sexta-feira, 26 de abril de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

LAURENCE MELO É O GRANDE CAMPEÃO DO SEGUNDO HALL DA FAMA DA AUDIÊNCIA! PARABÉNS!



E como ele chegou aí?


O Quiz da Decolagem CENTO E DEZESSEIS foi dividido em 10 trechos, a saber:









E AS RESPOSTAS SÃO ESTAS:




E quem acertou cada um dos 10? Vamos somar os pontos?

Não vou fotografar todas as mensagens consideradas corretas, apenas colocando a frase, data e hora do recebimento das mesmas, mas quem quiser contestar alguma poderá receber na hora que o desejar, OK?!

QUIZ 1

Apesar do erro de digitação ("inlcuindo") e outras interpretações sobre o esporte aeromodelismo, erro mesmo a se destacar é o nome da manobra acrobática "tonneaux" que, por sinal, também não está oficialmente aportuguesada.

PATRICK KRUG = 26/04/2024 | 18:23
1) O correto é "tonneaux", e não "tuneaux"

5 pontos


QUIZ 2

A resposta do Patrick abaixo é autoexplicativa. Outros competidores comentaram que Gatwick e Airlines International, que são encontros de colecionadores de memorabilia não seriam feiras, mas são sim, embora em outras categorias.

PATRICK KRUG = 24/04/2024 | 23:23
2) Helixp é realizada no Helipark, e não no Aeropark.

5 pontos


QUIZ 3

A Praça Campo de Bagatelle jamais se chamou Pça 14 Bis. Segundo o Dicionário de Ruas da Prefeitura de São Paulo, ela recebeu esse nome atual em 1974 mas antes de chamava Praça dos Bandeirantes.

LAURENCE MELO = 24/04/2024 | 21:36
1)O correto é praça Campo de Bagatelle e não 14 Bis.

5 pontos


QUIZ 4

Conforme a tabela de alfabeto fonético do ICAO, no trecho da revista estava errada a grafia, e duas vezes (portanto, não era erro de digitação, foi escrito duas vezes de propósito.

PATRICK KRUG = 24/04/2024 | 23:23
4) J é Juliett, e não Julliet.

5 pontos


QUIZ 5

Embora no texto da reportagem esteja completo e correto, a legenda que é o trecho apresentado deixou o leitor "no vácuo" pois está na página anterior. Eu mesma demorei para achar o segundo lugar, só na página seguinte.

PATRICK KRUG = 25/04/2024 | 00:35
5) No ranking de vendas da Robinson, MG foi o campeão, SC em terceiro e AL em quarto... faltou citar o segundo lugar.

3 pontos (acertou no segundo e-mail)


QUIZ 6

A resposta do Sérgio, abaixo, é autoexplicativa. Portanto, um erro no trecho (dando informação falsa ao leitor)

SÉRGIO CARDOSO = 24/04/2024 | 21:07
Quiz 6: A Helibras mudou-se para Itajubá em 1980 e não em 1978.

5 pontos 


QUIZ 7

Erro de nome próprio eu considero muito grave no jornalismo. Sobre outras dúvidas apontadas como erro, comento: Segundo o site da NASA o avião que deu origem ao famoso avião cargueiro bem gordinho era mesmo um -97 Stratofreighter que entrou em operação em 1953. Mas o 377 Stratocruiser pode ser considerado também o modelo final para originar o Super Guppy, conforme diz o site http://heroicrelics.org/ 
"The KC-97 is the tanker version of the C-97, a cargo plane developed from the B-50 bomber. Boeing turned the C-97 into a passenger airliner, the Boeing 377 Stratocruiser, which in turn was modified to create the Aero Spacelines 377PG Pregnant Guppy, used to transport Saturn rocket stages."

LAURENCE MELO = 26/04/2024 | 16:28
7)   O erro foi no nome do Space Center, sendo o correto Kennedy Space Center.

