janeiro
de 2015
60 ANOS DE ARCO-ÍRIS
(Foto: Solange Galante)
A saudosa companhia aérea Transbrasil teria
completado 60 anos desde sua fundação, em cinco de janeiro passado, se
estivesse operando. No entanto, 14 anos antes, ela deixou de voar num fatídico
três de dezembro de 2001. Mas a
Transbrasil já estava doente e sua doença foi se agravando juntamente com o
definhamento de seu presidente, Omar Fontana, tão grande quanto educado e
cavalheiro, que nos deixou em 7 de dezembro de 2000. A partir daí, o
desinteresse explícito em cuidar bem dela, por parte de Antônio Celso Cipriani, genro
de Fontana, deixou a empresa acabar-se.
Teria
Omar Fontana adoecido e morrido em consequência das dificuldades para manter no
ar sua querida Sadia Transportes Aéreos de fundação, diante da
desregulamentação do setor no Brasil, concorrência doméstica e internacional e
os altos e baixos da economia brasileira? Ou teria a Transbrasil adoecido e
morrido pela falta de seu Comandante, amante das artes (especialmente de um bom
piano) e de suas grandes mãos no manche de seus aviões?
Não
importa. Como foi comentado por um amigo meu, piloto de outra empresa
brasileira, a Transbrasil era uma “concorrente honesta”. Longe de querer usar
de práticas abomináveis, como não é raro no mundo dos negócios, ela sempre foi
a menor das grandes aéreas brasileiras: menor em frota, em quantidade de
funcionários, em rotas. Mas o carisma dela era gigantesco e invejável. Sem a
legião de fãs da pioneira Varig, sem a marca paulista da Vasp e sem a
agressividade administrativa da jovem TAM, durante muito tempo seus aviões
coloridos – padrão adotado no início da década de 1970, para comemorar a chegada
de seus primeiros jatos – marca mais forte da companhia – refletiam o
entusiasmo de seus funcionários e as belezas de um país tropical querendo muito
acertar, mesmo por linhas tortas. Todas as empresas aéreas comemoram, e muito,
a chegada de novos equipamentos, o início de novos desafios, mas nenhum pouso
inaugural foi mais marcante para a aviação brasileira nas últimas décadas do que a chegada do
PT-TAA, o primeiro Boeing 767-200 da empresa, em junho de 1983, no Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo.
Particularmente,
a Transbrasa – para os íntimos – foi onde voei em avião comercial pela primeira
vez na vida – o PT-TAC, um dos três “irmãos arco-íris” – em 18 de janeiro de
1985, no “longuíssimo” voo Congonhas-Guarulhos-Congonhas, dois dias antes da
inauguração do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. Dez anos depois,
em 23 de novembro de 1995, a convite do assessor de imprensa Jorge Honório – na
minha opinião, um dos melhores assessores de imprensa da aviação brasileira,
até hoje – voei coincidentemente de novo no PT-TAC entre Guarulhos e Brasília,
acompanhando o trabalho da copiloto Eveline Fontenelle para minha então
primeira reportagem profissional, para a revista Aero Magazine. Essas foram
apenas algumas de minhas alegrias em voos da companhia.
Não era
preciso voar: pergunte a qualquer outro privilegiado que viu a Transbrasil
operar em nossos aeroportos como ela tinha uma alma diferente das outras. Seus funcionários desdobravam-se para atender
bem, sob qualquer circunstância. Rezava a lenda que, já em dificuldades
financeiras e sem ter crédito com empresas de catering, na escala de um voo no
nordeste brasileiro, os comissários desembarcaram do avião e pagaram do próprio
bolso hambúrgueres de uma lanchonete para alimentar seus passageiros. Só que
não é lenda, foi verdade.
Mas é
melhor recordarmos das coisas boas, das fases prósperas, das feijoadas e cocos
verdes servidos a bordo. Para que ela se junte ao time das empresas eternamente
queridas, como Panair, Real Aerovias, Cruzeiro, Varig, Vasp. Por isso, hoje destacamos
um pequeno Especial em homenagem à Transbrasil. Afinal, “voar, é com a gente!”
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ESPECIAL TRANSBRASIL
A
seguir, alguns itens de minha coleção pessoal sobre a companhia:
Anúncio
Detalhe
do caderno distribuído aos jornalistas quando da apresentação da nova
identidade visual da companhia (1998)
Árvore
de Natal em papel cartão que podia ser montada em cima da mesa.
Calendário
de mesa de 2000 (capa e algumas outras páginas)
Capa
de passagem aérea
Cartão
de embarque internacional
Cartões
de embarque
Cartão
de Natal interativo
Cartão
de Dia do Comissário (aberto e fechado)
Etiquetas
de bagagem (canhotos)
Passagem
aérea
Pasta
de papel
Etiqueta
de prioridade para bagagem
Safety Card Boeing
767-200
Safety Card Boeing
737-300
Sickness
Bag (saquinho de enjoo)
Tampa
em alumínio de bandejinha de comida
E a reportagem que ninguém queria ler um dia...
Colaboração de Rômulo
Machado C Lemes
Colaboração de Afonso
Delagassa:
(Fotos,
todas de autoria do mesmo)
Colaboração de
Ubiratan Lago:
“Este foi dado ao meu pai
Ubirajara Macedo do Lago, na ocasião Diretor de Marketing & Vendas da
Transbrasil. Ele estava presente no voo de entrega da aeronave e o Artur
Moreira Lima veio tocando em um piano de cauda na primeira classe para os
convidados. Piano era uma das paixões do Cmte. Omar Fontana.
