CP 130 -
setembro de 2016
***ESPECIAL***
BASTIDORES DA LABACE 2016
Para quem não a
conhece, a Labace é a Latin American Business Aviation Conferente &
Exhibition. Traduzindo, feira e conferência de aviação executiva da América
Latina.
A Labace ocorre
anualmente, desde 2003, em São Paulo, sendo que não ocorreu apenas no ano de
2006, quando São Paulo estava sendo atacada por várias ações do crime
organizado e os organizadores da Labace resolveram não realizá-la naquele ano.
A Labace é
pejorativamente chamada por alguns órgãos de imprensa não especializada como
“feira dos jatinhos executivos”. Especialmente as emissoras de TV, bem como
portais não especializados da internet ficam destacando o luxo dos tais
“jatinhos”, como se apenas “sheiks” árabes, magnatas do petróleo (não do
petróleo brasileiro, que viu, nos últimos meses, até a Petrobras definhar) e
riquinhos excêntricos passeassem de aviãozinho próprio... e só “passeassem”
mesmo, por lazer.
Há pelo menos 18
anos eu faço reportagens sobre aviação executiva. Ela é luxuosa? Na maioria das
vezes, sim. Precisa ter muita grana pra ter um avião daqueles. Sim, pois os
custos de manutenção e operação são bem caros. Mas, vamos fazer uma comparação
bem simples e real. Ou algumas
comparações.
Situação um: Um
cidadão do povo que pega ônibus lotado todo dia pra ir trabalhar suspira por
ter um carro. Pode ser um carro usado ou zero, mas tem que ser um carro próprio.
Se for bem confortável, melhor ainda. Para ir trabalhar.
Quando esse
cidadão, por sorte, esforço próprio ou herança consegue o carro dele, ele não
se torna um “riquinho mimado” pelo conforto a mais a que tem acesso.
Situação dois: O
cidadão que ainda não tem carro, e suspira por um, vê um carro passar do lado
do ônibus onde ele está. O motorista lá dentro está confortável, até fala ao
celular enquanto dirige (embora seja proibido e perigoso), ou ouve as notícias
pelo rádio do carro, ou então ouve uma boa música. Naquele dia de semana
chuvoso ou de calor infernal, congestionamentos mil, ele não deve estar indo passear
de carro. Assim como seu colega no “busão”, ambos estão trabalhando ou indo
trabalhar. Não tem “riquinho mimado” nessa história.
Situação três: O
cara é empresário. Tem reuniões em várias capitais brasileiras, pois o negócio
dele está se expandindo. Mas fica preso nas filas do aeroporto de partida (após
se desvencilhar do congestionamento no acesso ao aeroporto). O voo atrasa, quando
já está dentro do avião ele não tem espaço a bordo para adiantar a leitura do
relatório no notebook e tem que submeter aos horários e dificuldades do voo de
retorno também. O dia e a semana rendem pouco. E ele fica tão cansado quanto o
cidadão lá dentro do ônibus, que, só por coincidência, é empregado DELE e
suspira por um carro.
Situação quatro:
O empresário troca o aborrecimento nos aeroportos e aviões comerciais por um
jatinho. Voa só quando é absolutamente necessário. O piloto opera a aeronave e cuida
do trânsito, digo, do tráfego aéreo, enquanto, lá atrás, o empresário adianta o
relatório, revê a documentação, e até relaxa antes de ter uma reunião
importante no destino. E, após a mesma, sem mais delongas, sem fila pra avião
da Gol, da Latam, da Azul ou da Avianca, volta pra casa no jatinho e ainda
consegue ver os filhos antes deles irem deitar!
Coloque no lugar
desse empresário o artista que faz vários shows em locais distantes entre si na
mesma semana e agrada o cidadão que vai de carro (ou de busão) ao show, com a
namorada, com os irmãos, com os pais.
Não tem
“riquinho mimado” em nenhuma dessas quatro situações.
Conforto, enfim,
custa caro. É luxo para alguns mas necessidade para a maioria – ou mesmo para a
totalidade. E o conforto e o luxo da aviação executiva, dos “jatinhos” que
estão na Labace, por exemplo, estão por trás de milhares de empregos,
principalmente de quem não tem carro.
