Speech BIO

(por Solange Galante)
Bem-vindos ao Speech BIO!!!
Aqui, BIO é de "Biografia". São trechos da minha biografia pessoal profissional comentada!
Afinal, este é um Blog de bastidores!!! Aqui sempre se foge do previsível!!! 😉
"Ele reclamou mas... estava errado!"
(Revelações INÉDITAS... e a CERTEZA de que o Universo – ou qualquer nome que você prefira – conspira SIM a meu favor na Aviação)
O dia 31 de março de 1999 cairia numa quarta-feira. Se o resultado do Prêmio de jornalismo daquele ano tivesse sido diferente, eu estaria, no dia 31, no Rio de Janeiro, recebendo meu segundo prêmio em pouco mais de três anos de atividade na profissão que abracei.
Eu havia concorrido com a matéria "O Perfil do Novo Comandante às Portas do Século XXI", publicada na Aviação em Revista em julho do ano anterior. Mas, como eu soube semanas antes daquele 31/03, a campeã da categoria "Aviação Comercial", uma das quatro categorias do Prêmio Santos Dumont, havia sido "O DC-6 e o DC-7, os Últimos Douglas a Hélice no Brasil", publicada na revista Flap Internacional. Havia sido escrita por outro jornalista, cujo nome não vou citar aqui, e vocês saberão o porquê mais adiante.
A minha matéria citada acima eu a havia escrito em troca apenas de uma passagem aérea para ir a Porto Alegre assistir à formatura de uma das primeiras mulheres aluna de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, sendo que o curso daquela Universidade havia sido o assunto principal da minha reportagem de várias e várias páginas, escritas com muito amor, com muita dedicação, com toda alegria que a aviação me proporcionava. Não fui remunerada, mas essa pauta de minha iniciativa era minha aposta para voltar a vencer no Prêmio. O Sr. Hélcio Estrella (in memoriam), editor da Aviação em Revista, topou publicar a reportagem e me passou uma passagem da Vasp (de sua permuta) para a volta, sendo que a PUCRS pagou minha passagem de ida à capital gaúcha pela empresa aérea Rio Sul.
Ante tanta dedicação, minha decepção foi gigantesca ao reconhecer não ter vencido com aquela matéria, um assunto quente, muito comentado na época – a formação universitária dos pilotos comerciais – e ter perdido diante de uma matéria "fria", histórica, "de gaveta", muito interessante, sem dúvida, muito importante em seu contexto histórico mas, na minha opinião, menos relevante que o tema da formação universitária. Mas, bola pra frente, eu poderia concorrer nos anos seguintes e voltar a ganhar (como realmente aconteceu).
Prezado leitor, guarde essa informação: criado em 1993, aquele Prêmio de Jornalismo nunca havia divulgado qual havia sido a matéria vice-campeã de cada categoria, pois só premiava as primeiras. Sendo o Prêmio uma viagem aos EUA e Canadá para visitar os patrocinadores do mesmo (Boeing, Bombardier, Pratt & Whitney etc), isso só seria divulgado se o primeiro colocado não pudesse viajar, cedendo, então, a oportunidade ao vice-campeão da mesma categoria. Mas, pelo menos antes e durante a cerimônia de entrega, a divulgação dos vices nunca ocorria.
Bem, no domingo anterior ao 31/03, portanto, 28 de março de 1999, eu me encontrava em casa, fazendo a faxina do meu quarto. Nesse dia, nada acabou sendo mais importante do que uma pilha de cerca de um metro de altura com jornais de semanas e meses anteriores. Explico: meu pai comprava jornais todos os domingos e, uma vez tendo terminado de lê-los, me dava os exemplares para eu cortar o material de aviação ou outros temas que me interessasse – eu fazia clipping dos jornais. No entanto, como nem sempre eu conseguia selecionar o que eu queria e depois descartar o resto do jornal na mesma semana, eles iam sendo acumulados e o monte ora crescia, até que eu pegasse um dia específico para fazer a clipagem e reduzir o monte.
Um dos amigos de aviação que eu havia conhecido poucos anos antes chama-se Paulo Berger e trabalhava para a revista Flap Internacional. Como a gente costumava se encontrar no Aeroporto de Congonhas ou no de Guarulhos nos finais de semana para fotografar aviões (praticar spotting), ele acabava me trazendo exemplares da revista Flap de presente. Mesmo que não fossem as mais recentes, desde que eu ainda não tivesse.
Também sem tempo para lê-las de imediato, mas para que eu não me esquecesse delas, eu acabava colocando-as aleatoriamente no mesmo monte de jornais, não sobre o monte, mas no meio dos jornais, de maneira totalmente aleatória mesmo. Eu fazia isso com outras revistas também, como os exemplares da Veja que meu pai também lia e depois me dava. E ficava sendo um monte de jornais com algumas revistas intercaladas.
