segunda-feira, 31 de maio de 2021

SPEECH

 MAIS DO QUE DIVERSÃO

E MAIS DO QUE PASSATEMPO:

PROJETO LOUCOS POR AVIAÇÃO!




(fotos: todas da coleção pessoal de Romeo Rodrigues)

(por Solange Galante)
A paixão por um A300 da VASP...

Este Projeto pretende registrar as loucuras que os apaixonados por aviação chegam a fazer para colecionar alguma coisa referente ao tema! PARTICIPE TAMBÉM enviando sua história!

Por exemplo: este entusiasta se desdobrou para conseguir uma lembrança de um Airbus e conseguiu uma palheta do motor dele. Afinal,  não era uma palheta qualquer.  

Ele se apaixonou pela aeronave, assim como eu me apaixonei pelo Boeing 767-200 PT-TAC da Transbrasil, do qual tenho partes também.

Veja mais sobre este entusiasta!!!



Romeo Rodrigues tem 38 anos recém-completados, é formado como comissário mas ainda trabalha como publicitário. Ele mora em Recife (PE)



Caixa Preta: Como você começou a se interessar por aviação e por quê? 

Romeo Rodrigues: Sou apaixonado por aviões desde que me entendo por gente. Essa paixão carrego comigo desde os tempos que levava meus familiares ao aeroporto. Minha aproximação com a aviação se deu através do meu primeiro voo. Fiz Recife-Fortaleza em 2002 no voo VASP VP4264. Lembro que quando fui comprar a passagem no aeroporto com minha mãe, eu teria visto de relance no sistema que a aeronave daquele trecho se tratava de um 737-200, o glorioso "breguinha". Confesso que queria o voo do A300, mas pelo que havia notado não estava programado para aquele voo. Eu estava enganado. Naquele dia tão esperado, eu, no portão 6, acesso remoto do Aeroporto dos Guararapes, vejo na minha frente uma aeronave totalmente diferente – era o então "Epaminondas" que me aguardava para embarque. Seu prefixo? PP-SNM. Não tinha como esquecer, uma vez que, da poltrona 29H, fotografei meu primeiro voo bem na hora da decolagem e aquele prefixo se destacava na foto, sobre a asa. Foi paixão ao primeiro voo. Meu voo de retorno ao Recife (adivinha!), foi feito também no PP-SNM. Daqueles voos em diante, uma relação foi estabelecida com aquela aeronave. Constantemente visitava o aeroporto para vê-lo e fotografá-lo. Ele chegava de Salvador com escala no Recife e seguia para Fortaleza no VP4264. Voltava no VP4265 e, claro, lá estava eu esperando o retorno dele. Só voltava pra casa quando ele decolava por volta das 16:50LT, seguindo rota para Salvador e Guarulhos. 

CP: Você tem alguma coleção principal, que está sempre sendo atualizada, por exemplo: safety cards, passagens aéreas antigas, revistas? 

RR: Tenho uma modesta coleção de safety cards que vai do DC9 da US Airways até A350 da LATAM, passando por raros como o da 727 da Via Brasil e afins. Acho que uns 35 no total. Outros apetrechos de voo também fazem parte do meu inventário, como copos (inclusive um da VASP que guardei de um dos voos no A300 que até hoje continua intacto), materiais promocionais de aeroportos, tarjas de bagagens, talheres, revistas de bordo, de aviação e até bandejas de serviços. Todas presenteados ou conseguidos em voo, também através da tripulação do voo, por amigos, aeronautas ou simpatizantes. 


CP: o que você tem na sua coleção o que considera mais precioso, e porquê?

RR: Sem sombra de dúvidas a resposta mais rápida e fácil de responder: uma blade do motor GE CF-6-50 que pertenceu ao meu estimado A300B2 PP-SNM. Como mencionado, vivi toda uma história com esta aeronave em particular e o ápice dessa relação foi a conquista de uma parte dele comigo. Paguei cerca de R$ 1.250,00 por ela! Descobri o link da empresa que a vendia pelo site Contato Radar.



