(por Solange Galante)
Bem-vindos ao Speech BIO!!!
Mas, o que é Speech BIO???
Aqui, BIO é de "Biografia". São trechos da minha biografia pessoal profissional comentada!
O que eu vi... e/ou
O que eu soube... e/ou
O que eu fiz... e/ou
O que me contaram...
(Do qual tudo tenho provas/testemunhas/registros!)
Você vai gostar de saber verdades, e até vai se divertir também!!!
Afinal, este é um Blog de bastidores!!! Aqui sempre se foge do previsível!!! 😉😉😉
"Bastidores do verdadeiro jornalismo de aviação!"
Curiosa, assisti, na semana passada, a uma Live a respeito de "verdades" sobre o jornalismo de aviação. Assisti a tudindo, e me decepcionei um pouco.
Cadê as "verdades"???
Não, não que fossem "mentiras" o que foi comentado. No mundo existem "Verdades", "Mentiras" e "Omissão da verdade". E foi o que ouvi. Então, resolvi falar um pouco sobre os "bastidores" omitidos. Sempre que for conveniente, não citarei nomes, porque os pecados – e as virtudes – interessam mais do que os pecadores e os santos (santos?).
Sou a única representante do jornalismo especializado que, ao longo de 25 anos, escreveu única e exclusivamente sobre a-vi-a-ção. Ops! Não fosso omitir a verdade: escrevi UMA matéria que não tinha nada de aviação, foi uma sobre "trens turísticos" – escrita sem viajar em qualquer deles, escrita à base de telefone e email, como encomendada e solicitada que fosse dessa maneira, para a extinta revista de bordo Céu Azul. E foi só. Todas as demais reportagens que escrevi ao longo de minha carreira profissional tinham asas – fixas, rotativas, ou de aves, como a primeiríssima, publicada no também extinto Jornal de Aviação nos idos dos anos 1980. Que ilustra este texto.
Curiosa, assisti, na semana passada, a uma Live a respeito de "verdades" sobre o jornalismo de aviação. Assisti a tudindo, e me decepcionei um pouco.
Cadê as "verdades"???
Não, não que fossem "mentiras" o que foi comentado. No mundo existem "Verdades", "Mentiras" e "Omissão da verdade". E foi o que ouvi. Então, resolvi falar um pouco sobre os "bastidores" omitidos. Sempre que for conveniente, não citarei nomes, porque os pecados – e as virtudes – interessam mais do que os pecadores e os santos (santos?).
Sou a única representante do jornalismo especializado que, ao longo de 25 anos, escreveu única e exclusivamente sobre a-vi-a-ção. Ops! Não fosso omitir a verdade: escrevi UMA matéria que não tinha nada de aviação, foi uma sobre "trens turísticos" – escrita sem viajar em qualquer deles, escrita à base de telefone e email, como encomendada e solicitada que fosse dessa maneira, para a extinta revista de bordo Céu Azul. E foi só. Todas as demais reportagens que escrevi ao longo de minha carreira profissional tinham asas – fixas, rotativas, ou de aves, como a primeiríssima, publicada no também extinto Jornal de Aviação nos idos dos anos 1980. Que ilustra este texto.
Mas vamos ao foco deste texto...
E as tais "verdades" da Live?
Há os ossos do ofício. O trabalhão que dá concluir cada matéria bonita que o leitor lê – bem aquilo de "10% de inspiração e 90% de suor, chute na canela, exaustão e frustração". O leitor abre a revista ou o site/coluna/blog de aviação e acha que foi lindo e maravilhoso para se materializar aquilo – texto jornalístico se chama "matéria" justamente porque é uma ideia que se materializa para o leitor, telespectador ou internauta acessá-lo. Acham que o cara amanhece com a ideia de ensaiar um determinado avião, vai até onde ele está, troca umas ideias com o proprietário do mesmo, embarca e voa. Mas o público em geral não têm ideia do trabalhão que dá arrumar uma aeronave para ensaiar em voo, contratar piloto, abastecer, torcer pra São Pedro colaborar e deixar o céu "de brigadeiro", pedir autorização a um aeródromo (maioria das vezes) para passagens baixas... E ainda ia me esquecendo de citar: qual será o avião paquera, ou seja, onde estará o fotógrafo, garantir que haverá segurança máxima na missão, porta aberta e "zero janela" em voo, e "o sol tá indo embora, vamos fazer rápido as fotos!" pois ficaram o dia todo tratando dos probleminhas inerentes à missão mas o astro-rei não fica parado esperando... E, para isso tudo, vai uma grana considerável: elementos humanos, taxas, pedágios, tarifas, vale-refeição, pernoites, seguro, telefonemas etc etc etc.