O que muita
gente não sabe ou não percebe:
1) Que por trás da
loja de departamentos que abastece com geladeira, fogão, TV, aparelho de som,
celular, máquina de lavar etc a casa do cidadão daquele mesmo ônibus que
citamos há pouco, tem uma frota de aviões e helicópteros de quem trabalha para
tocar a empresa. Uma dessas lojas, conhecidíssima, é a Casas Bahia. Que tem um
departamento de aviação “de jatinhos” surpreendente.
2) Que, embora a
imprensa não-especializada cubra a Labace correndo atrás do “jatinho” mais caro
da feira – e que até pode ser um senhor jatão! – não olha para os aviões
pequenos do caminho, que ele chamaria de “teco-teco” mas que são tão “aviões
executivos” quanto os “jatões”, pois também servem ao dia-a-dia de empresas e
empresários e, porque não, de vez em quando também os levam ao lazer. São tão
pequeninos assim para serem esnobados?
Mas aproveito
esta edição mensal da Caixa Preta para não só rejeitar o preconceito contra os
aviões executivos como para também pinçar detalhes dos bastidores da última
Labace que são ignorados ou pouco comentados por aí. Afinal, esse é o principal
objetivo da Caixa Preta: trazer à luz o que os outros não trazem!
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UMA SELEÇÃO EXCLUSIVA
DE FOTOS DA
LABACE 2016
(TODAS abaixo de autoria de Solange Galante)
Cerimônia
de abertura da 13ª. Labace. Ao microfone, Ricardo Nogueira, diretor executivo
da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), organizadora do evento desde
o início.
Já
notou que as aeronaves modernas, as executivas em particular, não possuem mais
“winglets” propriamente ditos mas asas com curvas suaves na ponta das mesmas?
Tudo em prol de um desempenho máximo e redução de custos. E para entusiasmas
fotógrafos de aviação de plantão.
Cessna
Caravan (C208) EX: um
verdadeiro Jipe voador, já muito conhecido no Brasil em companhias aéreas
regionais, táxi aéreo etc.
Cessna Citattion Latitude.
Esquilo
(AS 350B2) exposto pela Power Helicópteros.
TBM700N
(comercialmente, TBM 900)
O
simpático “calhambeque da cerveja artesanal”, levado pela Líder Aviação.
O motor conceito Over-The-Wing Engine Mount
(OTWEM) do Honda Jet.
Piper PA-45R-350T Matrix, tão “jatinho” quanto os aviões mais prestigiados pela
imprensa não-especializada.
Que
tal ser recebido por uma mulher comandante nesse jato executivo?
Deixando
o avião limpinho!
Em
alguma das futuras Labaces, certamente veremos os novos G500 e G600, em
desenvolvimento.
Cabine
do Legacy 450
Localização
do avião em Congonhas.
Ampla
variedade de tecidos e padronagens para customizar cada avião, á escolha do
cliente.
Hélice de cinco pás no Pilatus PC-12: novidade da fábrica.
Pá
de rotor de helicóptero como as revisadas pelas oficinas da Helibras.
Bell 429 “Magnificent”, super VVIP, com interior italiano e bancos em
couro.
Modelos
que a Bombardier considera de maior sucesso em vendas na América Latina, o Challenger 350 e o Global 6000.
Algar
Aviation, representante dos produtos Daher-Socata no Brasil.
PC-12
NG, representada pela Synerjet na América Latina.
A
graciosa curva da asa do Citation Latitude.
No
segundo dia da Labace, a chuva se fez presente.
Vista
aérea da Labace no segundo dia.
H135,
nova versão do EC135 da Airbus Helicopter. Não estava exposto na Labace mas
levou imprensa e convidados para uma voltinha sobre a feira e sobre São Paulo.
Novamente, o Dassault
Falcon 8X
Sikorsky
S-76C ++ embrulhado pra “presente” (na verdade, para transporte em direção ao
cliente final)
Estande
da Leonardo – novo nome da AgustaWestland.
Estande
da Dassault em seu centenário.
Com
o sol de volta no último dia do evento.
Espaço
do Helicenter Alphaville com AgustaWestland (Leonardo) Grand New.
Mockup do Bell 505
JetRanger X.
Muito
presente durante o evento, esses “tubos” fornecem ar condicionado e energia
elétrica para os aviões expostos.
Chegar
cedo à Labace pode proporcionar belas imagens como o sereno sobre as aeronaves.
