei por não ter relação com o nosso assunto aqui):





Iremos apedrejar a jornalista que praticamente "caiu de paraquedas" na edição 32 de Avião Revue? Claro que não! Ela foi mesmo muito mal orientada ao ser escalada para a missão e achou que deveria dar sua opinião pessoal, fazendo um texto claramente opinativo, que não deu margem para os leitores avaliarem por si mesmos o avião a partir de sua narração. O erro foi totalmente da equipe de editores mas eles souberam reconhecer o erro e pedir desculpas. É óbvio que nenhuma errata substitui um estrago, mesmo nos meios eletrônicos, onde pode-se apagar totalmente da tela e dos servidores o que houve de errado mas jamais da mente dos leitores, internautas, telespectadores, ouvintes etc – tanto que o cidadão que atribuiu à minha pessoa a autoria do texto sobre o ERJ-145 esqueceu o nome da redatora mas não esqueceu o texto em si!

Hoje, vemos acontecer o mesmo com "reportagens" de alguns sites especializados ("pero no mucho") cujo conteúdo, à boca pequena ou por grupos de redes sociais constantemente viram motivo de chacota. Sorte deles que a maioria dos leitores se esquece rapidinho de quem escreveu, mas jamais do que foi escrito.