5 pontos 


QUIZ 8

Pode ter sido apenas erro de digitação mas significa que quem escreveu (ou quem revisou - revisou???) não sabe o mínimo sobre aviação. Numa revista especializada...

LAURENCE MELO = 24/04/2024 | 21:36
1) O correto é tela multifuncional (MFD)

5 pontos 


QUIZ 9

Ninguém acertou essa! Era uma pegadinha, por não ser relacionado diretamente à aviação, mas é um erro gravíssimo em se tratando de imprensa.
Assim, validei o erro de digitação apontado pelo Laurence. 

 LAURENCE MELO 24/04/2024 | 21:49
1) Em um dos trechos o sobrenome do Eduardo está errado. O correto é Hearne.

3 pontos (acertou no segundo e-mail)


QUIZ 10

O mais fácil dos quizes, desde que qualquer outra possibilidade, no texto, seja descartada. Afinal, se é o único trecho com foto, deveria mesmo ter um motivo, né?

LAURENCE MELO = 24/04/2024 | 21:49
1) A legenda da foto não condiz com a ilustração. O correto seria a foto do Presidente da Embraer Defensa e Segurança e do Diretor do programa do KC-390 (Paulo Gastão)


3 pontos (acertou no segundo e-mail)


Com isso, na decolagem 116 somaram:

Patrick: 18 pontos
Laurence: 21 pontos
Sérgio: 5 pontos

E o ranking final ficou assim: 



Laurence............... 95 pontos + 26 pontos (com o chat) = 121 pontos
Patrick Krug ......... 96 pontos + 23 pontos (com o chat) = 119 pontos 
Sérgio Cardoso.....= 43 pontos + 10 pontos (com o chat) = 53 pontos 
Carlos Monteiro.....=15 pontos (por ter indicado três de nossos entrevistados, que aceitaram dar entrevistas)
Afonso Delagassa..= 5 pontos 

Sérgio ganhará como prêmio de incentivo por ser o principal competidor fora da duplinha, esse kit aqui! >>>




Foi mais uma final emocionante e agora começará a nova fase, inclusive com regra nova.  O Canal Solange Airways não vende nada, presenteia!!!
Aguardem mais emoções! 


Não assistiu à Live de quarta-feira? Não sabe qual era o  brinde/presente/prêmio? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 



Assista, dê seu LIKE e se inscreva no canal!
Toda QUARTA-FEIRA às 18h30 (Brasília)

  https://www.youtube.com/c/SolangeAirways


quinta-feira, 25 de abril de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO!


A "EUquipe" produtora do Programa Voo 123 ESCLARECE:

1) O principal objetivo dos 10 Quizes do Episódio 116 era  destacar os erros de trechos de matérias sobre aviação de revistas especializadas, que não identifiquei mas copiei na íntegra, porém, a maioria deles erros não são fáceis de identificar à primeira vista (embora eu tenha identificado todos eles na hora em que li pela primeira vez). São erros na sua maioria envolvendo a aviação em si direta ou indiretamente. Erros que claramente levam ao leitor desinformação (seja ela de aviação ou não) ou deixam o leitor "no vácuo", isto é, ele sentirá falta daquela informação. Isso exclui erros muito simples e óbvios, claramente erros apenas de digitação, que o próprio leitor corrige mentalmente ao ler e não o afetará.

2) Como eu falhei em explicar isso e me desculpo em nome de toda EUquipe, vou dar mais 24 horas para que achem o "segundo erro" – que NÃO É o de digitação – dos seguintes quizes:

Número UM




Número NOVE





3) Não houve resposta correta para o seguinte quiz, por isso também dou nova chance para que achem o erro – outro erro que induz o leitor a "aprender" algo errado:

Número SETE




4) Caso esses TRÊS erros ainda não identificados nos quizes UM, SETE E NOVE  me sejam enviados, a resposta correta será considerava e receberá pontuação EXTRA de cinco pontos

5) Caso esses TRÊS erros não identificados ainda nos quizes UM, SETE E NOVE  NÃO me sejam enviados, irei considerar apenas as respostas com as falhas de digitação que me foram enviadas.

