quinta-feira, 16 de julho de 2020

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

(texto: Solange Galante)

Da noite para o dia, devido à pandemia da Covid-19, a Lufthansa Cargo perdeu pelo menos 40% de capacidade de transporte devido à paralisação dos aviões de passageiros, em cujos porões transporta grande parte dos produtos de seus clientes. Foram 480 porões disponíveis a menos.

A consequência disso, considerando que o transporte cargueiro praticamente não parou durante os últimos meses, tendo apenas se adaptado à demanda urgente, foi, entre outras medidas, o adiamento da desativação de seus McDonnell Douglas MD-11F – restam ainda nove deles na frota – e aceleração das entregas do Boeing 777F pela fabricante – hoje já são sete na frota da empresa alemã, que ainda conta com 11 do mesmo modelo na Aerologic, sua joint-venture com a DHL. Os MD-11F tornaram-se adequados onde era necessário aumentar ou manter as frequências sem aumento da capacidade.

Todas as empresas do Grupo Lufthansa, em voos com passageiros ou apenas cargueiros, alcançam 91 destinos, dos quais 10 são na Europa, 42 na Ásia e Oriente Médio e 39 nas Américas, onde oito são para a América Latina, destacando-se quatro operando no Brasil: Guarulhos-Viracopos-Dacar-Frankfurt (uma vez por semana);  Curitiba-Viracopos-Natal-Dacar-Frankfurt (dois semanais); Viracopos-Montevidéu-Ezeiza-Dacar-Frankfurt (dois semanais) e o voo Guarulhos-Frankfurt com o 747-8 (só porão), que não parou durante o auge da pandemia e já passou para cinco frequências semanais. São mais de 600 toneladas de capacidade por semana.

Porém, a partir da próxima semana o voo para Natal passará a ser operado em Recife. Desde que foi inaugurado aquele que foi o primeiro aeroporto de grande capacidade concedido à iniciativa privada no Brasil, substituindo o antigo aeroporto Augusto Severo, ele sofre por problemas diversos, especialmente relacionados à sua distância da capital potiguar acompanhada de falta de infra-estrutura rodoviária de acesso – um aeroporto que se tornou uma verdadeira ilha na região. Desestimulada pelo movimento abaixo do esperado no aeroporto Aluízio Alves, a concessionária Inframérica já anunciou que irá devolvê-lo ao governo federal, que deverá marcar nova licitação do terminal.

Cleverton Vighy, diretor regional para o Brasil da Lufthansa Cargo, explicou a razão para a mudança de escala da empresa cargueira alemã: "A realidade do Aeroporto de Natal, a meu ver, é realmente um pouco triste porque o estado não tem conseguido gerar a demanda de negócios que existia lá anteriormente, principalmente na área de voos de passageiros. Alguns outros voos internacionais que existiam no aeroporto não estão operando, houve também uma grande redução nos voos domésticos, e daí o impacto aconteceu sobre as empresas chamadas Esatas, que são as empresas auxiliares de serviços, as que dirigem os tratores, fazem os carregamentos das aeronaves etc. Essas empresas estão reduzindo a oferta em Natal, então chegou-se a uma condição em que não era mais viável fazer a operação de serviço auxiliar para uma aeronave cargueira de grande porte. Por isso a necessidade da mudança."

Porém, como a empresa, uma das maiores do mundo no setor de logística aeroporto-a-aeroporto, continua apostando no potencial do mercado brasileiro, e Cleverton trouxe uma boa notícia:

(foto: divulgação assessoria Approach)

Desejamos que a retomada dos negócios seja a mais profícua não só para a Lufthansa Cargo quanto também para as demais empresas que apostam no nosso país para que todos saiam ganhando.




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