sábado, 31 de agosto de 2024

***Colaboração***

 

PRECISAMOS DE (MUITO) MAIS LINHAS DE PRODUÇÃO NO SETOR AEROESPACIAL


O texto abaixo é uma colaboração de um dos nossos leitores, a quem agradeço!

Colabore você também! Envie material interessante para este Blog! 
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O CENÁRIO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO MERCADO AEROESPACIAL MUNDIAL NA ATUALIDADE - UMA BREVE INTRODUÇÃO.

Após visitar diversos centros de inovação tecnológica este ano, obtive alguns insights que gostaria de compartilhar com vocês sobre as evoluções aeronáuticas, tanto civis quanto de defesa.

Não é novidade que motores elétricos, circuitos digitais e inteligência artificial (IA) para aviões, drones e materiais bélicos já estão em uso. No entanto, devido aos recentes requerimentos das Nações Unidas, tornou-se obrigatório que a produção de todas as peças seja regionalizada nas Américas e Europa.

Nesse contexto, enquanto a maioria das empresas ainda depende de peças e componentes chineses, russos, coreanos, entre outros, esse veto está causando uma mudança nos paradigmas da indústria brasileira no mercado mundial, seja bélico ou não. Afinal, já temos drones agrícolas produzidos no Brasil que estão em pleno funcionamento.

O PROBLEMA
Com as tensões aumentando, a ONU, em parceria com governos, está selecionando os melhores projetos e soluções absolutamente “regionais”. A princípio, pode parecer que isso é benéfico para nossa economia e crescimento das empresas. No entanto, a realidade é mais complexa.

Por exemplo, uma hélice de drone tático pode ser comprada por uma média de R$100,00 da China, enquanto a produção no Brasil custa cerca de R$1.000,00 por unidade. Esse problema se intensifica quando consideramos placas digitais, baterias e motores elétricos.

Podemos produzir tudo isso? Sim, claro! O que falta são insumos para criar nossas próprias linhas de produção, incentivos governamentais e uma mudança de mentalidade individualista para uma visão mais unificadora, com parcerias entre pequenas empresas de grande potencial. Somente assim poderemos fabricar o que atualmente importamos, com custos menores.

Portanto, a maioria das empresas, sejam grandes ou pequenas, enfrenta o dilema de não poder apresentar protótipos ou mesmo PMVs (produtos mínimos viáveis) que não sejam 100% nacionais. Isso ocorre porque, sem a certeza de que o investimento na total regionalização da produção (que é extremamente caro) será compensado por um contrato, as empresas hesitam em seguir adiante.

Um grande abraço,

Arthur Braga Padilha

CEO - Methark 

methark.com


 
(Foto: coleção pessoal)

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

EIS A RESPOSTA DO QUIZ DA 

DECOLAGEM CENTO E TRINTA DO PROGRAMA VOO 123

DO CANAL

SOLANGE AIRWAYS E O VENCEDOR! 




O Quiz da Decolagem CENTO E TRINTA foi composto por 4 perguntas:



E AQUI ESTÃO AS RESPOSTAS:
 

Veja as fotos abaixo do livro do próprio Museu por ocasião de sua primeira inauguração (11 de novembro de 2006)!
(A segundo, depois de sua ampliação, foi em 12 de agosto de 2010 - ele ficou fechado a partir de 2016)
 
 




Foto: Solange Galante/2010


Foto: Solange Galante/2010



 Obs: algumas fontes contam erroneamente que o MiG-15 foi doado ao Museu mas, segundo Willian Rady:

"O próprio João ( o Rolim já havia falecido ) me disse que os três MiG’s ( 15, 17 e 21 ) foram comprados na Polônia pelo Rolim, com intermediação de um conhecido dono de revista de aviões de São Paulo."



 
Bem... e qual foi o primeiro e-mail que chegou com as respostas corretas?
 
  

Parabéns ao PATRICK!


Além do presente da Decolagem 123, como ele acertou no primeiro e-mail enviado e também participou do Chat,  então ganha 5 + 5 pontos  para a atual fase do Hall da Fama, que acabou de ter início!
 
E agora quem for o segundo a enviar resposta correta ganha também pontuação de incentivo (2 pontos)!
 
Neste caso, foi o SÉRGIO CARDOSO!
 


 
Então, a pontuação da semana ficou assim!