Naquele domingo, 28 de março, preparando-me para a limpeza semanal do quarto, eu teria que tirar o monte de jornais de onde estava e o fiz como eu sempre fazia: não tirando jornal por jornal, mas em montes menores, com quatro, cinco, seis exemplares, sempre de maneira aleatória, formando outro monte (provisório) durante a limpeza. "Se" calhasse de aparecer, ficar visível por acaso, uma das revistas lá guardadas, eu aproveitava para separá-la e dar prioridade para sua leitura.
Toda semana eu fazia isso, do mesmo jeito.
Porém, naquele domingo, aconteceu algo bem inusitado.
Ao remover um ou dois montinhos de jornais, apareceu no alto dos restantes empilhados uma revista Flap e meus olhos foram direto para um dos títulos das matérias escritos na capa dela: "O DC-6 e o DC-7 no Brasil".
Imediatamente me lembrei do título da matéria campeã do Prêmio. "Ué, eu não sabia que eu tinha a revista com essa matéria aqui em casa..." Abri, verifiquei que só podia mesmo ser ela e, daí, fui buscar a data de sua publicação: fevereiro de 1998.
Agora, foi assim que pensei: "Mas... até onde eu sei, só concorrem matérias de MARÇO a dezembro de cada ano, para a premiação no ano seguinte!" E confirmei essa informação no "folder" do Prêmio que eu tinha.
Aquela revista poderia ter permanecido oculta entre os jornais. Ou poderia já ter sido retirada do monte muito tempo antes, até no ano anterior, quando o Paulo me teria dado o exemplar, mas estava LÁ ainda, e NAQUELE dia, apenas três dias antes da premiação, eu poderia não tê-la visto, não tê-la retirado do monte, nem ter notado a matéria campeã naquela publicação.
Mas, completamente por acaso, ela surgiu na minha frente precisamente naquele dia.
Regulamento em xeque
Segunda-feira, 29 de março.
Como eu já havia sido admitida como repórter freelance da Aviação em Revista, fui naquela manhã à sede da publicação para dar continuidade a alguns trabalhinhos, pesquisas, que me haviam sido confiadas. Eu levava comigo a tal revista Flap de fevereiro de 1998 para mostrar ao Sr. Hélcio, o editor, e ver se ele me ajudava a entender a participação de uma revista daquele mês no concurso que admitia apenas reportagens entre março e dezembro.
Qual não foi minha surpresa ao deparar com o editor diante de várias revistas abertas sobre a mesa dele. Aquilo me chamou a atenção, muito mais ainda ao descobrir que eram todas as quatro matérias campeãs – uma por categoria – do Prêmio Santos Dumont. O Hélcio havia separado aqueles exemplares das revistas de sua coleção.
Por que será que ele estava fazendo aquilo?
O carioca Hélcio iria na quarta-feira à cerimônia de entrega do Prêmio, no INCAER - Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, o criador do Prêmio Santos Dumont de Jornalismo, como todo ano fazia, pela amizade com os organizadores e aproveitando para visitar seus parentes lá. E estava aproveitando para analisar as matérias campeãs – observação, nenhuma delas era da editora Aviação em Revista – cujos jornalistas vencedores estariam lá presentes.
Aproximei-me, crente de que encontraria outro exemplar da mesma Flap de fevereiro de 1998 naquela mesa, uma revista semelhante a que eu trouxera comigo, mas dei de cara com a mesma matéria sobre os DC-6 e DC-7 em uma outra revista, a especial histórica da Flap Internacional, publicada em dezembro de 1998!
Comentei, então, com o Hélcio, que eu havia encontrado a mesma matéria na revista de fevereiro, e mostrei para ele. Tradicionalmente, a revista histórica publicada todo mês de dezembro repetia matérias históricas daquele ano, já publicadas antes, portanto. E aquele era o caso. Ou seja: em fevereiro de 1998 "O DC-6 e o DC´7 no Brasil" havia sido publicada na revista Flap normal, mensal. Mas publicada novamente, igualzinha, na edição histórica de dezembro de 1998.
Ambos – Hélcio e eu – levantamos, então, uma dúvida: a matéria foi enviada para o concurso conforme publicada em dezembro – como o Hélcio já havia verificado – mas, se havia sido já publicada em fevereiro, não era mais "inédita", como o regulamento exigia!
O famoso Dicionário Aurélio, curiosamente a mesma fonte usada em defesa da matéria em cheque, definia "inédito" como "não publicado, nunca visto, original". No caso da defesa, alegaram "Não dá para uma reportagem publicada (nem que seja uma única vez) ser inédita, é uma contradição."