Phenom
100E, marcando presença na área reservada à Embraer.
Phenom
650, na área reservada à Embraer.
Preparando
o visual da máquina antes da abertura da feira.
Coronel
PM Falconi, comandante do Grupamento Águia, em palestra sobre Resgate
Aeromédico.
Estande
da Air BP.
Estande da Jetex
Flight Support.
Estande
da JSSI.
Estande
da Good Winds.
Estande
da Marcia’s Catering. Modesto? O cartão de visitas está, na verdade, na maioria
dos estandes que disponibilizam as comidinhas da empresa.
Alguns
dos helicópteros em exposição.
A Embraer distribuiu garrafinhas de água para aliviar a sede dos visitantes.
Simpático
ursinho feito com flores, no estande da Embraer.
Uma
imagem ao mesmo tempo sofisticada e rural da aviação executiva.
Principal
objetivo da Labace: vender.
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“GROUND HANDLER” HÁ UMA DÉCADA
(TODAS fotos abaixo por Solange Galante)
ACOMPANHEI COM
EXCLUSIVIDADE O INÍCIO DO DESMONTE DA LABACE E RETIRADA DOS PRIMEIROS AVIÕES
PELA INFLIGHT SOLUTIONS
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IMPRENSA INTERNACIONAL
COBRE FEIRA NO BRASIL
MAS ESQUECE QUE ELA ESTÁ NO HEMISFÉRIO SUL
(Fonte: Aviation International News/
Bombardier Forecasts Region's Bizjet Demand
- August
27, 2016, 10:00 AM
Bombardier sees a demand
for nearly 800 new business aircraft in Latin America over the next decade. (…)
Despite the economic
slump which Brazil is currently in the throes of, Bombardier remains bullish on
the country, which just hosted the summer
Olympic games. Currently the OEM has
140 aircraft operating in the country.
(…)
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Obs: o sublinhado foi por
nossa conta.
Ok. Podem até alegar que
escreveram “Summer” em oposição aos Jogos Olímpicos de Inverno, que ocorrem em
alguns países do hemisfério norte. Mas, considerando que foram realizados no
inverno brasileiro, poderiam apenas escrever “Olympic Games” e ponto final.
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AVIÃO INVISÍVEL TAMBÉM ENTROU NA CONTA
(Fonte:
Assessoria de imprensa EGOM/release)
LABACE 2016 supera expectativas e leva
ao aeroporto de Congonhas mais de 9 mil pessoas
(...)
A LABACE deste ano contou com 136
marcas e 41 aeronaves expostas.
Os maiores fabricantes de aeronaves, peças e serviços estiveram mais uma vez na
feira.
(...)
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Obs: o sublinhado foi por
nossa conta.
Sobrevoamos a feira de
helicóptero no segundo dia de sua realização. Durante os três dias em que durou
a Labace, nenhuma aeronave, seja helicóptero ou avião, entrou ou saiu do local
do evento. Fotografamos e contamos cada aeronave. Foram expostas exatamente 39
aeronaves e um mockup (que não é aeronave real) de helicóptero. Somando o
mockup, foram 40, portanto. Essa uma que ficou faltando na conta certamente é o
Epic, que estava lá apenas “em espírito” (veja adiante a história do Epic)
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O
DIVÓRCIO DA TEXTRON E OUTRO DIVÓRCIO,
O
DA BOMBARDIER.
A Textron é uma holding norte-americana que controla empresas
fabricantes de aeronaves civis e militares e acessórios, entre elas a
fabricante de helicópteros Bell, a fabricante de motores aeronáuticos Lycoming,
e as fabricantes de aviões Cessna e Beechcraft. Todas, entre outras, empresas
muito conhecidas nesse dinâmico mundo da aviação, onde, inclusive, sucedem-se
fusões, incorporações, compras, vendas e outros negócios envolvendo empresas
tradicionais, etc.
Justamente por esse movimento na indústria ao longo das
décadas, os produtos da Textron ficaram pulverizados por vários representantes.
Um deles foi a Líder Aviação.
