UM JORNALISTA PICADO PELO VÍRUS DA AVIAÇÃO DESDE TENRA IDADE
(por Solange Galante)
Este é o depoimento da mãe de um garoto de três anos de idade, que já gostava (muito) de avião, conhecia vários modelos de aeronaves e queria ser aviador.
Roberto Pereira de Andrade nos deixou em 29 de agosto de 2015. Ele foi, sem dúvida, o maior especialista em indústria aeronáutica brasileira, com vários livros sobre o tema, constantemente atualizados, em inglês e em português. Falava oito idiomas, inclusive, português arcaico. Escrevia em inglês, francês, italiano, alemão e espanhol, além do português corretíssimo.
Esta foto de autoria de Márcio Jumpei era a predileta de Roberto Pereira de Andrade. Reprodução do site http://www.defesaaereanaval.com.br
Eu o conheci quando fui indicada pelo piloto, empresário e então articulista de aviação Décio Corrêa para escrever para a revista Aero Magazine, onde Roberto era, então, editor chefe. A matéria "Mulheres na Cabine de Comando", publicada em junho de 1996 e Prêmio Santos Dumont (Categoria Aviação Comercial) naquele ano foi a primeira oportunidade de exibição profissional de meu talento. Roberto me apelidou de "Gioconda" (ele próprio não sabia o porquê) ou me chamava de "broto". Seu jeitão era meio rude, mas o conhecimento que ele passava era imenso. Aliás, transbordava conhecimento. E, mesmo que não fosse querido por alguns – mais do que normal – era muito respeitado por todos do meio.
Roberto Pereira com Ozíres Silva, então presidente da Embraer.
Foto: coleção de Roberto Pereira, sem identificação do autor.
Nascido no Rio de Janeiro em 1940, Roberto residia em São Paulo há 48 anos. Formado em Jornalismo e História, exercia sua profissão há 52 anos. Seu primeiro livro, "História da Construção Aeronáutica no Brasil", tornou-se referência para os pesquisadores e apaixonados pela aviação. Trata-se de um registro histórico extremamente importante e completo. Publicou ao todo mais de uma dúzia livros, entre eles: "A Caça ao Corneta Halley", "Chernobyl, Ameaça Nuclear", "Vickings, os Senhores do Mar", "Confidencial", "Foguetes e Mísseis", "Carros de Combate", "Veículos Militares Brasileiros", "Os Russos no Espaço", "Grandes Enigmas da Humanidade", "História da Construção Aeronáutica no Brasil" (quatro edições), "Enciclopédia de Aviões Brasileiros", "Aircrall Building-A Brazilian Heritage" (ern inglês), "Construção Aeronáutica no Brasil-100 Anos de História".
Trabalhou nos veículos: Jornal do Brasil, Manchete, Fatos e Fotos, Folha de S. Paulo, Boletim Cambial, O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil, Tribuna da Magistratura, Rádio Gazeta, TV Cultura, TV Bandeirantes, revista Magnum, revista Bandeirante.Fez parte das equipes de criação do Jornal da Tarde e da Veja. Foi Diretor de Imprensa e Relações Públicas da TAM Regional. Foi editor das revistas nacionais Brasil Defesa, Defesa Latina, Flap Internacional, Aviação em Revista, boletim da Helibras, boletim da TAM, Aero Magazine.
Foram mais de 30 outros artigos publicados em revistas estrangeiras como Aviation Magazine, Interavia, Panorama Difesa, Jane's All the World Aircraft, JP4. Por ocasião de seu falecimento era editor do site de negócios Aerobusiness e colunista e articulista da revista Avião Revue.
Um dos últimos artigos de Roberto Pereira na Avião Revue, em dezembro de 2014.
O acervo em livros, fitas de vídeo, documentos e fotos raras de Roberto Pereira de Andrade está com a jornalista também especializada em aviação Maria Lucchiari Nunes, que trabalhava com ele desde 1988. Hoje ela detém os direitos de produção de seus livros e título de site (Aerobusiness) e ainda possui exemplares do livro "Aircrall Building-A Brazilian Heritage" (ern inglês) para vender.
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