FALHA DE MANUTENÇÃO CAUSOU O ACIDENTE COM O D-ALCM EM 2016.
(foto: Seba Borsero)
No dia 10 de novembro
de 2016, há quase dois anos, o MD-11F da Lufthansa Cargo D-ALCM (Buongiorno Italy), com dois
pilotos a bordo, que fazia o voo LH8273 de Curitiba (PR, Brasil, Aeroporto
Afonso Pena) para Buenos Aires (Argentina, Aeroporto Ezeiza), ao aterrissar, teve
sua roda esquerda do trem de pouso dianteiro separada da perna do conjunto e
arremessada contra a fuselagem do próprio avião, avariando-o.
Inicialmente,
pensou-se que havia ocorrido a explosão de um dos pneus mas os spotters locais
publicaram fotos da falta da roda da aeronave. A JIAAC (Junta de
Investigación de Accidentes de Aviación Civil), autoridade local, foi a
responsável pela investigação, com a qual a Alemanha colaborou.
O relatório final foi
publicado pela autoridade de segurança aérea argentina no último dia 31 de
outubro de 2018. Embora contrariando o Anexo 13 da ICAO por ter sido divulgado,
ao menos por enquanto, apenas em espanhol – o que limita e dificulta a
prevenção global da repetição das causas do incidente, classificado como
“acidente” pelos argentinos – as conclusões foram as seguintes:
- falta de trava de
segurança no espaçador da roda
- falta de supervisão
e controle de qualidade na escala de Dakar (o voo era
Frankfurt-Dakar-Viracopos-Curitiba-Buenos Aires).
Segundo divulgou o
boletim do site The Aviation Herald (AvHerald), a roda só foi
encontrada após dez dias desde o acidente – a aeronave, aliás, permaneceu por
algumas semanas em manutenção em Buenos Aires, antes de ser transferida também
para manutenção para os Estados Unidos (Victorville / California), só voltando
aos voos regulares meses depois.
O AvHerald prossegue
informando que “A investigação relatou que a roda do nariz esquerdo
foi substituída durante uma escala em Dakar (Senegal). A Lufthansa realizou a
troca de rodas e verificou o funcionamento correto da roda.”
O JIAAC analisou que
nem o pessoal de manutenção nem a tripulação podiam detectar que
faltava o mecanismo de bloqueio, que deveria manter fixo e impedir
que o espaçador e o conjunto se desenroscassem. A separação da roda, portanto,
foi causada por uma tarefa de manutenção deficiente.
Observo que eu
comentei o caso na Caixa Preta em janeiro de 2017 e, a princípio, acreditei que
pudesse ter sido uma explosão de pneu por corte provocado por FOD – à
semelhança do acidente com o Concorde na França, em 2000 – mas essa versão
preliminar logo foi enfraquecendo, após comentários de especialistas em pneus
aeronáuticos. Enfim, a aeronave voltou ao voo está na ativa até
hoje.
Link da época, deste
Blog: https://caixapretadasolange.blogspot.com/2017/01/caixa-preta-34.html
Veja outras fotos
quanto ao relatório final diretamente no site:
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