Ex-Líder Táxi Aéreo, a empresa muito tradicional na aviação
executiva brasileira e com mais de 50 anos de história, já foi representante
das aeronaves Learjet no Brasil e, depois que a Bombardier, do Canadá, assumiu
a fabricação dessas aeronaves, a Líder perdeu essa representação mas voltou a
representar seus outros produtos também, como o Global Express e Challenger, há
alguns anos. A Líder também representou a Bell Helicopter e a Raytheon Aircraft
Company, ex-Hawker Beechcraft Corporation.
Sua concorrente, a TAM Aviação Executiva – ex-TAM Táxi Aéreo
Marília – que é representante Cessna há mais de três décadas, foi crescendo no
mercado brasileiro e trouxe para seu “guarda-chuva” a Bell Helicopter, irmã da
Cessna na Textron.
No ano passado, durante a Labace 2015, a Textron montou um
estande próprio e ficou do lado de suas duas representantes no Brasil: TAM
Aviação Executiva e Líder Aviação. Na ocasião, escrevemos a respeito:
“E
nada é tão bom que não possa ser melhorado. Essa frase pode resumir o
relacionamento entre a TAM Aviação Executiva e a norte-americana Textron
Aviation, empresa proprietária das emblemáticas marcas Beechcraft, Cessna e
Hawker, que respondem por mais da metade das aeronaves de aviação geral em voo
no mundo. Por isso, a Textron aproveitou a Labace para anunciar a
expansão da parceria de longa data com a empresa brasileira, com a aprovação de
sua instalação (da TAM) em Jundiaí (SP) como centro de serviços autorizado para
turboélices Beechcraft King Air. A Textron espera ainda autorizar nos próximos
meses outras instalações da TAM para suporte do turbo-hélice. Aliás, a TAM AE
pretende investir este ano R$ 50 milhões na expansão de serviços que melhorem o
atendimento e o suporte aos clientes das marcas que representa.
Outra
representante de produtos da Textron, a Líder Aviação, apresentou, entre as
aeronaves em exposição, o Beechcraft King Air 250 com o sistema de aviônicos
Pro Line Fusion e upgrades de cabine,
certificado no ano passado. A Textron aproveitou a aeronave na Labace em um tour latino-americano logo após o evento
em São Paulo. O Pro Line Fusion é uma das arquiteturas de aviônicos mais
confiáveis do Mercado e o primeiro sistema totalmente touch-screen. Em breve ocorrerá a certificação do mesmo equipamento
também para as aeronaves King Air 350i/ER e King Air C90GTx. Outro produto
Textron exposto pela Líder Aviação foi o Beechcraft Baron G58, outro best-seller.
Por
sua vez, A TAM Aviação Executiva trouxe para a 12ª. Labace dez aeronaves dos
20 modelos que compõem seu portfólio, duas delas pela primeira vez no Brasil: os Cessna
Citation Latitude e Citation CJ3+. Do reino
das aeronaves de asas rotativas, a TAM AE também trouxe o helicóptero Bell 429
WLG trouxe ainda um Bell 407GX para promover a nova geração do modelo, o Bell 407GXP. Complementando
a frota trazida pela TAM AE também teve destaque o inédito no País mockup completo do Bell
505 Jet Ranger X.”
No ano passado, também escrevemos que “Além da Textron,
a Líder também é representante da Bombardier e as aeronaves expostas foram um
exemplar de cada família produzida pela fabricante canadense: o jato leve Learjet 75, com alcance de
3.700 km e capacidade para nove passageiros; o jato médio Challenger 350 (alcance
de 5.900 km e também nove passageiros), ostentando decoração Baccarat para a
feira), e o jato grande Global 6000, com alcance de 11.100 km e para 13
passageiros.”
Toda
a imprensa especializada achou meio desconfortável uma gigante como a Textron
ter dois representantes também enormes no Brasil e estar ampliando sua parceria
com apenas uma delas.