6) Ou seja: eu já tenho a pontuação de quem acertou os quizes DOIS, TRÊS, QUATRO, CINCO, SEIS, OITO E DEZ. NÃO PRECISAM MAIS ENVIAR RESPOSTAS DELES. ENVIEM APENAS dos três quizes citados acima QUE MERECERÃO MAIS CINCO PONTOS.

7) Liberado o envio de mais três e-mails para cada participante e o primeiro e-mail recebido que acertar cada um desses quizes receberá cinco pontos (você pode enviar uma resposta por e-mail ou todas as três respostas juntas, a pontuação será 5 pontos para cada resposta correta que chegar primeiro).

8) PRAZO: 18h30 de amanhã, sexta-feira, 26 de abril.

Novamente desculpas e boa sorte a todos os participantes!!!

segunda-feira, 22 de abril de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

NESTA QUARTA-FEIRA, COM MUUUITAAA AVIAÇÃO MILITAR!!!


Link direto:  >>>   https://www.youtube.com/watch?v=5qJfow2pEEs



terça-feira, 16 de abril de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

FEIRA WTM - WORLD TRAVEL MARKET - LATIN AMERICA 2024 E A PRESENÇA DA AVIAÇÃO

(por Solange Galante)

O WTM Latin America é um dos principais eventos B2B de viagens e turismo da América Latina onde há excelentes oportunidades de negócios, grande retorno sobre o investimento e acesso a compradores e influenciadores qualificados da indústria de viagens e turismo. Este ano acontece dias 15, 16 e 17 de abril e eu estive ontem, dia 15, registrando especialmente a presença da aviação comercial na feira. Os destaques foram esses:



No grande estande da AZUL, a companhia anunciou o lançamento de uma nova rota internacional, desta vez para Assunção, capital do Paraguai (Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi).  Segundo a companhia destacou, "A nova conexão aérea entre o Brasil e Paraguai estabelecerá uma importante ligação entre o principal hub de conexão da Azul, o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e a região. Operados regularmente, esses voos terão uma frequência de cinco vezes por semana e serão realizados pela aeronave Embraer E2, com capacidade para 136 passageiros. Essa nova rota oferecerá uma extensa rede de conectividade para os viajantes brasileiros que desejam explorar a capital paraguaia. Além disso, a iniciativa visa atrair um número ainda maior de turistas para o mercado nacional, facilitando também conexões para outros destinos internacionais operados pela Azul.




Por sua vez, LATAM e DELTA AIR LINES marcaram presença juntas pela primeira vez na WTM desde o anúncio de sua joint venture em 2022, quase simultâneo à saída da LATAM do Chapter 11 da lei de Falências americana. Hoje, a Delta é um dos principais acionistas da companhia sul-americana.





A TAP AIR PORTUGAL estava representada por um lindo e enorme mural mas para os agentes de viagens que quisessem tratar de negócios ou até remarcar passagens com a empresa havia postos avançados dentro da feira. 






A companhia angolana surpreendeu com sua presença e um bonito estande, onde promoveu diversos destinos africanos. É visível o interesse atual do governo daquele país africano em divulgar mais e promover, além dos destinos em Angola, também sua empresa aérea de bandeira. Algumas charmosas nécesseires foram distribuídas aos visitantes.






A INTER CARIBBEAN AIRWAYS é uma companhia aérea regional com sede nas Ilhas Turks e Caicos, um território britânico ultramarino. A companhia aérea oferece voos regulares de passageiros e serviços de voos fretados a partir de seu hub no Aeroporto Internacional de Providenciales.  A frota conta com aeronaves ATR 72 e 42 e Embraer (Brasília e ERJ145)





A GOL aproveitou a WTM 2024 para divulgar sua própria operadora de turismo: a Smiles Viagens – mesmo nome do cartão de fidelidade da companhia aérea – que esteve presente com destaque em um bonito estande mas a Gol também tinha um balcão de serviços para atender ao público presente.

