INFORMAÇÃO É ENERGIA
(por Solange Galante)
Nada acumulamos mais durante a vida do que informações. Informações passadas por nossos pais, informações adquiridas na escola, informações empíricas, informações que foram coletadas por nossos antepassados e por toda a humanidade por milênios. Reter para si informações pode condenar um povo à extinção. Fazer circular a informação correta, verdadeira, clara e útil direciona as novas gerações, muda o destino de todos que têm acesso a ela.
Quando Marcelo Magalhães, o autor desse artigo publicado na famosa revista inglesa Propliner, amigo de aviação, me pediu informações sobre os Viscount da Vasp, ele sabia o que queria. Em setembro de 2014 eu participei de um dos leilões de materiais da massa falida da Vasp e adquiri oito livros de atas da mesma, três dos quais com assinatura dos participantes, cinco outros, com informações em tempo real do que estava acontecendo na empresa aérea por ocasião das assembleias de acionistas. Assim como a pesquisa em jornais de época, esse tipo de documento é um retrato fiel de tempo, espaço e ambiente. Pus todas as minhas fichas para adquirir esses livros, e a disputa foi árdua. Eu disputava contra um concorrente que dava lances online, até que ele jogou a toalha e eu arrematei. Com isso, o material se valorizou, atingiu R$ 2.500,00 e corri ao banco para pegar um empréstimo online para poder levá-lo pra casa. Eu conheceria meu concorrente logo depois de ir buscar os livros no prédio da antiga sede da Vasp. E eu garanto que ele não iria compartilhar essas informações como elas merecem ser compartilhadas.
Mas a pesquisa desse entusiasta brasileiro colaborador da importante revista sobre aviões a hélice – a pistão e turbo-hélices – não prima só pelo conteúdo e por ter buscado fontes fidedignas. Prima também pela correção em não esquecer de agradecer quem teve o trabalho de conseguir o que ele não tinha e que ele foi buscar. Cada pesquisador, cada historiador, na maioria das vezes solitário na defesa de teses e lutando contra a falta de recursos financeiros, mas jamais carente de amor pelo que faz, onde cada informação que comprova ou consegue é o combustível para ir adiante, cada uma dessas pessoas deve ser sempre respeitada, reconhecida, lembrada. Por isso que eu insisto sempre, neste Blog, pelo reconhecimento do direito autoral, citação de fonte, colocação de crédito de fotos etc. Pois a informação, que gera material escrito ou fotográfico, não surge do nada. Surge de investimento em equipamentos, em tempo, em grana, e deve ser sempre reconhecido. O amigo Martin Bernsmüller, outro que ajudou Marcelo nesta pesquisa, é um exemplo vivo de dedicação que sempre deve ser reconhecida.
Por isso, mais do que parabenizar Marcelo Magalhães, e agradecê-lo como lembrança ao citar meu nome, eu o coloco como exemplo de correção e respeito a quem ajuda. O que, literalmente, neste caso, turbina ainda mais o interesse pela história da nossa querida aviação.
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