Sérgio Cardoso.............= 20 pontos (indicação de entrev + 2o. a acertar)
Laurence Melo............. = 18 pontos (só participação no chat)
Patrick Krug..................= 17 pontos
Bruno Cilento................= 05 pontos (chat + participação no quiz)
 


Esta fase do Hall da Fama se encerra no próximo aniversário do programa!


 
Não assistiu à Live de quarta-feira? Não sabe qual era o  brinde/presente/prêmio? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 



Assista, dê seu LIKE e se inscreva no canal!
Toda QUARTA-FEIRA às 18h30 (Brasília)

  https://www.youtube.com/c/SolangeAirways

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Livros de Aviação

 

Vamos além de uma resenha. Apresentamos livros e indicamos onde podem ser conseguidos!




CATÁLOGO MUSEU AEROESPACIAL

Primeira obra da editora Hubs Aero Digital, capitaneada por Ricardo C. Padovese, a obra representativa dos 50 anos do MUSAL e dos 150 anos de Alberto Santos Dumont é bilíngue e tem revisão ortográfica e de conteúdo de Solange Galante. Cento e sete aeronaves do acervo do museu estão apresentadas em belas fotos e catalogadas em ordem cronológica de sua entrada em serviço no mundo da aviação. Imperdível para todos colecionadores e apaixonados pela história da aviação brasileira e mundial! Mais informações e como adquiri-lo: https://hubs.aero
 

Em português e inglês, com centenas de fotos, totalmente colorido
2023
160 páginas
28 cm X 22,5 cm
Brochura
Capa mole


Valores: a partir de R$ 129,90 (versão impressa)

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

EIS A RESPOSTA DO QUIZ DA 

DECOLAGEM CENTO E VINTE E NOVE DO PROGRAMA VOO 123

DO CANAL

SOLANGE AIRWAYS! ROLE A PÁGINA !




O Quiz da Decolagem CENTO E VINTE E NOVE foi composto por essas duas partes:




E AQUI ESTÃO AS RESPOSTAS:
 


 
 
OBS: Todos os parágrafos, dos dois quizes, são trechos do meu livro "Nas Asas do Líder - Biografia Oficial do Cel. Braga"
 
 
E qual foi o primeiro e-mail que chegou com a resposta correta?
 

 

Parabéns ao SÉRGIO!


Além do presente da Decolagem 123, como ele acertou no primeiro e-mail enviado e também participou do Chat,  então ganha 5 + 5 pontos  para a atual fase do Hall da Fama, que acabou de ter início!
 
E agora quem for o segundo a enviar resposta correta ganha também pontuação de incentivo (2 pontos)!
 
Neste caso, foi o Patrick Krug!
 
 
Então, a pontuação da semana ficou assim!


Laurence Melo............. = 13 pontos (chat + participação no quiz + indicação)
Sérgio Cardoso.............= 10 pontos 
Patrick Krug..................= 07 pontos (chat + particip do quiz + 2o. a acertar)
Bruno Cilento................= 05 pontos (chat + participação no quiz)
 




Esta fase do Hall da Fama se encerra no próximo aniversário do programa!


 
Não assistiu à Live de quarta-feira? Não sabe qual era o  brinde/presente/prêmio? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 



Assista, dê seu LIKE e se inscreva no canal!
Toda QUARTA-FEIRA às 18h30 (Brasília)

  https://www.youtube.com/c/SolangeAirways

 

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Plantão Caixa Preta

 EXCLUSIVO

Mais um chegando...

(atualizado às 20h21)

                                                        (foto: divulgação Total Linhas Aéreas)


PS-TLF para a TOTAL vindo para o Brasil AGORA, ainda com nome blueBird
Destino: Confins.



(monitoramento: agradecimentos ao Sr. Ros)


segunda-feira, 19 de agosto de 2024

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

SPEECH

SOU RESPONSÁVEL PELO QUE EU FALO, NÃO PELO QUE VOCÊ ENTENDE

(por Solange Galante)

Recebi na tarde dessa sexta-feira, no meu e-mail que serve também para contatos referentes a este Blog, uma mensagem de um leitor de minhas postagens abrindo um tema espinhoso que atraiu mais a atenção das redes sociais que o acidente em si, da semana anterior. E, após pedir permissão ao remetente para publicá-lo e respondê-lo aqui, eis-lo:

 

 

Eu nem tinha assistido ao programa da Globo na noite da terça-feira e durante toda a quarta-feira recebi dezenas de imagens de posts, comentários, links de vídeos referentes ao assunto... Daí, resolvi assistir ao programa pelo Globoplay para tentar entender o que acontecera. E só aumentou a minha dúvida...

