EXCLUSIVO
A AERONAVE IRREGULAR QUE TRANSITOU PELO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO SEM SER INCOMODADA...
... E CAIU NESTA SEMANA EM MATUPÁ, NO MATO GROSSO
(por Solange Galante)
O que você viu nesse vídeo de autoria não identificada mas enviado para mim por uma fonte que prefere não se identificar é o Learjet 35 de matrícula PP-ERR taxiando no Aeroporto Internacional de Brasília em setembro do ano passado. Ele estava com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) cancelado e recomendação de que nem mesmo seus motores fossem ligados.
O avião tem uma história curiosa. Vamos tentar resumi-la.
Conforme documentos a que tive acesso, em 26 de julho de 2021, portanto, há quase três anos, o Learjet, que pertencia ao Governo do Estado de Roraima, foi leiloado e o arrematante, a empresa T & T Administração e Participações LTDA o adquiriu.
Como pode-se ver pelo recorte acima, ela estava com o CVA (Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade), um documento obrigatório emitido pela ANAC e que tem como objetivo atestar as condições de aeronavegabilidade de uma aeronave, incluindo seus componentes e equipamentos, vencido em abril de 2010, gerando seu Certificado de Aeronavegabilidade (CA), também emitido pela ANAC. Para quem não sabe, o que vem a ser esse CA, afinal? Trata-se de um documento de porte obrigatório que comprova que a aeronave estava em condições de operar com segurança e cumpria os regulamentos da aviação civil brasileira, na data em que foi expedida.
Sem CVA não tem CA e este estava CANCELADO. Consta que o último voo do PP-ERR antes do leilão ocorreu naquele ano de 2010.
Testemunhas afirmam que o PP-ERR estava repleto de itens de "não conformidade", não havia documentos que pudessem atestar se estavam vencidas ou não as inspeções de célula, motores e componentes, e, não era recomendado dar a partida ou girar os motores, nem mesmo em "idle" o equivalente à marcha lenta.
Com isso, o PP-ERR continuava sendo oficialmente, nada mais, nada menos, que uma sucata, que se encontrava estacionado no aeroporto Juscelino Kubitschek, de Brasília.
Essa "sucata", entretanto, foi vendida, em janeiro de 2022, para o comprador que passaremos a denominar de "Cacatua", no lugar de seu nome verdadeiro. No documento de compra consta o hangar onde o Learjet se encontrava em Brasília.
A fonte que nos passou informações e documentos afirma que "Cacatua" colocou a aeronave, que estava em seu nome, em garantia de um empréstimo e a pessoa que denominaremos aqui de "A" transferiu a aeronave que não lhe pertencia para um terceiro chamado aqui por mim de "Golias" mas em nome de uma mulher que denominaremos aqui de "Eme UM". "Cacatua" só descobriu isso quando foi desfazer o negócio com "A" e pegar de volta seu Learjet e acabou descobrindo que não lhe pertencia mais. Essa transferência não reconhecida por "Cacatua" teria ocorrido em 25 de março de 2022, quando a aeronave foi adquirida.
Apenas quatro dias depois, em 29 de março de 2022, "Eme UM", que mora no interior de Minas Gerais, criou uma "vaquinha virtual" alegando ser mãe solteira, ter um filho autista com quem morava, e pedindo ajuda para conseguir pagar seu aluguel, água e luz.
"Cacatua" abriu um B.O. no dia 31 de agosto de 2022 e, na véspera, já havia feito a solicitação de cancelamento da transferência junto à ANAC, que foi recusada.
Em setembro de 2023, conforme o vídeo, o PP-ERR taxiou com o(s) motor(es) ligado(s) – apesar da recomendação de que não o fossem – e até foi escoltado por viatura (Follow Me ?) do aeroporto de Brasília para outro hangar lá localizado. Teria sofrido manutenção e partido, segundo a ANAC, em novembro de 2023, com uma "autorização especial de voo" até um aeródromo no Mato Grosso do Sul.
Até o momento não foi localizada qualquer pessoa que tenha visto/atendido o Learjet no aeródromo designado como seu destino. Ao que parece, o PP-ERR, que foi visto em uma foto que circulou na internet sobre macacos pois estava sem as rodas, só reapareceu "oficialmente" quando, finalmente, se acidentou longe dali, em Matupá, no Mato Grosso, embora ainda esteja com o CA CANCELADO. Como ele foi parar lá, onde teria realizado alguns voos para treinamento de pilotos, e já em nome de outro proprietário/operador – que denominamos de "Eme DOIS" – ninguém esclareceu ainda.
Em 27/11/2023 "Eme UM" criou nova vaquinha virtual, reiterando que passa por dificuldades e precisa pagar aluguel, água, luz e cuidar do filho autista.
Apesar de "possuir" TAMBÉM um Cessna 310.
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