Contradição era essa justificativa! Em todo o mundo, concursos, seleções, prêmios colocam ou não a necessidade de ineditismo d mesma maneira: "não ter sido publicado antes ou em paralelo em outro lugar". Alguns exemplos:
O texto deve ser inédito e não deve ter sido submetido para publicação
em nenhum outro periódico. Não serão aceitos textos previamente
publicados em anais de eventos
(https://revista.liberato.com.br/index.php/revista/about/submissions)
Todo texto deve ser inédito. Durante a avaliação, os textos enviados não podem ser submetidos a outros processos de publicação.
(https://www.falasbreves.ufpa.br/index.php/revista-falas-breves/pages/view/normas)
Os artigos devem ser, preferencialmente, inéditos; caso contrário, deve ser informado o meio em que foram divulgados.
(https://www.mprj.mp.br/servicos/revista-do-mp/para-autores)
O texto a ser submetido deve ser inédito e original, em quaisquer
veículos de divulgação. Os autores devem declarar essa condição no
processo de submissão
(https://revistaeletronica.macae.rj.gov.br/index.php/observatorio/about/submissions)
o texto inscrito não pode ter sido premiado em outro(s) concurso(s) e
deve ser inédito, ou seja, não ter sido publicado em qualquer veículo de
comunicação ou mídias sociais;
(https://sce.fflch.usp.br/1o-concurso-de-escrita-criativa-fflch)
Diante daquele fato, o Sr. Hélcio mandou que fossem feitas cópias da capa da revista que eu trouxera e da abertura da matéria – da mesma matéria – e enviadas por fax para a organização do Prêmio. Explicando o que havíamos descoberto. Hélcio também ligou para a organização, representada pelo sr. Artur Moura, explicando o teor e o porquê do fax.
Assinamos juntos a reclamação.
Terça-feira, 30 de março.
Eu estava de novo na Aviação em Revista, trabalhando, quando o Artur Moura ligou para o Hélcio Estrella. Era a resposta à reclamação enviada por fax no dia anterior.
A reclamação havia sido ACEITA, portanto, a matéria vencedora da categoria Aviação Comercial havia sido considerada fora do regulamento – e o Artur disse que a comissão julgadora não havia ficado sabendo da publicação original da matéria em fevereiro do ano passado – foi um erro assumido, mas, mesmo em cima da hora, era preciso preservar o regulamento.
A decisão, segundo o Artur, foi de cancelamento daquela categoria do concurso daquele ano.
Eu me senti recompensada por ajudar a guardar a lisura do Prêmio para que ninguém ousasse dizer que ele era marmelada, protetor de A, B ou C etc. Embora, mesmo assim, sempre pudesse aparecer alguém para colocá-lo em dúvida.
Aparecer alguém criticando, poderia sim, mas teria que PROVAR se houve alguma desonestidade. Acrescento que, até onde eu conheci, sim, era totalmente idôneo aquele concurso. Mesmo nos anos em que não ganhei ou sequer participei.
O inesperado aconteceu... E bota inesperado nisso!
Quarta-feira, 17 de março.
Eu estava caminhando na rua Pedroso de Morais, em Pinheiros, no final da tarde, após ter saído de minha aula de capoeira na Associação Cristã de Moços. Eu me dirigia à casa de uma amiga, não muto distante.
"A esta hora, deve estar ocorrendo a premiação do concurso lá no Rio, onde eu gostaria de estar...", pensei.
Uma ou duas quadras adiante, meu celular tocou. Meu primeiro celular, aliás. Atendi, ainda caminhando – naqueles tempos isso não era tão arriscado – e reconheci a voz do Artur Moura, organizador do Prêmio Santos Dumont para o INCAER. Ao fundo, o burburinho típico de evento social.
"Oi, Artur, tudo bom? Como está a festa aí?", perguntei.
Ele respondeu que estava tudo bem, e que iria passar o celular dele para o Hélcio Estrella... Estranhei...
Agora era o Hélcio que falava comigo:
"Solange, tudo bem? Estou aqui no INCAER... É o seguinte, resolveram premiar quem tivesse ficado em segundo lugar naquela categoria... Foram ver quem era, e a segunda colocada era VOCÊ!"
"Hein? Como? Como é que é? Mas... E..." – se não balbuciei tudo isso, com certeza eu pelo menos pensei tudo isso!
Hélcio agora me dava PARABÉNS, disse que estava me representando lá – ele realmente havia ido para o RJ sem saber que iria me representar – e que iria devolver o celular para o Artur.
Quando Artur voltou a falar comigo, só queria saber uma coisa: se eu iria viajar com o Grupo, com previsão de irmos em maio para ele providenciar passagens etc. Respondi que SIM, eu iria, e ele iria também cuidar de confeccionar o diploma e a placa em meu nome. Antes de desligar, me parabenizou também, e eu agradeci muito, muito e muito!