Como diria "Jack" (ele mesmo...) vamos por partes, para tentar "desenhar" minha opinião:

1) Como aconteceu em outros programas/reportagens a que assisti, na TV e/ou internet, com uma variedade de especialistas em aviação, daqueles com e sem aspas, no Profissão Repórter (PR) houve explicações, inclusive por parte do Sr. Lito, "meramente ilustrativas", usando um termo bem conhecido da publicidade, do que todos já havíamos forçosamente assumido como uma das hipóteses para o acidente. E porque "havíamos assumido"? Porque menos de duas horas após o sinistro já havia quantidade exagerada de lives sobre essa e outras hipóteses em todo canto: televisão, computadores, celulares, quiçá até nas sapopembas das sumaúmas da Amazônia, usadas para comunicação na selva. Por sinal, num claro desrespeito às vítimas e seus familiares e amigos. Ou seja: todos fomos bombardeados pelas supostas hipóteses com os destroços ainda bem quentes, lá em Vinhedo.

2) Mesmo sendo explicações "meramente ilustrativas", ou seja, sem a intenção de relacioná-las diretamente ao "caso 2283", considerando-se o contexto em que estavam inseridas, qual seja: 

a- Um acidente gravíssimo recente

b- Um programa não especializado em aviação indo ao ar poucos dias depois e elegendo um especialista em aviação para dar entrevista

c- O entrevistado segurando uma maquete de avião igualzinho ao modelo que se acidentou, da mesma empresa etc

Tudo isso, portanto, "poderia" de fato compor uma relação A = B sobre o que foi falado, explicado, em uma das inserções do entrevistado, sugerindo que estava-se comentando, no caso da formação de gelo, uma possível causa do acidente em questão.

3) Entretanto em momento algum se fez diretamente essa relação durante as perguntas do repórter e respostas do entrevistado. Considerando só o que todos vimos, não o que não foi utilizado, do material bruto da entrevista. Desde que pudéssemos excluir o contexto supra citado (quase impossível, por sinal...). Deixando mais claro: para mim, para o Renato Rayal da mensagem para mim e até para um amigo meu, que opinou por Whatsapp para mim, conforme abaixo:


E não só sobre o trecho do "barulho" mas nos demais (possível passageiro sobrevivente e gelo nas asas) também.

4) Na mesma semana eu havia coincidentemente criticado outro youtuber por sua alta exposição na mídia a partir do acidente. Porque para dar entrevista para não-especialistas no assunto sempre se exige cuidados. Seja entrevista ao vivo ou gravada. Todo mundo deveria ter aulas de como dar entrevistas, essa é a verdade. Na maioria das vezes, se sai algo errado (e como sai!) não é por má fé do repórter, é por falha na explicação do entrevistado. E se ocorre algo errado na edição, também é possível que o editor não tenha entendido bulhufas do que foi dito na gravação.

5) Uma prática normal, comum, frequente do jornalismo é fazer entrevistas longas para se utilizar um tiquinho delas apenas.  Isso ocorre porque, ao contrário dos canais nas redes sociais, geralmente sem um limite definido de tempo, as matérias escritas ou em vídeo ou áudio nas TVs, jornais, revistas e mesmo nas versões para internet dos veículos de comunicação tradicionais (em oposição às redes sociais, sejam elas Youtube, Instagram, X, Facebook etc) há um tempo ou espaço limitado para a matéria. A publicidade nessa mídia hoje chamada de "tradicional" trabalha com isso de maneira diferente das redes sociais. Então 3 horas de entrevista viram 5 minutos, e assim por diante. Até eu fico magoada quando o que falei em entrevista não é usado na íntegra ou quando eu entrevisto alguém e não posso usar tudo o que ele ou ela fala...

6) Agora, um ponto muito importante a se observar é que vivemos num mundo onde engajamento, visualizações, curtidas e compartilhamentos valem muito mais (e dão muito lucro para as Big Techs) do que a informação séria, checada, educativa e realmente relevante. Este Blog não é monetizado, nem minhas redes sociais, mas se eu começar a postar sensacionalismo, por exemplo, dizer que testemunhei algo inacreditável, mesmo que seja mentira, desde que seja emotivo a ponto que atrair um público sedento por esse tipo de emoção (ex: fotos dos cadáveres envoltos em chamas), vai viralizar, com absoluta certeza. Foi por isso que muitas décadas atrás um monge vietnamita ateou fogo em si próprio e assim morreu, inclusive em posição de meditação, para um protesto político-religioso. E foi fotografado, e sua mensagem e seu martírio correram o mundo. "Viralizou" mesmo sem existir a internet. Por isso, o horrível, o doloroso e mesmo o enfrentamento, a luta, a guerra, a polarização são tão "curtidas". 