Daí,
em fevereiro de 2016 aconteceu o esperado: a TAM AE passou a representar com
exclusividade a marca Beechcraft. Era o divórcio da Textron com a Líder. A TAM
AE cresceu, e a Líder Aviação encolheu como representante, mesmo porque não
ficou só nisso. Após ter perdido este ano a representação da Textron para a
linha Beechcraft – condição que estava estranha após grande parte dos produtos
Textrox Aviation terem migrado ou estarem já na TAM AE – a empresa com sede em
Belo Horizonte comunicou ao mercado, às vésperas do início da última Labace,
que decidiu não renovar sua parceria com a Bombardier para a venda de aeronaves
novas. A decisão foi justificada após a fabricante canadense de aviões
executivos passar a adotar, em todo o mundo, um novo formato de parceria,
atuando diretamente nos mercados locais. Na América Latina especificamente,
além de fazer venda direta, a Bombardier optou por escolher “representantes preferenciais”, que
também poderão trabalhar os produtos da marca. A Líder informou, no mesmo
comunicado, que também lhe foi oferecida essa condição de representante
preferencial, mas considerou que “tal formato não está alinhado com suas
estratégias comerciais, além de contribuir para criar uma dinâmica de mercado
confusa e sujeita ao surgimento de conflitos”. A consequência foi a
não-renovação – e o divórcio entre Bombardier e Líder.
Mas
a Líder continua sendo uma das maiores empresas de aviação executiva do Brasil,
representante exclusiva, já pelo segundo ano, do novo e revolucionário jato
japonês HondaJet, além de prestar atendimento aeroportuário (o chamado FBO:
Fixed Base Operator), compartilhamento e administração de aeronaves, seguros aeronáuticos, manutenção de várias
marcas, inclusive de pás de helicópteros, treinamentos, operações como táxi,
contratos de transporte offshore e onshore (para plataformas marítimas e na
Amazônia, respectivamente, para o mercado de óleo & gás), venda ou revenda
de aeronaves e peças. Pois, mesmo após dois divórcios este ano, a vida
continua!
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ESQUECERAM DA LABACE 2015
Textron Aviation expõe jatos e turboélices
líderes em suas categorias na LABACE 2016.
(...)
Será o debut do mais novo jato da Cessna, o Citation Latitude que a partir de São Paulo pode ir sem escalas á qualquer destino na
América do Sul. Também é esperado a presença de helicoptéros da Bell
Helicopters, a tradicional fabricante americana que também faz parte do grupo
Textron.
(...)
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Obs: o sublinhado foi por
nossa conta.
Não, não foi o debut do
Latitude. Ele esteve no ano passado na Labace 2015 (quando foi realmente o seu
debut), conforme minha foto abaixo:
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A DATA MUDOU, MAS A PÁGINA, NÃO
Assisti
a uma das palestras realizadas na Labace, mas quem preparou o documento em
Power Point esqueceu que a data da Labace já tinha mudado, faz tempo, devido à
realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Aliás,
infelizmente, mais uma vez a imprensa, tanto a especializada quanto a
não-especializada, divulgaram quase nada sobre os eventos paralelos realizados
todo ano durante a Labace, sempre excelentes, por sinal.
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COMIDAS DE ... ESTANDE!
Uma seleção de fotos do que foi oferecido de mais especial
nos estandes durante a Labace 2016! Pois o glamour
da aviação executiva também passa pela gastronomia!
Estande
da Synerjet/Pilatus
Espaço
da AGS/Helipark
Estande
da Helibras
Estande
da Rockwell-Collins
Estande
da Good Winds
Estande
da Good Winds
Estande
da AGS/Helipark
Estande
da ABAG
Estande
da Dassault
Estande
da TAM AE
Estande
da Shell Aviation (Raizen)
Estande
da Embraer
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HISTÓRIAS
DE ANAC:
ONDE
ESTÁ O EPIC?
Mais uma vez a Anac pisa na bola. Anunciado para estar
presente na Labace deste ano, junto ao estande de sua representante no Brasil,
a Somma Aviation, o Epic não apareceu, contribuindo com a redução da frota
exposta na Labace 2016. Gianfranco Somma, diretor Executivo da empresa,
apressou-se em explicar, em um totem que substituía o elegante monomotor
turbo-hélice, o que havia acontecido com o Epic.
Segundo Gianfranco, a Agência Nacional de Aviação Civil não
emitiu autorização especial – prevista na atual legislação brasileira, e
baseada na legislação norte-americana – para que a aeronave, que viria da
cidade de Americana (SP), onde fica a sede da Somma Aviation, pudesse sobrevoar
área densamente povoada, por ser ainda de categoria experimental no Brasil, e
chegar à Labace. É certo que após a queda do avião experimental CA-9 de Roger Agnelli,
ex-presidente da Vale, na Zona Norte de São Paulo em março passado, a Anac
ficou como gato escaldado. Por mais que Gianfranco tenha mostrado toda documentação
solicitada pela Agência, e explicado sobre o andamento do projeto de
certificação do avião nos Estados Unidos – quando ele deixaria de ser uma
aeronave experimental –, foi às vésperas do início da feira, quando o espaço já
estava reservado e a exposição do Epic, anunciada, que chegou a negativa
oficial da agência.