Claro que nos estandes de destinos específicos, no Brasil e no Exterior, também se poderia conhecer as possibilidades de transporte, aéreo ou não, nos diversos pacotes divulgados pelas agências de viagens e secretarias de Turismo. Esse foi, por exemplo, o caso da JetSmart Airlines que se fez presente na WTM 2024 no estande do Serviço Nacional de Turismo do Chile (Sernatur), e a Sky Airline, também chilena.



E como cada vez mais o mercado de turismo busca trazer experiências novas aos clientes, na entrada da feira os visitantes podiam conhecer um simulador de voo da MACBARE, de Lorena (SP).

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NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 


quinta-feira, 11 de abril de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

SEGUE A RESPOSTA DO QUIZ DA 

DECOLAGEM CENTO E QUINZE

DO CANAL

SOLANGE AIRWAYS ! 




O Quiz da Decolagem CENTO E QUINZE foi este:



E A RESPOSTA É ESTA:




E qual foi o primeiro e-mail que chegou com a resposta correta?




Parabéns ao SÉRGIO CARDOSO!


Além do presente da Decolagem 115, como ele acertou no segundo e-mail enviado e participou do Chat, portanto, ganha pontos para o Hall da Fama!

Patrick Krug ......... 91 pontos + 5 pontos (só chat) = 96 pontos 
Laurence............... 90 pontos + 5 pontos (só chat) = 95 pontos
Sérgio Cardoso.....= 35 pontos + 8 pontos = 43 pontos 
Carlos Monteiro.....=15 pontos (por ter indicado três de nossos entrevistados, que aceitaram dar entrevistas)
Afonso Delagassa..= 5 pontos 

Esta fase do Hall da Fama se encerra no dia 24 de abril e,
na nova fase, teremos novidades! Aguarde!

Não assistiu à Live de quarta-feira? Não sabe qual era o  brinde/presente/prêmio? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 



Assista, dê seu LIKE e se inscreva no canal!
Toda QUARTA-FEIRA às 18h30 (Brasília)

MAS, ATENÇÃO!!!



quarta-feira, 10 de abril de 2024

Plantão Caixa Preta

 

EXCLUSIVO

TOTAL JÁ APLICOU SEU NOVO LOGO NO SEU ATR PR-TTK

Este Blog recebeu com exclusividade as fotos, tão logo foram feitas em Manaus. Foram enviadas pela própria empresa aérea

                                                                                             Atualizado dia 11/04 às 17h28






Na foto a seguir, a aeronave foi fotografada em voo de teste em
Georgetown, capital da Guiana (11 de abril):




***Continuaremos acompanhando as novidades da Total Linhas Aéreas*** 

terça-feira, 9 de abril de 2024

Plantão Caixa Preta

EXCLUSIVO

TOTAL RECEBERÁ NOVO BOEING 737-400 CARGO NA PRÓXIMA SEMANA

Atualizado dia 10/04 às 14h05

A informação é da própria empresa. Mas outra fonte da própria empresa informou que na próxima semana ainda haverá a inspeção física. O Boeing, que virá todo branco, receberá a matrícula PS-TLB e está em Shannom, na Irlanda desde o dia 20 de março, sendo que foi estocado desde que parou de voar pela ASL Airlines como EI-STP em outubro passado. A Total firmou o leasing com a Hamden Aviation, dos EUA e, depois, atualizou a reserva de marca junto à ANAC no último dia 28 de março.