Há muitos outros pontos a se comentar mais ficarei nestes aqui, pelo menos por enquanto. A meu ver, quem entendeu errado o conteúdo do PR e criou posts ou mesmo matérias alegando que Lito tinha dado uma hipótese para o acidente, o que não me pareceu ter dado, esses que repercutiram erradamente o conteúdo do PR, ou o fizeram de má fé ou na "boa fé" de ter ou dar mais visibilidade a quem não precisa disso, muito menos dessa maneira.

E sejamos todos menos inocentes na hora de buscar alta exposição em momentos trágicos.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

SPEECH

  Tô aqui só observando...

 
(por Solange Galante)
 

OBSERVO que há 17 anos, no último grande acidente aéreo com empresa  brasileira regular em território nacional mal tínhamos o Orkut como rede social. Youtube e Facebook estavam chegando ao Brasil precisamente naquele ano, e não havia Instagram por aqui. Claro que a imprensa carniceira já devorava as notícias de tragédias com aviões mas, como hoje... jamais!

OBSERVO que, como não "cola mais" o "Estou desviando da Escola"  há o reaproveitamento de lugares-comuns, quais sejam: gritos, ordens, perplexidade, "dá potência aqui" e etecéteras de outros acidentes para movimentar a carnificina editorial... E deu certo! Repercutiu em muitas outras mídias!

Ah... OBSERVO que o "Falem mal, mas falem de mim!" engorda os bolsos das Big Techs graças às curtidas e visualizações frenéticas dos canais dos influenciadores e seu séquito caolho...

OBSERVO mais uma vez a maneira errada de combater os rivais em audiência, seja nos meios eletrônicos ou escritos... instigando o carniceiros a entrar nas polêmicas...

OBSERVO que há reclamações em vão, pura encenação de personagens vitimizando-se...

OBSERVO que muita gente ainda não leu meu livro "A Ás" onde, mesmo na ficção, critico a manipulação da informação, desde a supressão ou acréscimo de uma singela vírgula num texto...(se tivessem lido, talvez seriam mais espertos)

OBSERVO que mais uma vez confirmo minha tese de que neste país TUDO se resolveria com MAIS EDUCAÇÃO, COMBATE À CORRUPÇÃO E À IMPUNIDADE, explicando melhor, neste caso específico do voo finalizado em desastre: educação para saber diferenciar o Fake do Real e SEMPRE fazer a coisa certa; e combate à corrupção que, em algum momento, pode ter-se mostrado presente (é utopia achar que não existe corrupção na nossa aviação) e punir, punir sempre qualquer desvio de normas e regulamentos que possa se tornar trágico.

OBSERVO, por fim, "last but not least" que, mesmo sem a intenção de machucar, esse CIRCO todo do primeiro grande acidente aéreo brasileiro maciçamente monetizado pelas Redes Sociais fere de maneira atroz não só os corações de parentes e familiares de 62 vítimas mas também de todo mundo que depende da indústria de aviação de um dos maiores países do mundo e dos mais necessitados de transporte aéreo.

Continuarei observando. Doa a quem doer.

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Observação IMPORTANTE:
Lembrando de grandes acidentes aéreos em território brasileiro e com companhias brasileiras regulares:
Transbrasil 1980, VASP 1982, Transbrasil (Cargo) e Varig 1989 
TAM 1996
Gol (X Legacy) 2006, TAM 2007  
 
Há DEZESSETE anos não tínhamos um grande acidente aéreo com empresa regular no Brasil, e cada década que passa tem sido menos fatal que a anterior. Acho que em algo acertamos...
 
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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

SPEECH

SE VOCÊ ACHA QUE EU VOU FALAR DAS HIPÓTESES PARA O ACIDENTE AÉREO DE SEXTA-FEIRA... 



MAS VOU FALAR DO QUE EU ENTENDO: DA COBERTURA DA MÍDIA!

(por Solange Galante)



1) Para quê esse tipo de comparação? Nem vou comentar...