Indignado, como era de se esperar, Gianfranco Somma passou
boa parte dos três dias dedicados à venda de seu produto acrescentando
informações sobre o corrido a todos que lhe perguntavam a respeito. Segundo
ele, os responsáveis pela autorização especial para esse voo, plenamente
possível, simplesmente não quiseram se responsabilizar e assinar o documento. Como Gianfranco escreveu no totem explicativo: “Na véspera do evento, recebemos uma ligação dando uma
negativa à autorização. Questionamos qual seria o critério ou requisito para
tal resolução, e o gerente da GGCP (Gerência-Geral
de Certificação de Produto Aeronáutico), simplesmente disse não existir um procedimento para tal
solicitação, que eles simplesmente não dão esta autorização. Fiquei intrigado
quanto à operação de diversos experimentais que costumam ir à feira todos os
anos, e o fazem sem problemas. Este disse que seriam aeronaves de pesquisa de
mercado, diante disso, questionei o tipo de certificado que estas aeronaves
tem, ele me disse CAVE (Certificado de
Autorização de Voo Experimental) ou
seja, o mesmo da restrição. Perguntei onde está previsto na regulamentação a
autorização ou distinção deste tipo de aeronave (pesquisa de mercado) e
simplesmente NÃO existe no RBHA 91 (que trata de Regras Gerais de Operação para Aeronaves Civis). Mostrou, entretanto, o MPR-100 (Manual de
Procedimentos) com instruções internas para a Anac que cita uma possível
isenção para esta classe, mas que também cita que o GGCP PODE emitir
autorização para outras classes de experimental. Quando questionamos sobre a
situação, ele disse que o GGCP “pode mas não dá”, e, assim ficamos proibidos de
a levar a aeronave, mesmo com apresentação de todos os documentos pedidos,
espaço pago na Labace e etc. Gostaríamos de pedir desculpa aos clientes e
amigos que aguardavam ansiosamente o momento de ver pela primeira vez o avião
pessoalmente, mas este setor da Anac e sua falta de preparo nos impediram de
tornar este anseio em realidade.”
Quem
é o Epic? O monoturbo-hélice (motor PT6A-67A) Epic LT possui seis assentos, é
construído em fibra de carbono, e tem performance de jato, podendo voar a 325
Ktas a 34.000 pés. A suíte de aviônicos é a Garmin G1000. A certificação deverá
ocorrer nos Estados Unidos em 2017. Recentemente, seis aeronaves Epic LT
rodaram o mundo visitando nove países e 21 cidades em 21 dias, com término no
final de julho passado.
Logo
que recebeu a negativa da Anac, Gianfranco Somma levou a aeronave para Jundiaí,
onde ela permaneceu durante o evento para receber a visita de interessados. Ou
seja, ela sobrevoou área povoada ao se deslocar entre Americana e Jundiaí – não
há regra alguma especificando que experimentais só não podem voar sobre cidades
muito grandes, como São Paulo. Mas, sem dúvida, apresentar o Epic em Jundiaí
não livrou a empresa do enorme prejuízo financeiro e de imagem causado pela
falta do Epic na Labace.
Soubemos
também, ainda dentro da Labace, que Gianfranco questionou a presença de outros
experimentais, todos os anos, em todas as Labaces – este ano, inclusive, ou
seja, se a regra de não sobrevoar áreas densamente ocupadas não deveria valer
também para as outras.
O
interessante é que, depois dessa reclamação, feita ainda no primeiro dia do
evento, o adesivo “experimental” perto da porta do Dassault Falcon 8X exposto
na feira, aeronave que ainda está em processo de certificação no Brasil
simplesmente desapareceu!!!!!!!
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*****Na próxima edição
mensal da Caixa Preta prosseguiremos com as fotos de “MISSÃO EUROPA 2015 –
ALGUNS MOMENTOS” bem como a publicação das outras seções rotineiras da edição
mensal da Caixa Preta.*****
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