Há os ossos do ofício. O trabalhão que dá concluir cada matéria bonita que o leitor lê – bem aquilo de "10% de inspiração e 90% de suor, chute na canela, exaustão e frustração". O leitor abre a revista ou o site/coluna/blog de aviação e acha que foi lindo e maravilhoso para se materializar aquilo – texto jornalístico se chama "matéria" justamente porque é uma ideia que se materializa para o leitor, telespectador ou internauta acessá-lo. Acham que o cara amanhece com a ideia de ensaiar um determinado avião, vai até onde ele está, troca umas ideias com o proprietário do mesmo, embarca e voa. Mas o público em geral não têm ideia do trabalhão que dá arrumar uma aeronave para ensaiar em voo, contratar piloto, abastecer, torcer pra São Pedro colaborar e deixar o céu "de brigadeiro", pedir autorização a um aeródromo (maioria das vezes) para passagens baixas... E ainda ia me esquecendo de citar: qual será o avião paquera, ou seja, onde estará o fotógrafo, garantir que haverá segurança máxima na missão, porta aberta e "zero janela" em voo, e "o sol tá indo embora, vamos fazer rápido as fotos!" pois ficaram o dia todo tratando dos probleminhas inerentes à missão mas o astro-rei não fica parado esperando... E, para isso tudo, vai uma grana considerável: elementos humanos, taxas, pedágios, tarifas, vale-refeição, pernoites, seguro, telefonemas etc etc etc.
Não só para ensaios e voos e fotos ar-ar. Reportagens bem arroz-com-feijão também dão um senhor trabalho! Ir até o entrevistado (o ideal), ou ele vir até você ou fazer por email, telefonema, Whatsapp, Skype etc? Você pode marcar, o cara te retorna desmarcando, "Não, no dia que você pode eu não posso porque tenho outra pessoa para entrevistar no mesmo dia!", você responde. Ou, então, você é escalado para ir a um evento onde a pauta não rende tanto assim, e você perdeu metade do dia ou um dia inteiro para uma notícia pouco interessante e menos ainda lucrativa...
Para, depois disso tudo, muitas vezes (quase sempre, na verdade) o leitor passar direto pela matéria e ir ler textos mais curtos (ensaio em voo, por exemplo, nunca é matéria curta) ou então, ler e nunca ter a curiosidade de ver quem escreveu, quem fotografou, quem realmente se empenhou em fazer tudo aqui acontecer! E os louros acabam indo para o editor (editor-chefe, ou único editor) que, não raras vezes, cobra, pressiona, até xinga mas que não faz lá muita coisa, em vários casos...
Mas, para os poucos (dentro do número global de supostos leitores, e geralmente os poucos já são da área, são raros os leigos) que têm essa curiosidade, nomes como o do saudoso Fernando Almeida (nos ensaios em voo) são relevantes, admirados e aplaudidos. (Ufa! Alguém foi reconhecido, pena que ele não esteja mais entre nós).
Justamente, o que mais acontece nos bastidores das redações (e hoje "redação" praticamente se transformou em home office) é a falta de reconhecimento e respeito pelo redator, o escritor de fato. A não ser que ele seja da "panelinha", aí pode ser que escape da regra.
Enquanto escrevo este ou qualquer outro texto a ser publicado, como sempre acontece, escolho e meço cada palavra para impactá-lo, leitor, da melhor maneira possível, e o jornalista precisa saber fazer isso com maestria, tanto para chocar, no caso da notícia negativa e pesada, quanto para elevar seu moral e admiração pelos personagens e pelos objetos da reportagem. Frequentemente, para o jornalista que redige (ou fala na TV, no rádio etc) "andar" e "caminhar" não são sinônimos (e não são mesmo!). Cada palavra tem sua própria energia e dimensão na linguagem humana. Daí, vem um editor que se acha a última bolacha do pacote (aquela sempre esfarelada, por sinal) e reescreve o texto que você redigiu e assinou com todo carinho e profissionalismo, e, sim, dentro das regras da empresa. Já aconteceu "N" vezes comigo. Mas em 0,5 % das vezes, foi uma boa troca, que aceitei e até agradeci, pois também, é claro, há editores humildes, cavalheiros, que pedem permissão ao redator antes de tirar uma virgula sequer do texto dele.. E "ficou melhor assim". Mas, em 95,5% das vezes, foi pura arrogância hierárquica, justificada pelo editor como "Eu simplesmente não sei ler o texto de alguém sem 'canetar', sem 'corrigir', sem 'reescrever trechos'." Mesmo que tenha que inventar qualquer coisa pra isso. É, às vezes a "caneta" (hoje substituída pelo mouse) tem vontade própria, é pelo menos o que parece. Daí, surgem coisas como trocar a esposa de Getúlio Vargas por sua filha no batismo do Brazilian Clipper, um dos hidroaviões da Pan American Airways em reportagem sobre esse tema ou antecipar a criação do Grupamento Águia da PM de São Paulo em outra reportagem, esta sobre o incêndio do Edifício Andraus. Trocas feitas sem nenhuma base histórica e zero consulta ao redator. Por quê? Por pura arrogância do editor. Nessas horas, o redator (quem realmente tinha escrito e teve seu texto adulterado) dá graças a Deus quando o leitor não lê seu nome lá publicado, para não passar tanta vergonha, pois o erro, quando identificado, será imediatamente lhe creditado, o editor arrogante jamais terá SEU nome exposto.