 


2) Gelo no motor turboélice gera preocupação? Mas eu mesma já fotografei nos motores do EMB-120 Brasília em voo, até no spinner! (devo explicar para a Globo o que é o spinner do motor? Ah, deixa pra lá...)




3) Enquanto isso... especialistas em aviação (com e sem aspas) surgem de todos os cantos, numa batalha "quem explica melhor" (ou não explica nada), alguns carregando consigo sua bolha ou tentando furá-la...


4) "Ah, mas meu público pede que eu fale, faça, explique isso..." Pois é, de tanto o público pedir, muitos youtubers despencaram de penhascos ou foram atropelados por trem fazendo selfie... 


5) Calma... nem tudo são espinhos... O último acidente aéreo de aviação comercial nessas proporções em território nacional foi em 2007. De lá pra cá, é nítido que os jornalistas repetem com cada vez mais frequência:

* "O acidente aéreo é uma soma de vários fatores, não apenas um"

* "Quem investiga o acidente é o CENIPA"

* "São duas caixas pretas e elas são vermelhas ou laranjas"

 
Graças a Deus aprenderam pelo menos isso!


6) Porém, um dos especialistas entrevistados disse isso num programa da TV Globo:

–"São laranjas para serem facilmente encontradas. Nada do avião é laranja. Nenhum sistema do avião é laranja. As caixas pretas são laranjas para se destacarem de todo o resto do avião..."


Ah, é? Fale isso para a GOL!


(E o "show" mal começou... Para o desespero de quem realmente entende do riscado...)

domingo, 11 de agosto de 2024

SPEECH

DESCULPEM-ME SE FRUSTREI VOCÊS...

(por Solange Galante)



No dia 9 de agosto publiquei aqui no Blog meu texto sobre a LABACE 2024, destacando esse evento aeronáutico anual que celebrou a pujança da aviação executiva e geral brasileira. É uma feira de negócios onde todos nós da comunidade da Aviação nos reencontramos, analisamos, compramos, vendemos e coletamos informações para publicações, pesquisas e planejamentos do futuro dessa indústria.

Mas eu tenho certeza de que no mesmo dia 9 meus leitores esperavam ler outra coisa aqui neste endereço: comentários sobre o acidente voo 2283 da VoePass.

Nesses meus quase 29 anos de jornalismo de Aviação eu cedo aprendi que essa é uma área especial.  Por mais veloz que a Aviação funcione, é preciso ter paciência e ponderação. Mesmo sabendo que os acidentes aéreos são didáticos. Não se aprende com o voo reto horizontal, nivelado, que precede um pouso seguro e será seguido de nova(s) decolagem(ns) igualmente seguras.

Já escrevi sobre acidentes aéreos passados – quando já eram um passado distante – e a base disso é a troca de informações com quem entende mais do que a gente. Estou sempre aprendendo com pilotos, engenheiros, escritores, comissários, passageiros frequentes. E é ISSO, esse debate sobre hipóteses sólidas ou não que nos ensina muito.

Mas eu também  aprendi o que não se deve fazer. Num mundo onde hoje, cada vez mais, todo mundo se acha dono ou dona da verdade, porque também fotografa, filma, entrevista, escreve e publica, e depois acha que é "jornalista", atropela-se tudo em nome de "visibilidade". Sinônimos: engajamentos, curtidas, likes, seja o nome que for. Nada contra! Mas totalmente contra a que custo se busca os tais engajamento e visibilidade.

Jornalista não é o cara, a fulana, toda essa gente que escreve bem, pontuação corretíssima, filma em 4K, fotografa com equipamento top top top, e é ágil para dar um "furo" mesmo em tempos em que "furo" está em extinção, devido à velocidade da mídia digital. Em nome dessa geração hiperconectada, as redes sociais – onde as risadas e o lucro só caem de fato nos bolsos das Big Techs – disseminam fake news e também aquelas imagens (em foto ou em vídeo) que o jornalismo sério passou a repudiar.

A maior "visibilidade" não é coisa do século XXI, não. Jornais como o Notícias Populares (1963-2001) ganharam apelidos como "se espremer, pinga sangue" e não foi à toa. As manchetes, as fotos e os ângulos utilizados para fotografar somavam-se ao "exagero mórbido", a palavra número 1 do "sensacionalismo" – cujo objetivo é sempre vender mais, atrair mais, ser conhecido por todos, custe o que custasse.