Portanto, vemos fatos concretos movimentando a empresa, desde sua mudança de diretoria.
***Continuaremos acompanhando*** 

sábado, 6 de abril de 2024

SPEECH

 O CONTROVERSO PIONEIRISMO DAS PRIMEIRAS PLA'S BRASILEIRAS

(por Solange Galante)

Quando eu comecei a gostar de aviação, no final da década de 1970, “mulher piloto” era extremamente raro na aviação civil brasileira. Na aviação comercial, então, nem se fala. E não era justamente por falta de dinheiro para pagar as sempre caras horas de voo necessárias para obter a carteira.
Se você acha que as mulheres sofrem, hoje, preconceito ao escolher determinadas profissões, imagine há 50 anos, quando ninguém sonhava em dizer “mulher pode ser o que quiser” – muito menos as próprias, que, em sua maioria, acreditavam que isso não era possível e se conformavam em buscar outra carreira, mais “feminina”.
Ao me apaixonar pela aviação eu ainda não tinha a mínima ideia se eu realmente queria “trabalhar” na aviação. Grana para fazer o curso de pilotagem, nem em sonho, e ser comissária, naquela época, era praticamente impossível para quem usava óculos, era mais “cheinha” e não tinha pelo menos 1,65 m de altura – ou seja, eu não me encaixava no padrão. Além disso, meu inglês ainda era “de escola (ginasial)”. Pelo menos, as minhas tentativas frustradas serviram para incentivar meu pai a me botar numa escola de idiomas, as tentativas não foram em vão...
O Aeroporto de Congonhas, onde eu “batia cartão” com meus pais de tempos em tempos aos sábados ou domingos para ver avião subir e descer e/ou fazer algumas fotos distantes com minha câmera bem simples, tinha duas lojas da lendária Livraria La Selva. Uma delas, a menor, ficava num corredor, que era muito mais estreito do que é hoje, na interligação da saída do desembarque com o saguão central. Naquele corredorzão havia agência de correios, algumas lojas... e a “mini” La Selva.
Então, um belo dia, deparei com um livro na vitrine que virou o objeto de desejo de uma adolescente, finalmente adquirido por minha mãe, não menos que semanas depois.



(coleção Solange Galante)


Eu já havia ficado entusiasmada ao ver na TV reportagens sobre Márcia Aliberti Mammana, uma pioneira da acrobacia aérea, de quem logo que tornei fã. Marcinha, como era chamada, causava curiosidade aos olhos dos demais pilotos (homens). Mas, a outra mulher, a do livro acima, causava sentimentos muito mais depreciativos.



(coleção Solange Galante)


A matéria de 1980, a que tive acesso no jornal Shopping News, era uma pincelada do que ocorrera com Lucy Lúpia Balthazar. Mas eu tive melhor e mais detalhado conhecimento da história de Lucy somente a partir do livro, que minha mãe comprou em 1982. Com ele, eu conhecia também o tamanho das dificuldades para as mulheres voarem, especialmente na aviação comercial. E, mais tarde, com maior conhecimento sobre o que ocorria no lado político do Brasil, eu também ficava a par do quanto os militares exerciam seu poder até mesmo na aviação.
A aviação não militar do Brasil tinha seus xerifes no Departamento de Aviação Civil, cuja diretoria era exatamente formada por militares da FAB. Lucy corajosamente publicou no tal livro sua luta árdua para ter seu lugar no céu, citando, inclusive, nomes, e mostrou como leis mudavam ao sabor dos ventos do DAC e canetadas limitavam sua ascensão profissional. Já não bastassem os impedimentos da própria aviação civil, onde colegas pilotos e/ou suas esposas e/ou outras mulheres de influência nas cias. aéreas olhavam com cara feia para Lucy e cortavam suas asas, de uma maneira ou de outra.
O livro publicado primeiro em 1979 e que só consegui tê-lo e lê-lo em sua segunda edição foi uma das inspirações para o meu romance A Ás, então iniciado, ainda rascunhado à caneta, depois à máquina de escrever. A principal personagem: a Cmte. Sônia, uma mulher que teria sido a primeira Piloto de Linha Aérea, o degrau mais alto para quem almeja licenças para voar comercialmente. Mulher esta, que mesmo na ficção, também enfrentou inúmeros dissabores e preconceito explícito também.

