sábado, 30 de julho de 2016

Plantão Caixa Preta

AS AVIADORAS BRASILEIRAS GANHARAM
UMA NOVA HEROÍNA.
(OS AVIADORES TAMBÉM, POR QUE NÃO?)



Nos últimos meses chamei a atenção de meus leitores, durante a edição mensal de Caixa Preta, com textos na cor laranja sobre personagens que seriam conhecidos em breve.
Os textos foram introdutórios para uma obra – do qual eles não fazem parte – que acabou de ser lançada, meu primeiro romance, chamado “A Ás”.
A razão desse título é porque a heroína é uma mulher piloto que, dentro da definição de “ás”, “se sobressai entre uma coletividade pelo que faz ou sabe”.
É um projeto que completou recentemente 35 anos desde os primeiros rascunhos. Quando comecei a gostar de aviação, picada pelo “aerococus” pela curiosidade acerca de um grave acidente aéreo nos EUA, como já comentei neste Blog, adolescente que eu era, me vi apaixonada de maneira arrebatadora e consumindo o máximo possível de aviação, devorando textos de jornais, revistas e livros. O conhecimento adquirido foi enorme e eu quis utilizá-lo de alguma maneira. Tendo já rascunhado alguns contos, crônicas, romances e até poemas, mas desgostosa com o romance “No Ar e na Terra” que eu começara a redigir de imediato ao ser infectada pelo “micróbio aeronáutico”, parti para este outro projeto que logo ganhou o nome que ainda possui como definitivo, tão logo eu comecei a ter conhecimento de mulheres aviadoras brasileiras reais e sua luta contra o preconceito reinante.
Eu não sabia sequer se algum dia publicaria “A Ás”. No início da década de 1980 ainda era caríssimo e difícil publicar um livro. Não existiam as hoje predominantes opções de livros por baixa tiragem ou por demanda, computador era raro e limitado e pouco se editorava com a ajuda da informática. Mas eu não deixei de escrever e reescrever onde necessário.
Se hoje é fácil “voar” nos simuladores de voo domésticos, instalados em computadores pessoais, minha opção, naquela época, era criar empresas aéreas fictícias e voar “virtualmente” (melhor dizendo, naquela época seria mais apropriado dizer “voar de faz-de-conta”) escrevendo mesmo, criando voos escritos.
Logo não eram apenas voos. Tudo o que eu aprendia sobre aviação, termos técnicos, definições, gírias, situações do cotidiano ou não, eu “romanceava”. Nasceram personagens e capítulos como contos, focando ou dando maior destaque, para cada um desses trechos do todo, a uma área específica da aviação.
A maioria dos capítulos de “A Ás” é baseada em alguma situação que vivi ou presenciei, ou que me contaram, por menor que fosse o detalhe real, e ao redor dele a aventura tomou forma. Algumas dessas situações eram, inclusive, rotineiras demais para terem sido presenciadas só por mim: olhar os aviões do terraço de Congonhas, por exemplo.
Quem me conhece já ouviu falar que, entretanto, fiquei nove anos longe da aviação, e longe, digo, uns “200%”, como sempre repito, pois uma grande decepção na área me afastou dos aviões de maneira tão intensa que tudo o que aconteceu no período eu só vim a saber ou conhecer depois do meu retorno à atividade, por exemplo, a saída dos Electras da Ponte Aérea. Nesse período, eu me desfiz, infelizmente, de uns 90% do meu acervo, que foi direto para o lixo, exceto livros (romances, contos, nenhum livro técnico)... e os originais de “A Ás” também sobreviveram. Manuscritos ou datilografados.
Ao término do “jejum” de nove anos, quando o “aerococus” me picou de novo e eu verifiquei que aquela paixão era mesmo incurável e era melhor não lutar contra ela, fui ver o que me restava da primeira fase de apaixonada pela aviação e resgatei os originais desse meu romance. Reli e pensei: “Eu escrevi essa DROGA???” E, ao invés de jogar no lixo os rascunhos de um texto escrito por uma adolescente apaixonada e inexperiente, resolvi, agora com cabeça adulta, reescrevê-lo todo, e foi o que fiz.