O sensacionalismo da imprensa de TV, por exemplo, considero que teve uma fronteira bem nítida, bem definida com o acidente com o voo 402 da TAM em 1996. Câmeras ao vivo transmitiram em primeiro plano corpos carbonizados, com bocas abertas em agonia, braços erguidos e assim calcinados, com suas mãos e dedos ansiando pelo socorro que não chegaria.

Acidente aéreo É notícia. O exagero desnecessário, não.

Antes dessa fronteira, a foto do passageiro transformado em carbono negro já foi vista através das janelas do Boeing acidentado em Paris em 1973 e as imagens filmadas de pessoas se jogando dos edifícios Andraus e Joelma em chamas mostravam a queda livre até o impacto com o solo – quando até descobrimos, a contragosto, que o corpo humano também quica, como uma bola de basquete.

Notícia, informa. Sensacionalismo gruda nossos olhos na tela, mas também pode embrulhar nossos estômagos, nos tirar o sono, nos trazer uma depressão coletiva e até nos causar dores nos ossos, replicando o infortúnio de vítimas indefesas.

O jornalismo sério varreu de seus manuais mostrar os entes carbonizados nas tragédias com fogo e as pessoas caindo dos prédios rumo ao seu destino trágico no chão duro e frio – vide as imagens do September Eleven, bem diferentes daquelas que citei aí em cima, de trágicos Infernos na Torres.

Eu escrevi jornalismo sério. O que vem a ser isso?

O jornalismo que se limita ao que é necessário noticiar. O exagero é outra coisa: é o “circus romano” com lutas mortais dos gladiadores ou então é o circo onde pessoas muito baixas, muito altas, muito peludas ou animais com cinco patas e duas cabeças atraem grana, visibilidade, diversão! Afinal, mexem com a nossa emoção!

Raras vezes me lembro de repórteres ou apresentadores chorando ao vivo. Geralmente, ao noticiar a morte trágica e absolutamente inesperada daquele colega de profissão. Quando até pedem, esses repórteres e jornalistas, um tempo, e se ausentam da transmissão. Mas isso é exceção e demonstra quando somos humanos.

Porém, há outro tipo de choro. Chorar copiosamente (ou mesmo forçosamente) quase em simultâneo com o desastre, quando o calor da explosão ainda castiga os bombeiros, quando os parentes das vítimas estão ainda em choque ou quando ainda se evitam tomadas cinematográficas que possam mostrar as vítimas literalmente torradas, nesse momento e dessa maneira teatral não se trata de notícia, não é aula, não é explicação, não é ensinamento, e não é minimamente respeitoso.

A EMOÇÃO é a cola mais poderosa para levar algo ao cérebro para sempre. Sejam boas ou más emoções. Por isso, existem os atores e as atrizes. Quanto mais emoções conseguem transmitir, melhor a novela, o filme, a peça, que farão sucesso e ganharão aplausos da audiência.

No entanto, notícias sobre tragédias, envolvendo uma, duas, cinco, vinte, sessenta pessoas ou mais, não são novelas, nem filmes e nem peças teatrais. São vida real com pessoas reais e um sofrimento inimaginável.

Se antes era o Notícias Populares o primeiro a publicar uma foto (real ou exageradamente retocada, ou mesmo inserida em novo contexto) para a emoção ajudar o jornal a vender mais – o que durou décadas, e só parou de acontecer com a concorrência do “sangue na TV” – agora busca-se ser o primeiro ou a primeira a aparecer com olhos vermelhos (ou não) ou inundar nossas telonas e telinhas com o desespero alheio, sempre com toneladas de emotividade trabalhada para ganhar audiência às custas da morte.

São técnicas de sensacionalismo ser o primeiro ou primeira a noticiar a morte dando zoom no rosto da viúva ou do viúvo, fazer perguntas seguidas para as fontes ficarem mais emotivas e desesperadas... ou incorporar em si próprio toda essa emoção alheia para receber comentários de que “ele ou ela é humano, tem coração, está compadecido”.

Na verdade, foi tanta pressa para entrar ao vivo no ar que, mais do que “humano e compadecido”, trata-se apenas de uma pessoa cheia de boletos para pagar, onde é o engajamento que pode ajudar...custe o que custar, mesmo deitando e rolando sobre o luto alheio.

Portanto, não se engane: Jornalismo não é isso. Você pode até gostar de melodrama baseado em tragédias reais mas aposto que as pessoas que hoje estão machucadas, fatalmente feridas, destroçadas em seu luto particular ou coletivo, não gostam de melodrama barato movido a curtidas.