“A OUTRA”

(Esta é Graziela Fernandes; foto de Solange Galante)


Fiquei nove anos afastada da aviação, até mesmo achando que havia me “curado” daquela paixão e, quando fui “reinfectada” eu conheci uma outra mulher na aviação, esta muito mais tranquila quanto à escalada em sua carreira: Claudine Melnik havia aparecido na revista Caras pilotando um Cessna Caravan da Brasil Central Linhas Aéreas para a tal Ilha de Caras. Logo em seguida, tornou-se a primeira mulher comandante da aviação regular brasileira – claro, ela já era PLA. Eu já havia feito amizade com ela e, com a ideia de fazer uma reportagem sobre ela para a revista Aero Magazine – eu já era jornalista formada e colaboradora da publicação –, me foi dada uma missão mais ampla: havia, na época, umas 10 mulheres na aviação comercial brasileira (incluindo a Claudine, única comandante) e consegui entrevistar algumas delas para minha primeira reportagem profissional remunerada.
O interessante é que eu não ouvia mais falar da Lucy, a aguerrida pioneira a ter o direito não realizado de obter a carteira de Piloto de Linha Aérea e que havia botado a boca no trombone querendo simplesmente voar profissionalmente em grandes companhias.
E eis que quando eu colaborava também com a publicação Aviação em Revista, esta editora foi contratada pelo SERAC 4, o quarto Serviço Regional de Aviação Civil, subordinado ao DAC, para eu ser a redatora, por vezes também fotógrafa, das matérias para essa revista especial dos 25 anos do SERAC.


(coleção Solange Galante)


Entre as pautas que a diretoria queria incluir, mulheres na aviação: como controladoras de voo, mecânicas de avião, até mesmo a única wingwalker em atividade no país... e várias mulheres pilotos.
E foi então que me disseram: "Você precisa entrevistar também a Graziela!".
Até então eu não tinha a mínima ideia de quem seria a tal Graziela. O fato é que ela estava no livro da Lucy, sem seu nome ser citado, mas estava, conforme mais abaixo, mas eu não liguei a descrição do infortúnio da Lucy àquela senhora que me pautaram para incluir na revista especial.
Creio que eu jamais confirmarei isso, mas o fato é que me parecia que houvera uma “disputa” interna no DAC sobre quem teria entregue a primeira carteira de PLA a uma mulher no Brasil – e essa seria a razão do grande interesse do SERAC IV em eu entrevistar a Graziela. Não tocavam no nome da Lucy – também não ousei perguntar dela lá no DAC, embora não fosse mais a mesma diretoria dos tempos em que lhe negaram a licença PLA – e o fato é que Lucy era carioca, subordinada a outro SERAC, o SERAC III.
Graziela Santos morava no bairro do Paraíso e, diante de seus contatos, me fornecidos lá no SERAC IV, combinamos eu fazer a entrevista em sua casa, um apartamento na cobertura do edifício Tour de Pin.
No apartamento muito grande e confortável, enquanto a tal piloto me dava entrevista acariciando seu mini poddle “Puppy” (se não me engano o nome era esse) primeiro me chamou a atenção seu sotaque e eu soube que ela era paraguaia de nascimento, mas naturalizada brasileira.  Havia sido esportista campeã no automobilismo, também pilotava e viajava com motos de velocidade, participara de corridas de lanchas offshore e cavalgava puros sangues – havia dezenas de esculturas de cavalos em sua casa, sendo que o marido havia sido cavaleiro premiado – e ela possuía, então, um avião Seneca cuja matrícula era PT-EET.
Era uma pessoa muito simpática e agradável. Até onde eu sabia, não tinha filhos, mas conheci, quando o vi uma ou duas vezes, seu marido Carlos. Graziela fazia aniversário no mesmo mês em que eu.
Após essa entrevista inicial, combinamos eu fotografá-la na frente de um avião (que nem era o dela, que ficava numa fazenda da família) para a revista. A foto foi feita no Campo de Marte.
Enfim, assim como Lucy, Graziela nunca havia trabalhado em companhia aérea regular. Aliás, só pilotara seu próprio avião e alguns outros particulares de outras pessoas, inclusive um Learjet. Mas havia sido checadora do DAC.
Particularmente, no meu ponto de vista, de que adiantava ser PLA sem trabalhar na aviação dos grandes aviões? Nem ela e nem Lucy haviam tido essa experiência. Graziela alegava ter optado pela vida de dona de casa, voando só esporadicamente como o Seneca, ou seja, não seguiu a profissão de piloto comercial. Já Lucy, embora tivesse fama de não ser uma pessoa fácil, alegava que não conseguira subir na hierarquia da profissão unicamente por causa do preconceito dentro do DAC.