Desde 1995, portanto, a gestação de “A Ás” foi retomada, desta vez, com o máximo de seriedade, pesquisas, entrevistas, trocas de ideias. No entanto, por diversas vezes tive que priorizar outros trabalhos, por questão de remuneração e até por ter sido convidada para projetos especiais, como a biografia do Cel. Braga, que consegui publicar no ano passado.
Uma das pessoas que leu uma das versões resultantes dessa nova fase foi Ernesto Klotzel, o primeiro jornalista de aviação que eu li por intermédio do caderno de turismo da extinto jornal Shopping News, que circulava gratuitamente aos domingos em alguns bairros de São Paulo, onde eu morava. Eu fui conhecer o Ernesto, com toda a emoção de uma fã, e ele não só leu como adorou o que eu havia escrito: foi meu primeiro grande apoiador, o que, mais recentemente, me fez convidá-lo para assinar o prefácio da obra.
Na mesma década de 1990, motivada pela minha primeira reportagem profissional, “Mulheres na Cabine de Comando”, publicada na revista Aero Magazine em 1996, conheci várias mulheres pilotos, quase todas as citadas no texto da quarta capa do livro, e muitas outras, e, melhor do que na minha primeira fase aeronáutica, desta vez eu as conheci pessoalmente, não apenas por livros, TV e jornais!
“A Ás”, portanto, é a conclusão de pesquisas, de resgate de algumas experiências reais e do convívio com pioneiras. Apesar de seu alto número final de páginas – mais de 480 – desafio qualquer leitor a achá-lo cansativo. Como bem percebeu ao lê-lo por duas vezes – a segunda vez, para redigir o prefácio – Ernesto Klotzel mencionou  asequência acelerada das centenas de páginas aqui apresentadas”. Ou, como ele comentara comigo após a primeira leitura, um rítmo de história em quadrinhos. Pois cada um de seus mais de 30 capítulo é quase um conto por si próprio, destacando vários aspectos da  aviação, que servem de ambiente para as aventuras de nossa heroína.
E quem é essa heroína?
Uma  Piloto de Linha Aérea chamada Sônia, que teria sido (na minha ficção) a primeira mulher a chegar a esse degrau na aviação brasileira. Seu combustível é o amor ao voo mas ela enfrenta vários desafios e muito preconceito ao longo de sua carreira.  A personagem Sônia, mais conhecida como “Cmte. Sô”, começou a ser moldada a partir de apenas três mulheres reais mas, ao longo das várias edições sofridas desde o texto inicial e original, acabou por se tornar a representante de outras pioneiras reais da  aviação brasileira. Ela personifica especialmente Márcia Mammana, Lucy Lupia Pinel B. de Pinho, Arlete Ziolkowski, Claudine Melnik e Carla Roemmler mas presta homenagem também a várias outras, do passado e do presente, que têm nela, agora, sua mais nova heroína!

Como recado final: “A Ás” terá sequencia, que já está sendo redigida e levará muito menos de 35 anos para ser publicada!

Para adquirir, acesse https://agbook.com.br/book/209097--A_As ou https://agbook.com.br e digite A Ás na busca. As primeiras 15 páginas estão disponíveis para leitura gratuitamente no próprio site.

Em breve, o livro será disponibilizado também por mim mesma, para remessa já autografado.

3 comentários:

  1. Parabéns Solange por mais esta conquista, quero adquirir o meu exemplar mas terá que ser autografado viu...
    Assim que você tiver em mãos me avise por favor!!!
    Mais uma vez parabéns e quero muito ler essa sua obra-prima......Sucesso!!!!

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    1. Obrigada! Já tenho em mãos, me contate pelo remigedeaguia@bol.com.br e a gente combina... Super abraço! ;)

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    2. Bom dia, Ricardo, tudo bom?

      Tenho que lhe dar o prêmio do Blog pela sua foto e também o livro autografado!

      Se vc mora em São Paulo, vamos combinar o encontro. Caso more fora de São Paulo, precisamos combinar o envio.

      Grande abraço

      ​Solange

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