ANIMAIS TRANSPORTADOS COM TODO CARINHO, COMO TEM QUE SER
(texto e imagens fornecidos pela assessoria de imprensa da AZUL Linhas Aéreas)
Dois filhotes de onça parda resgatados pelo Instituto Chico Mendes são transportados pela Azul Linhas Aéreas de Itaituba até Belém do Pará
Os animais perderam a mãe e não tinham chances se permanecessem na natureza
São Paulo, 5 de julho de 2024 - No dia 24 de junho de 2024 a equipe da Polícia Militar de Miritituba, Distrito de Itaituba, no Pará, entrou em contato com o Instituto Chico Mendes (ICMBio) para apoiar no resgate de um filhote de onça que foi encontrado por trabalhadores de uma empresa portuária da região. O filhote era uma fêmea, que mais tarde foi batizada de Naurú que significa corajosa e guerreira em Tupi Guarani.
Após o resgate do filhote, na volta para a base, a equipe foi informada que foi encontrado mais um filhote nas mesmas condições. A equipe retornou e resgatou o irmão, que ganhou o nome de Piatã que significa fortaleza em Tupi Guarani.
Apesar de estarem em bom estado de saúde, a equipe decidiu realizar o resgate pois os irmãos tinham apenas dois meses de vida e teriam poucas chances de sobrevivência se permanecessem no local. Não há confirmação sobre o que aconteceu com a mãe, mas é possível que tenha sido caçada ou morrido após atropelamento.
Como na região não havia nenhum Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) com condições de receber os animais, a equipe do ICMBio foi atrás de instituições que pudessem atender a demanda.
O Centro Amazônico de Herpetologia, localizado em Benevides, cidade que fica 40 km de Belém e a mais de 1300 km de Itaituba, foi a instituição mais próxima encontrada. O centro possui um recinto de 70 metros quadrados onde os filhotes de onça-parda serão tratados até terem condições de serem reintroduzidos na natureza.
A viagem de Itaituba até Benevides por estrada demoraria dois dias, o que seria muito estressante e arriscado para os animais, além da dificuldade para a equipe em ter que se deslocar e pernoitar no trajeto levando as duas onças.
Assim, o Instituto Chico Mendes buscou o apoio da única companhia aérea que atua em Itaituba, a Azul Linhas Aéreas. O contato foi intermediado pela Embratur, agência brasileira de promoção do turismo do Brasil, que por meio do diálogo frequente que mantém com as companhias aéreas, prontamente acionou a equipe da Azul.
Ao saber da situação, a Azul Cargo, uma das principais empresas de transporte de carga do país, prontamente se ofereceu para realizar o deslocamento dos animais. A equipe do Instituto Chico Mendes então providenciou todas as informações e documentação para que a missão pudesse ser realizada.
O voo das onças aconteceu no dia 4 de julho, em uma aeronave Cessna Grand Caravan, da Azul Conecta, que levou a analista ambiental do Instituto Chico Mendes Greice Quele de Oliveira e a veterinária Leana Moraes. Leana trabalha na clínica veterinária Toca DiPets em Itaituba, que deu total apoio nos cuidados especiais com os felinos.
Os animais viajaram dentro da cabine, em caixas de transporte de gatos. Segundo Greice, os animais ficaram um pouco estressados no começo da viagem, estranharam o barulho, mas depois ficaram tranquilos. “A sensação é de dever cumprido após esses nove dias cuidando desses dois felinos. O importante é que eles estão bem, brincando um com o outro, deu tudo certo” afirmou a analista. Os animais foram entregues ao Centro Amazônico de Herpetologia no começo da noite da quinta-feira, após uma viagem de duas horas de avião e mais um trecho rodoviário.
“A Azul já participou do transporte de diferentes espécies de animais em extinção, como as ararinhas azuis e dos filhotes de peixe-boi, no ano passado. E para nós, é uma honra ser parte dessa iniciativa. Conseguimos assegurar segurança na operação e o menor nível de estresse possível para os animais. Estamos sempre à disposição do Instituto Chico Mendes e de outras instituições que tem como objetivo preservar a biodiversidade do Brasil, que é a nossa casa”, afirmou Izabel Reis, diretora da Azul Cargo.
Gêmeas cuidando de gêmeos
Um fato curioso no caso é o das veterinárias Leana e Leandra da clínica Toca DiPets de Itaituba. Elas apoiaram a equipe do ICMBio durante o período de espera entre o resgate e o transporte. Assim como Naurú e Piatã, elas são gêmeas.
Sobre a espécie
A onça-parda (puma concolor) quando filhote apresenta pelagem dourada com pintas pretas, muito semelhante às onças pintadas. A espécie ocorre desde o Canadá até a Patagônia e no Brasil há registros em todos os biomas.
A onça parda também é conhecida como Suçuarana, onça-vermelha, bodeira e leão-baio.
A espécie é considerada como “quase ameaçada”, conforme a avaliação do risco de extinção oficial. As informações sobre o estado de conservação dessa e de outras espécies da biodiversidade brasileira estão disponíveis na plataforma SALVE (salve.icmbio.gov.br).
As principais ameaças à espécie são: supressão e fragmentação de habitat devido à expansão agropecuária, mineração e exploração de madeira para carvão, eliminação de indivíduos por caça, retaliação por predação de animais domésticos, queimadas (principalmente em canaviais) e atropelamentos.
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