CP: Fale mais sobre sua relação com o PP-SNM, do qual adquiriu a "blade".

RR: Quando a VASP parou, só me vinha uma coisa à mente: o destino do PP-SNM. Vi o destino inglório dos irmãos dele, o PP-SNL e PP-SNN*, e torci para que o PP-SNM fosse, de alguma forma milagrosa, conservado seja como restaurante em algum lugar do Brasil ou até mesmo – não custava sonhar – na coleção do Museu Asas de um Sonho, pertencente então à TAM. Finalmente a aeronave foi arrematada num leilão e ficou um bom tempo estocada em Guarulhos, envolta em fuligem e pó. Até que subitamente a aeronave foi removida dali e levada para uma sucata. Ainda dá para dar boas risadas quando a mídia tratou desse caso como o "mistério do avião que sumiu". Com esta remoção do A300 de GRU, iniciou-se minha missão de localizar a aeronave, pois, sem sombra de dúvidas, possuir até pedacinho de metal "retorcido" da primeira aeronave que me levou aos ares e me casou com aviação já me satisfaria. Então entrei em contato com alguns amigos de São Paulo a fim de coletar informações a respeito do paradeiro dele. Infelizmente não tive sucesso. passe a ficar de stand-by até encontrar alguma informação relevante. Foi então que fizeram uma postagem de um grupo que participo no Facebook chamado "VASP – Memórias". O post levava para uma matéria do Contato Radar com o seguinte título: "Já pensou em ter uma parte original do motor de um Airbus A300 da VASP?". Quando vi aquilo, o coração disparou. Seria do PP-SNM? ou do SNN? Ao ler a matéria tive a grata surpresa que se tratava dos blades dos motores do Sierra-November-Mike. A pauta em questão levava para o site da Aerocast Store, onde pude efetuar a compra mais emocionante da minha vida. Como era fim de ano, meu presente de ano novo já estaria garantido. Quando a blade chegou, fiz uma bela postagem no próprio grupo "VASP - Memórias" para agradecer a conquista e compartilhar minha emoção ao realizar aquele sonho. 




CP: Quanto você já pagou por algo para sua coleção? Quanto você normalmente investe em sua coleção?

RR: Como se trata de paixão, realmente não considero o preço – considero o valor daquilo que está sendo ofertado. Seja este emocional ou até mesmo histórico. No momento não ando investindo muito na minha coleção, mas estou montando um espaço memorável com os pertences referentes ao PP-SNM, onde vão constar a própria blade em destaque, uma maquete dele, safety card e algumas fotos minhas nele, inclusive no cockpit. 





CP: Você acha que se os organizadores dos leilões da Vasp tivessem pesquisado mais a respeito teriam arrecadado bastante dinheiro com a venda de suvenires que estavam dentro dos aviões que picotaram? Consta que bandejas, bagageiros, poltronas, safeties etc foram todos pro lixo ... 

RR: Sem sombra de dúvida! Esses organizadores não fazem ideia da fortuna que poderiam ter arrecadado. Eu, particularmente, pagaria um ótimo preço por uma porta de triquilha que contém o prefixo SNM, pois seria algo extremamente memorável ter esta peça com a matrícula em evidência. Realmente não sei se este pertence está com alguém ou "virou panela". Se esta peça fosse destinada pras pessoas corretas, teriam um retorno além do que valeria comercialmente aquele pedaço de metal. É uma pena que o processo de desmonte das aeronaves não levaram muito em consideração os milhares de apaixonados pela VASP e pela aviação que temos no Brasil. Se isto fosse pensado como deveria, com certeza eles teriam muito mais lucro e mais pessoas teriam seus desejos realizados.

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* Essas duas aeronaves foram picotadas em Congonhas, onde estavam paradas há anos, em abril de 2012

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