Eu estava de pé, na Pedroso, perto da Av. Rebouças, onde eu havia parado pouco depois de atender o telefone. Já começava a escurecer e, apesar disso, eu me sentia num dia ensolarado vendo dezenas de passarinhos coloridos... A felicidade se materializava em mim mas... ao mesmo tempo, era óbvio que todos que soubessem do ocorrido, pois o campeão anterior já havia sido divulgado, acreditariam piamente que eu havia mexido algum pauzinho em prol do MEU campeonato. Mas eu não tinha sequer como saber que eu havia ficado em segundo lugar. Sempre mais de uma centena de matérias concorriam ao prêmio. E a Aviação em Revista não primava por uma qualidade gráfica muito boa, eram matérias interessantes quanto ao texto mas, em muitos casos, até feinhas... Ou seja: eu "poderia" quanto "não poderia" estar em segundo, quando decidiram premiar o segundo e viram ser eu.
Para os haters, eu realmente teria forçado a anulação da matéria que havia vencido a minha. Era mesmo bem esquisito, o Hélcio e eu – ele usara meu nome no fax também – terem denunciado a quebra de regulamento e garantido a vitória na mesma categoria, em seguida. Mas, se os haters pudessem provar qualquer coisa, até eu aplaudiria... (rindo....)
Quase flutuando, me dirigi para a casa de uma amiga, após ter telefondo para outra de um "orelhão" próximo para dividir minha felicidade! Meu segundo Prêmio!
A IRA!
Nos dias que se seguiram, além dos trâmites da organização para minha viagem em breve, Carlos André Spagat (in memoriam), o poderoso editor e publisher da revista Flap Internacional, tão logo ficou sabendo da desclassificação da matéria de seu repórter, ligou para o Brigadeiro que comandava o INCAER, ligou para o Artur Moura, ligou para o Hélcio, reclamando e vociferando contra a decisão tomada. Ele alegava que "inédito", conforme regulamento, tinha outro significado, e que não condizia com a matéria anulada no Prêmio... (conforme comentei mais acima, como contradição) Rodou a baiana, rodou uma ala das baianas inteira mas não teve jeito: a campeã passou a ser a MINHA matéria. Mesmo após ele ter publicado nas páginas de sua revista uma longa reclamação – assinada por uma jornalista desconhecida como colaboradora da revista – contra a desclassificação!
Justiça seja feita: houve um erro grave da organização do Prêmio em aceitar aquela inscrição, sem apurar que era de uma matéria já publicada antes (não era inédita). Mas, assim que foi avisada do erro, decidiu tomar aquelas atitudes, e tomou.
Por sua vez, era óbvio, e pessoas próximas de Carlos Spagat confirmaram, que ele obrigara seu repórter a , entre outras, inscrever aquela matéria de fevereiro TAMBÉM, mas como publicada na edição de dezembro, aumentando as chances da Flap ganhar mais um Prêmio. Ele conhecia as regras, janeiro e fevereio não participavam, pois era período de análise dos materiais recebidos do ano anterior, por parte da organização do concurso – regra que seria modificada anos depois, contemplando qualquer matéria publicada duarante todo o ano – mas apostou que não saberiam que a matéria já havia sido publicada antes de dezembro – realmente, lá no Rio de Janeiro, só descobriram isso quando da reclamação enviada.
Nos anos seguintes, a revista Flap continuou a participar e ganhou muito mais prêmios, além dos que até então já havia ganhado, e foi mais vitoriosa do que qualquer outra publicação de aviação brasileira, inclusive ganhou vários com matérias escritas por mim, a partir de quando comecei a escrever para a publicação do Sr. Spagat, a convite dele próprio. Ou seja: ele ficara irado, queimado, mas não guardou mágoas de mim, pelo contrário, sempre elogiava meu trabalho.
Por sua vez, o Prêmio teve aperfeiçoamento de suas regras, nunca mais ocorreram problemas semelhantes, muito menos contestações de quaisquer inscritos, premiados ou não.
Na noite em que eu soube que receberia o Prêmio, lá na casa da minha amiga, após lhe contar do ocorrido e chorar de felicidade pela recompensa a uma matéria pela qual eu colocara AMOR em cada gota de suor e em cada palavra redigida, não pude deixar, entretanto, de lamentar verdadeiramente que achava que seria mais digno como ser humano eu me dedicar à medicina, salvar vidas, por exemplo, do que à aviação... Mas foi então que minha amiga me lembrou de algo muito verdadeiro: "Solange, médicos também precisam da aviação, eles também precisam voar!"
A polêmica, para mim, não macula o mais importante: eu ter encontrado aquela revista no monte de jornais três dias antes da premiação.
E assim chego a 30 anos de jornalismo de aviação certa de que, além de fazer o que AMO, de alguma maneira, cumpro uma MISSÃO muito maior do que eu consigo imaginar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário