Primeira
edição da HELI-XP, em Carapicuíba, na Grande São Paulo, mostrou vigor do setor.
Segundo dados da ANAC
(Agência Nacional de Aviação Civil) e da Abraphe (Associação Brasileira de
Pilotos de Helicóptero), a cidade de São Paulo já tem, há alguns anos, a maior
frota de helicópteros do mundo, tendo já superado a cidade de Nova York. A
metrópole estadunidense, aliás, tem maior número de operações turísticas com
essa categoria de aeronave, enquanto que São Paulo, por suas características de
trânsito intenso, carência de vias de acesso, limitações de velocidade de
tráfego e violência urbana, possui intenso uso da mobilidade aérea,
especialmente dentro da própria região ou para sair da região metropolitana
para pontos específicos do interior, ou vice versa. Sem contar a cobertura
aérea da imprensa e atendimento para-público, em especial das polícias civil e
militar paulistas, e incluindo o transporte de órgãos humanos para transplantes.
Frequentemente, somente pelo ar grandes empresários, artistas e esportistas
conseguem cumprir seus compromissos e reuniões fugindo do caos da mobilidade
terrestre.
Com o crescimento intenso da
frota brasileira desde meados da década de 1990, o setor, cada vez mais
pujante, no entanto, não conseguia emplacar um evento exclusivo. Houve diversas
tentativas, no Campo de Marte, por exemplo, e mesmo a famosa Labace (Latin
American Business Aviation Conference & Exhibition), a feira internacional
de aviação executiva que marca presença anual no Aeroporto de Congonhas desde
2003, não tinha aeronaves de asas rotativas em suas primeiras edições.
Mas, enfim, o setor ganhou
um presentão em 2019: o surgimento da Helicopter Experience ou, simplesmente,
Heli XP. Organizado pela G2C Events, a feira escolheu um local mais do que
propício para ocorrer: o Helipark, o centro de serviços e hangaragem para
helicópteros, localizado na cidade de Carapicuíba, na região metropolitana de
São Paulo.
(Foto: Solange Galante)
O evento nasceu
justamente por uma demanda de mercado. Foram dois dias – 15 e 16 de
maio – só para quem gosta de helicópteros e quer fazer negócios voando ou já os
utiliza como ferramenta de trabalho. O trade
relacionado ao segmento estava em peso presente ao Helicopter
Experience, cuja estreia já superou todas as expectativas de público, com cerca
de mil e quatrocentos visitantes e 55 pousos de helicópteros. Sim, muitos deles
nem estavam participando oficialmente do evento mas a presença de vários
modelos, dos vários fabricantes com certificação no Brasil, especialmente dos usuários do
Helipark, permitiram aos visitantes apreciar em voo a grande variedade dessas
máquinas maravilhosas. O Heli XP mostrou-se um híbrido de feira de negócios e
evento de relacionamento, aberto apenas para convidados e profissionais do
setor como pilotos, empresários, fornecedores etc. Cinquenta marcas estiveram
em exposição, além de 25 aeronaves expostas para comercialização – cerca de US$
50 milhões em máquinas – , estandes ocupando um dos hangares do Helipark, mais
uma área Premium, que movimentaram os dois dias do evento, atraindo um público
de três mil e oitocentas pessoas no total. Ao todo, foram cento e setenta e quatro pousos
de helicópteros particulares trazendo seus proprietários e convidados para o Helicopter
Experience, isso sem contabilizar voos do aplicativo parceiro do evento e de
helipontos próximos.
Entre as empresas presentes em estandes
rigorosamente iguais em tamanho e características – para ninguém se sobressair,
e todos serem tratados igualmente como importantes – estavam a Líder Aviação,
Pratt & Whitney, EFAI, Razac Trading, Whelen Aviaton, Dancor Seguros, Aero
Import Consultoria, Mach Training, Avionics Services, Sertrding, Mapfre, Bose e
MTX Aviation. Um restaurante com preços e variedade que agradou a todos,
banheiros limpos e bem localizados, tornaram as visitas ainda mais agradáveis.
Um auditório para palestras também foi uma
das atrações e contou com temas e palestrantes de grande interesse aos
visitantes.
(Foto: Solange Galante)
O SONHO E A REALIDADE
Os helicópteros, que já foram tratados apenas como artigos de luxo, já fazem parte da rotina das pessoas e a feira veio fortalecer a presença e importância das aeronaves de asas rotativas como ferramenta de ganho de tempo, utilidade pública e mobilidade. Se desenhos animados e filmes de ficção científica do passado criaram na mentalidade das crianças de outrora a possibilidade de deslocamentos aéreos urbanos no então futuro “Século XXI”, essa realidade já se firmou por meio do helicóptero, ainda no século XX. Inclusive, a primeira empresa de voos urbanos por aplicativos – a evolução do transporte aéreo dentro das metrópoles – a aterrissar na capital paulista, a Voom, também presente ao evento, faz uso intenso do helicóptero. Além disso, vivemos o século do reinado dos drones, veículos aéreos não tripulados muito populares inclusive nas cidades, realizando as mais diferentes tarefas. Essas aeronaves utilizam justamente a tecnologia das asas rotativas e já são o embrião do transporte urbano de pessoas do futuro, sem pilotos, inclusive, já em desenvolvimento.
Com um futuro tão
promissor, e contando com o apoio de um evento desse porte, o setor comemora a
primeira edição do Heli XP, que superou as expectativas de seus realizadores,
patrocinadores, expositores e visitantes.
