quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Plantão Caixa Preta - ESPECIAL

MAIS OPORTUNIDADES PARA TER RELÍQUIAS DA VASP EM CASA
E AJUDAR OS EX-FUNCIONÁRIOS
(por Solange Galante)

(crédito da foto acima, Daniel Lian; crédito de todas as demais fotos: Solange Galante)

Hoje estive mais uma vez em Congonhas, junto com outros jornalistas, visitando o que irá brevemente a leilão dentro da novela da VASP. O interessante é que sempre esteve chovendo durante essas visitas, bom ou mal sinal? De qualquer maneira, a solução para dar um destino ao que a Vasp deixou para trás é uma história que poderia já ter acabado, com o final feliz de todas as novelas (o vilão morre ou é preso, o mocinho e a mocinha se casam e todos vivem felizes para sempre) mas a lentidão da Justiça e a burocracia brasileira emperrou a situação desde 2005, quando a empresa parou de voar, sendo depois considerada falida. No entanto, desde o ano passado, o Conselho Nacional de Justiça, na pessoa do MM Juiz Marlos Augusto Melek, que, aliás, é piloto, e a 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, na pessoa do MM Juiz Daniel Carnio Costa, estão realizando excelente trabalho para reverter a situação. Não se trata apenas de desocupar aeroportos (Programa Espaço Livre) e pagar os credores, objetivos, aliás, muito importantes. Trata-se de fazer isso deixando todo mundo feliz. Inclusive quem não tem nada a ver com espaço em aeroporto ou nunca foi credor da Vasp.
Na foto abaixo, os Juízes Daniel e Marlos.
Os leilões possibilitam à pessoa comum – eu, você, empresários grandes e pequenos – ter verdadeiras relíquias daquela que foi uma das mais amadas empresas aéreas do Brasil, pequenos pedaços de sua história em casa, no escritório, em escolas de aviação etc.
No próximo dia seis de fevereiro o PP-SFI, um dos últimos “breguinhas” da Vasp ainda inteirinhos, com poltronas, instrumentos de voo, galleys etc, irá a leilão, aberto ao público. Quem tiver pelo menos R$ 100 mil pode conseguir levar. Depois, se quiser, até dá para colocá-lo em condições de voo, mas o custo será bem alto pois a documentação precisará ser renovada e a manutenção, colocada em dia. Melhor desmontar e transportar, essa é a verdade, deixando pra sempre Congonhas.

Já as sucatas de três aviões há alguns meses picotados, o PP-SMF, o PP-SMG e o PP-SMS, também podem ser arrematadas pelo lance mínimo de R$ 30 mil. Infelizmente, a maneira como foram destruídas praticamente impossibilita que muitos colecionadores aproveitem portas, asas, painéis da fuselagem etc. Mas o que já foi feito, feito está, não adianta chorar. Por outro lado, esperamos que os outros aviões sejam desmontados com mais respeito.
Veja abaixo como estão hoje os três aviões já desmontados.

Falando nisso, como única jornalista especializada acompanhando o caso VASP desde o início do Programa Espaço Livre - Aeroportos, pude orientar os MM Juízes e os administradores da massa falida quanto a objetos que interessam aos colecionadores (eu mesma, inclusive), salvando-os de irem para o lixo comum ou reciclagem. Por exemplo, as plaquetas de identificação, com número de série de cada aeronave. Em visitas anteriores à Congonhas, identifiquei a localização da plaqueta de um dos Airbus A300 lá estacionados. Hoje, com a ajuda do Sr. Josafá, Vaspeano prata da casa e zelador dos escombros da companhia aérea em Congonhas, identificamos a localização das plaquetas nos Boeing 737, como a que se vê na foto abaixo, do PP-SFI.

Na hora testemunhamos, então, o Juiz Daniel orientar o Sr. Josafá para retirar todas as plaquetas dos aviões restantes – e o Josafá crê encontrá-las até mesmo nos montes a que se reduziram os PP-SMF, SMG e SMS – para que sejam leiloadas como objetos colecionáveis, não se perdendo entre as sucatas. Ponto para eles, ponto para nós!
Depois, todos visitamos os estoques de peças e suprimentos da companhia aérea. Num ambiente repleto de teias de aranhas, cupins, muito pó, ácaros e infiltração de água, jazem cerca de 80 mil peças desde parafusos, porcas, painéis metálicos, cabeamentos e birutas de aeroporto até uniformes de comissários, capas de polltronas, sistemas de reversores dos motores e profundores de Boeings. Esse material também poderá render um precisoso dinheiro para os milhares de ex-funcionários e demais credores da Viação Aérea São Paulo.
Durante a visita, os juízes informaram que o bombeiros irão usar as aeronaves restantes em Congonhas para treinamento de corte de fuselagem, para treinamento de acesso quanto a que ferramentas usar, onde cortar  etc, já que eles tiveram dificuldades nessa tarefa no caso dos dois últimos acidentes em Congonhas (1996 e 2007). Depois disso, elas terminarão de ser cortadas.
Veja abaixo outras fotos de materiais que ainda se encontram disponíveis para, em futuro breve, se transformarem no dinheiro que aliviará a situação de muitos funcionários órfãos da Vasp.








Flagra!
Pena que alguém na Vasp não sabia a diferença entre acentos e
assentos...

 

2 comentários:

  1. Que vergonha a memória do Brasil indo para o lixo. esta Justiça injusta, deixa esta e outras falidas, sendo sucateadas. Depois de 6 anos a justiça vai deixar virar pó.

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  2. Infelizmente só virou sucata a ser leiloada a troco de banana.....

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