QUEM ERA GRAZIELA, AFINAL?

Em seu livro, Lucy escrevera:


(coleção Solange Galante)



Eu realmente não saberia dizer se Graziela era tão rica como o ponto de vista de Lucy, mas tinha uma vida confortável. Ela era, de fato, esportista. As páginas a seguir falam de sua carreira no automobilismo e até nas disputas com lanchas offshore. As mesmas reportagens citam rapidamente sua experiência na aviação:



Tendo aparecido em reportagens (uma delas, na década de 1980, no Jornal Hoje, que assisti na casa dela, pois ela tinha uma fita VHS com cópia) e já sendo conhecida nos esportes de velocidade, enquanto Lucy ainda exigia seu reconhecimento como PLA, a fama de Graziela ganhou a imprensa. Por outro lado, quem conhecia de perto Lucy e sua luta não deixava de afirmar que ela é que era a verdadeira primeira PLA brasileira.

EU E LUCY / EU E GRAZIELA

Meu saudoso chefe, o editor Hélcio Estrella, da Aviação em Revista, me ajudou a contatar Lucy pois eu queria fazer uma entrevista com ela, e ele, carioca como a piloto, a conhecia bem – até mesmo conhecia seu gênio forte. Mandei um e-mail para ela falando da entrevista e, para minha decepção, ela respondeu secamente com apenas uma frase: “Leia meus livros”. Foi o suficiente para eu pegar bronca dela. Todo jornalista sabe que há uma enorme diferença entre ler um livro e estar diretamente entrevistando alguém.
E a Graziela, por sua vez, sempre tão atenciosa e simpática. Almocei três ou quatro vezes na casa dela, comida simples mas saborosa preparada por sua empregada e cozinheira.
E sobre a Lucy, o que Graziela dizia? Na verdade, ela nunca se aprofundou no assunto quando eu a interrogava. Para a paraguaia de nascimento, se o SERAC IV dizia ser ela, Graziela, a primeira PLA brasileira, não precisava de mais nada, essa era a verdade. Ela evitava polemizar mas deveria estar ciente de que Lucy simplesmente a odiava. Quem convivia com a piloto carioca dizia que era assunto proibido tratar sobre a Graziela com ela.
No meio dessa polêmica sobre a primeira PLA eu reescrevia meu romance “A Ás” para melhorar os detalhes técnicos e a história em si e, para mim, a primeira Piloto de Linha Aérea brasileira era realmente a Cmte. Sônia, também sofrendo com preconceito – palavra, aliás, que Graziela parecia não conhecer, já que sempre participara de esportes puramente “masculinos”.
Enquanto Lucy mantinha sua legião de fãs, especialmente mulheres e apoiadores, sendo que a vi apenas uma vez, em um evento de aviação, mas nem puxei papo, fui percebendo que as crises econômicas brasileiras foram afetando o padrão de vida de Graziela, que não competia fazia tempo e estava envolvida com problemas que a ocupavam e limitavam minhas visitas a seu apartamento. Mas lancei meus dois livros, sobre o Cel. Braga (biografia) e o romance A Ás e Graziela fez questão de adquiri-los pela internet, e fui autografar o primeiro em sua casa, e o segundo eu deixaria na sua portaria.
Como eu não era da legião de fãs de Lucy (aliás, eu tinha amizade com Graziela mas não me considerava fã dela também), tinha quase nada de notícias sobre a piloto carioca e fiquei sabendo muito após janeiro de 2000 que ela enfim obtivera seu desejado certificado PLA, nesse mês e ano, retroativo a 1976. O que, penso eu, por mais que seja de direito, não serviu para muito mais do que isso, já que ela parara de pilotar há anos. Da mesma maneira, muitos anos depois do ocorrido foi quando eu soube também de seu falecimento, em 24 de maio de 2012. Muito pouco noticiado, fato quase restrito apenas aos amigos, parentes e fãs. Que a causa havia sido câncer, igualmente eu só soube ainda mais tarde.
Na outra ponta dessa história, logo fui percebendo que Graziela não estava bem, estava muito doente e continuava evitando visitas. Conversávamos por telefone, às vezes, ou por email, como era mais comum.
Quando eu percebi que o que Graziela tinha era também câncer, logo julguei a condição ter sido agravada pela crise financeira – ela chegou até a vender seu PT-EET, que simplesmente amava.
Graziela faleceu em 20 de dezembro de 2021. Vou sempre lembrar dessa data pois é a mesma do falecimento de Calos Spagat, em cuja revista Flap ele publicou esta nota em 1992.