“Estimamos que o
relacionamento proporcionado aos expositores irá gerar negócios para os
próximos três meses. Só durante o evento, tivemos a concretização de cerca de
US$ 5 milhões em negócios, segundo informações prévias fornecidas pelos
próprios expositores”, comemora Gledson Castro, sócio idealizador da feira.
Gledson, já no primeiro dia, ficou admirado com a quantidade de visitantes
acessando o Helipark por automóvel, o que gerou, momentaneamente, um
congestionamento no estacionamento local, jamais visto antes.
Segundo Roberta N. Yoshida, sócia criadora
do evento, desde o conceito e criação até a comunicação do Helicopter
Experience, o helicóptero foi tratado como uma importante ferramenta de
mobilidade, principalmente nos grandes centros. E a partir deste kick off, que foi a feira em si,
“passaremos a criar ações para manter o Heli XP ativo até sua próxima edição,
através de ações para conectar os próprios expositores e fomentar a geração de
relacionamento com o mercado e com os usuários, seja ele pessoa física ou
jurídica”, completou.
A geração de negócios também se estendeu à
área Premium, que contou com marcas como Cyrela,
Intermarine, Via Itallia (Maserati), Alma Premium, Feira Parte, Esch Café e
Porsche Design.
Por sua vez, o
Helipark viveu
seu dia de “Aeroporto de Congonhas das Asas Rotativas”, tamanho era o movimento
de decolagens e pousos que nem a chuva, que teimou em aparecer, aplacou.
CABE NUMA MOCHILA
(Foto: Solange Galante)
Todos carregamos um notebook, um tablet,
toda sorte de equipamentos em uma mochila. Agora, pode-se transportar também em
mochilas GPUs (Ground Power Units), ou seja, Unidades
de Energia de Solo com poder para energizar aeronaves, e a lista de
modelos que podem utilizar o equipamento é enorme: além da maioria dos
helicópteros presentes à Heli XP, e mesmo alguns que não estiveram presentes,
como os aviões Grand Caravan, Bonanza, Baron, PC-12 etc.
Como explica Tamara Savelkoul,
representante da empresa brasileira Flying Box, as unidades de 5 kg, que são montadas
pela Avionics Service, podem substituir as tradicionais de 100 kg fornecendo
100 ampéres. Outro modelo, ainda mais potente, pesa cerca de 20 kg e fornece
300 ampéres. Este, naturalmente, não cabe em uma mochila mas também é muito
mais compacto que um GPU tradicional equivalente.
MUITO MAIS QUE O DRONE QUE
VOCÊ TEM EM CASA
(Foto: Solange Galante)
Por sua vez, Tiago Giglio
Rodrigues, fundador e diretor executivo da empresa JetWind, exibiu uma maquete
do RPA (Remotely Piloted Aircraft) RQ-17
ION que opera com características VTOL (Vertical Takeoff and Landing),
atendendo o conceito de “performance de aeronave de asa fixa + flexibilidade
operacional de aeronave de asa rotativa.” Como plataforma de inspeção e para
filmagens aéreas, o RPA possui patentes sendo requeridas no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e no WIPO (World Intellectual Property Organization) da Suíça. Projeto 100% brasileiro, o RQ-17 ION foi lançado na última LAAD, no
Rio de Janeiro, no estande da ABINDE
(Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança).
GALERIA
Estive presente ao primeiro dia do Heli
XP, com a sorte de ter o sol presente, em alguns momentos, entre uma chuvinha e outra,
que refrescou mas não conseguiu reduzir o entusiasmo dos presentes. Confira mais imagens do Heli XP:
(Todas as fotos abaixo de Solange Galante)
Bell 505, um dos maiores sucessos da fabricante dos EUA.
Agusta Grand, um dos sucessos da Leonardo.
MD 902 da MD Helicopters, sem rotor de cauda.
A AGS Logistics literalmente embrulha os helicópteros que transporta.
AW 139 da Icon Aviation: conforto à toda prova.
Esquilo AS 350 B2: dispensa apresentações!
Leonardo Agusta Grand à venda
Robinson R44
Robinson e MD juntos
Dois Robinson R22 da Vertical Escola de Aviação
Compare as linhas externas deste R44...
.. e deste R66.
Mais um A109 Power
Mais um R44 (preto) ao lado do R66 (azul)
Bell 206 visitando a Heli XP.
H120 Colibri
O pátio esteve o tempo todo repleto de helicópteros.
Mais um Leonardo/Agusta Power vindo para pouso.
Newscopter R44 da Helicóptero Digital Ltda.
Helibras AS 350 B3
Mais um AS 350 B3
Airbus EC 135P2+
Decolagem do MD902
Mesmo com alguma restrição de visibilidade durante a chuva leve,
muitas decolagens e pousos durante o evento.
A organização do evento foi muito elogiada.
O Helipark mostrou-se o local ideal para a Heli XP.
Airbus EC 130 B4
Na exposição estática, duas fileiras de aeronaves.
O Newscopter "Tubarão" do Grupo Bandeirantes
Um Dauphin AS 365 N2 de táxi aéreo.
Um dos "Pelicanos" da Polícia Civil de São Paulo.
O Newscopter com o Cmte. Hamilton nos comandos.
Mais um Esquilo decola: a decolagem do Heli XP
também foi tranquila e promete mais em 2020!
(Todas fotos abaixo de Solange Galante)
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