NÃO É BEM ASSIM, G1 !

(por Solange Galante)

Nesta era digital, praticamente tudo está acessível na Internet. O que NÃO quer dizer que as informações disponibilizadas na Web são autossuficientes. Isso significa que quase sempre necessitam de COMPLEMENTO e INTERPRETAÇÃO.

Na matéria abaixo, do Portal G1 do Maranhão – não assinada especificamente por nenhum jornalista – há um erro grave. A informação que consta inclusive na manchete foi atribuída indevidamente à Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC. Pois sim, segundo o RAB Registro Aeronáutico Brasileiro, acessível pelo link https://sistemas.anac.gov.br/aeronaves/cons_rab.asp – incentivado pela própria Agência para que se verifique se determinada aeronave pode prestar serviços de táxi aéreo ou não – realmente a aeronave consta com seu CERTIFICADO DE AERONAVEGABILIDADE (C.A) CANCELADO.

Porém, neste caso, e em vários outros, é normal a aeronave obter uma liberação provisória para voar, geralmente para se deslocar a alguma oficina e, lá, regularizar sua situação operacional. Um exemplo recente foi o translado do Boeing 727-200 da Asas, com adesivo Americanas.com, de São José dos Campos para Brasília.

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2022/02/23/aviao-que-caiu-sobre-casa-em-balsas-nao-tinha-autorizacao-para-voar-diz-anac.ghtml

Veja abaixo esclarecimento da ANAC enviado por email COM EXCLUSIVIDADE para este Blog:

"A aeronave acidentada na tarde da quarta-feira (23/2) em Balsas, no Maranhão, era a de matrícula PT-DKK. Embora o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) aponte que a aeronave não poderia voar por estar com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) vencido desde agosto de 2019 o operador do avião possuía uma Autorização Especial de Voo (AEV) emitida pela Agência para realizar translado da aeronave para uma base de manutenção em que reparos, modificações ou serviços de manutenção seriam executados. Ou seja, a operação estava condicionada apenas a estas finalidades.

A respeito das informações publicadas no portal de notícias mencionado, cabe destacar que a assessoria de comunicação da ANAC não foi procurada por profissionais que trabalham no veículo para fornecer tais informações."

É óbvio que esse tipo de descuido de jornalistas que não checam as informações, mesmo as apresentadas oficialmente em sites confiáveis acabam gerando, mesmo sem intenção, Fake News que, inclusive, mancham a imagem de um órgão federal como é o caso da ANAC.

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