(Fonte: revista Flap Internacional abril/maio de 1992)


CONCLUSÃO?

Graziela foi de fato a primeira mulher a receber a certeira PLA no Brasil, licença 2500, emitida em 08/12/1979. Lucy recebeu a dela, licença 2086, retroativa a 1976 mas a data de emissão é 04/01/2000, passando a ser a primeira mulher piloto de linha aérea no Brasil.
Se as coisas não houvessem sido tão difíceis e escandalosamente repletas de preconceito por parte dos militares da época em que as fardas mandavam em tudo, talvez Lucy não tivesse vivido com tanto amargor mas também não teria sido tão resiliente para conseguir fazer valer o seu direto de pioneira, dando um bom exemplo de luta a muita gente. Ser a número 1 para ela era tão importante, mesmo que apenas no papel, quanto provar que Tereza de Marzo sim havia sido a pioneira em sua época, e não Anésia Pinheiro Machado – bandeira que Lucy também ergueu. 
Quanto à Graziela, embora eu nada possa provar, realmente me pareceu que os mesmos militares tinham interesse em torna-la a primeira PLA, no lugar de Lucy ou independentemente disso, até mesmo por uma disputa com o Rio de Janeiro. O fato é que, mesmo com essa polemica, quem realmente empurrou as portas da aviação comercial brasileira para as mulheres seguintes entrarem em definitivo foram outras: Arlete, Kalina, Carla, Claudine, Eveline, Alena, Fernanda, Marina. E, ainda com militares e DAC, conquistaram seu lugar na história da aviação comercial de grande porte.

Lucy não desistiu, mas não fez tanto quanto podia e queria fazer na aviação. Graziela também poderia ter aproveitado melhor a oportunidade mas não quis, preferiu ficar só com o reconhecimento paulista do DAC, ser piloto esporadicamente e checadora de pilotos em vários estados, além de voar com seu Seneca.

Mais informações sobre Graziela e as notícias sobre seu falecimento:


(Bem... por mim a primeira PLA brasileira foi mesmo minha personagem Cmte. Sônia. Isso talvez resolva a polêmica, rs...)