Continuarei com esse tema aqui no Speech BIO!!!
Para, depois disso tudo, muitas vezes (quase sempre, na verdade) o leitor passar direto pela matéria e ir ler textos mais curtos (ensaio em voo, por exemplo, nunca é matéria curta) ou então, ler e nunca ter a curiosidade de ver quem escreveu, quem fotografou, quem realmente se empenhou em fazer tudo aqui acontecer! E os louros acabam indo para o editor (editor-chefe, ou único editor) que, não raras vezes, cobra, pressiona, até xinga mas que não faz lá muita coisa, em vários casos...
Mas, para os poucos (dentro do número global de supostos leitores, e geralmente os poucos já são da área, são raros os leigos) que têm essa curiosidade, nomes como o do saudoso Fernando Almeida (nos ensaios em voo) são relevantes, admirados e aplaudidos. (Ufa! Alguém foi reconhecido, pena que ele não esteja mais entre nós).
Justamente, o que mais acontece nos bastidores das redações (e hoje "redação" praticamente se transformou em home office) é a falta de reconhecimento e respeito pelo redator, o escritor de fato. A não ser que ele seja da "panelinha", aí pode ser que escape da regra.
Enquanto escrevo este ou qualquer outro texto a ser publicado, como sempre acontece, escolho e meço cada palavra para impactá-lo, leitor, da melhor maneira possível, e o jornalista precisa saber fazer isso com maestria, tanto para chocar, no caso da notícia negativa e pesada, quanto para elevar seu moral e admiração pelos personagens e pelos objetos da reportagem. Frequentemente, para o jornalista que redige (ou fala na TV, no rádio etc) "andar" e "caminhar" não são sinônimos (e não são mesmo!). Cada palavra tem sua própria energia e dimensão na linguagem humana. Daí, vem um editor que se acha a última bolacha do pacote (aquela sempre esfarelada, por sinal) e reescreve o texto que você redigiu e assinou com todo carinho e profissionalismo, e, sim, dentro das regras da empresa. Já aconteceu "N" vezes comigo. Mas em 0,5 % das vezes, foi uma boa troca, que aceitei e até agradeci, pois também, é claro, há editores humildes, cavalheiros, que pedem permissão ao redator antes de tirar uma virgula sequer do texto dele.. E "ficou melhor assim". Mas, em 95,5% das vezes, foi pura arrogância hierárquica, justificada pelo editor como "Eu simplesmente não sei ler o texto de alguém sem 'canetar', sem 'corrigir', sem 'reescrever trechos'." Mesmo que tenha que inventar qualquer coisa pra isso. É, às vezes a "caneta" (hoje substituída pelo mouse) tem vontade própria, é pelo menos o que parece. Daí, surgem coisas como trocar a esposa de Getúlio Vargas por sua filha no batismo do Brazilian Clipper, um dos hidroaviões da Pan American Airways em reportagem sobre esse tema ou antecipar a criação do Grupamento Águia da PM de São Paulo em outra reportagem, esta sobre o incêndio do Edifício Andraus. Trocas feitas sem nenhuma base histórica e zero consulta ao redator. Por quê? Por pura arrogância do editor. Nessas horas, o redator (quem realmente tinha escrito e teve seu texto adulterado) dá graças a Deus quando o leitor não lê seu nome lá publicado, para não passar tanta vergonha, pois o erro, quando identificado, será imediatamente lhe creditado, o editor arrogante jamais terá SEU nome exposto.
Continuarei com esse tema aqui no Speech BIO!!!
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