sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

PLANTÃO CAIXA PRETA


Em fevereiro deste ano alguns sites especializados noticiaram o transporte rodoviário de um ATR 72 que servira às empresas Azul Linhas Aéreas e Grupo Imetame. Os comentários que acompanharam as publicações demonstravam curiosidade quanto ao destino do avião, que foi levado para Campinas (SP).

E no final de outubro, este Blog aqui noticiou que uma empresa de manutenção de Brasília tinha lesado a Asas Linhas Aéreas, cujo 727 está ainda em um hangar no aeroporto JK sem manutenção, sem trem de pouso e sem outras partes também.

(Videhttps://caixapretadasolange.blogspot.com/2022/10/speech_30.html)

O que tem uma coisa a ver com a outra? Tem MUITA coisa!

O ATR 72 PR-AZT estava no hangar da JF Aviation Maintenance, ex-hangar BRATA, no Aeroporto Internacional de Brasília. A JF havia adquirido o avião e vendeu-o, no estado de sucata, para o empresário Claudionor Pacheco. O empresário confirmou para esse Blog que estava preparando a logística para transportar o ATR para fora do aeroporto quando o hangar da JF foi lacrado, com todos seus bens dentro, em um processo de reintegração de posse movido pela concessionária Inframérica, devido falta de pagamento do aluguel. E a situação assim permaneceu por vários meses, até a JF entrar em acordo com a credora e ter o hangar liberado para a retirada de seus pertences. 

Claudionor Pacheco soube da liberação mas informou à JF que teria que reorganizar seu plano de logística para a remoção do avião, o que levaria alguns dias. Só que, pouco depois, quando foi tratar da retirada do ATR, foi informado pela Inframérica que ele não estava mais lá. E que teria sido vendido... para outra pessoa!

Ou seja: após ter vendido a aeronave para Claudionor, a JF vendeu-o novamente, por conta própria, para outro cliente, no caso a Sucatas Bim, de Campinas. Para onde foi levado após a contratação da empresa transportadora Fab Aero.

Claudionor entrou em contato com a empresa de sucatas do interior de São Paulo e confirmou que o ATR já estava lá sim. E o pior é que o comprador lesado já tinha acertado levar o turboélice para uma cidade do Vale do Paraíba, onde serviria para atividades dentro de um projeto cultural, para o qual seria muito importante, ela já estava inserida em um projeto aprovado.

Nas fotos abaixo, copiadas hoje, o PR-AZT ainda está sendo oferecido no site da Sucatas Bim:





A venda para a Sucatas Bim – que também foi o destino de um Airbus A318 da Avianca, que foi vendido pela mesma JF Aviation – foi comprovado por documentação, e o empresário de Brasília entrou com B.O. e processo judicial contra a JF.

Até o momento já há mais de 20 processos contra a JF Aviation, vários deles de autoria de órgãos federais, inclusive a ANAC, e consta que seus representantes não compareceram a algumas das audiências.

Conforme acreditam Claudionor Pacheco e outros empresários que também foram prejudicados pela JF Aviation, esse tipo de desvio de aeronaves completas, incompletas ou peças envolve quadrilhas especializadas na revenda desse material, quase sempre sem rastreabilidade. 

Abaixo, o anúncio da aeronave a R$ 150.000,00 ou US$ 30,000.00 (de julho de 2021) pouco antes do hangar ser lacrado, o que impediu que Claudionor  vendesse o avião já adquirido por ele antes do hangar ser liberado:




Agora, resta saber qual será o novo destino do PR-AZT, que ainda está na área da Sucatas Bim.

*Com informações de Claudionor Pacheco e outra fonte, que pediu anonimato.*

Veja abaixo outras fotos de quando o ATR ainda estava em Brasília, antes do hangar ser lacrado e, depois, reaberto e o avião ser removido à revelia do proprietário naquela ocasião. (O autor das fotos, exclusivas, pediu anonimato).











Este caso nos dá ideia do que tem acontecido com o desaparecimento de outras sucatas e materiais de antigas empresas aéreas em vários aeroportos brasileiros.

Favor chamar a polícia!!! E a ANAC também!!!

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