Eu estava no solo uniformizado recebendo o avião em Congonhas.” (Foto: Ubiratan Lago)
Eu estava no solo uniformizado recebendo o avião em Congonhas.” (Foto: Ubiratan Lago)
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“NOSSAS PRINCIPAIS SEÇÕES”
DEU
N@ INTERNET
(Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3811230/iata-diz-que-terminal-novo-de-guarulhos-mantem-gargalos
)
10/12/2014 às 13h30
Iata diz que terminal novo de Guarulhos mantém gargalos
Por Assis Moreira | Valor
GENEBRA - A
Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) apresentou nesta
quarta-feira a construção do terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos como um
exemplo internacional de 'oportunidade perdida', com manutenção de gargalos que
continuam a atormentar companhias aéreas e passageiros.
David
Stewart, diretor de Desenvolvimento de Aeroportos, disse numa exposição para
jornalistas internacionais que o concessionário do T3 de Guarulhos não entendeu
que o aeroporto é um grande 'hub' internacional e o quanto é importante
facilitar a conexão de passageiros para outros vôos.
Apontou
demora na imigração, e sobretudo longas filas para os passageiros fazerem a
transferência de vôos, que é um componente importante para qualquer companhia
aérea. 'Não houve nenhuma melhora no processo e tempo de conexões', afirmou.
Existem relatos de passageiros que perderam mais facilmente as conexões em
Guarulhos diante de tanta fila".
Além
disso, o T3 de Guarulhos surge como exemplo de grande projeto de infraestrutura
cuja magnitude não vai necessariamente acomodar o crescimento previsto no
aumento de vôos e de passageiros, de acordo com a Iata. A entidade projeta
que o número de passageiros no aeroporto, de 36,2 milhões este ano, terá
crescimento de 11,4% em média anual e sua plena capacidade será atingida dentro
de quatro anos.
Para
a Iata, o problema deve-se à falta de diálogo da concessionária com as
companhias aéreas. De maneira geral, a entidade menciona projetos com prazos
irreais e mega-aeroportos vistos como 'troféus' por governos.
Pouco
antes, o diretor-geral da Iata, Tony Tyler, disse que 'o diálogo da Anac com as
empresas é inadequado', manifestando preocupação com a falta de comunicação,
ainda mais no contexto de 'pressões' em vista de preparação para as Olimpíadas
dentro de 18 meses.
A
Iata pede aa Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Secretaria de Aviação
Civil (Sac) 'consultas efetivas' com as companhias aéreas nas discussões de
privatização e concessoes de aeroportos, alegando que afinal as empresas que
vão usar os equipamentos depois.
Nas
Américas, outros dois exemplos negativos são os novos terminais de Quito e de
Bogotá, que foram construídos pequenos demais, menores do que o anterior e já
com plena capacidade. Na Europa, a indagação é sobre o projeto de
construção do novo aeroporto de Roma, custando US$ 4,5 bilhões de euros, quando
a atividade aérea na capital italiana está é diminuindo.
Em
Atenas, a manutenção do novo aeroporto é tão cara que as companhias aéreas em
geral não conseguem pagar os custos cobrados pela gestão local. Na
Espanha, o aeroporto de Ciudad Real, na área urbana de Madrid, custou 1,1
bilhão de euros, foi aberto em 2009 e fechado em 2012 depois de ter recebido
nao mais de 100 mil passageiros.
A
construção do aeroporto de Castellon, que custou 200 milhões de euros, foi
completada em 2011. Mas até hoje não recebeu nenhum passageiro ou vôo.
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NOSSA EXCLUSIVA COLEÇÃO
DE PÉROLAS VOADORAS
(Erros da imprensa que capturamos por aí. Vamos
contar somente os pecados, e não os pecadores, senão eles vão deitar no chão e
fazer pirraça!!!)
A Pérola da imprensa especializada em abril de
2011 (revista 01)
“Já em Frankfurt, embarcamos no Boeing 747-400
(voo LH506) para o último trecho da maratona. No famoso Jumbo, sentei na poltrona 4B, acima da cabine do piloto.”
Acima da cabine do piloto? Mas, em qualquer Boeing 747 você poderá sentar
abaixo ou, no máximo, no mesmo nível da cabine dos pilotos, já que se fosse se
sentar acima, estaria no teto do avião, até mesmo em cima da aeronave. Aliás, mesmo no 747-400, em qualquer uma
das versões usadas pela Lufthansa, não
existe poltrona 4B. A fileira 4 fia, em
todas as quatro versões, na classe executiva, que não tem poltrona do meio,
somente poltronas A, C, D, E, G, H e K. Na classe economia há poltronas “B” mas
somente a partir dos números 32, 28, 20 ou 32, respectivamente.
A Pérola da imprensa especializada em setembro de 2014 (revista 04)
“O
Eclipse 550 em exposição estática na
Labace”
A matéria foi sobre a Labace 2014. Nessa edição
da famosa feira de aviação executiva, e nem mesmo nas edições anteriores,
jamais um Eclipse 550 esteve presente. O exemplar exposto, o PR-CCA, era um
Eclipse 500 (de versão anterior).
A Pérola da imprensa especializada em setembro de 2014 (revista 04)
“A
viagem de Amelia começou em Oakland,
Califórnia, e cumprirá 28.000
milhas, percorrendo 14 países em outras 16 escalas”
A revista foi publicada em setembro. Mas a viagem
da aviadora Amelia Rose Earhart em um Pilatus PC-12 terminara em 12 de julho de 2014. Daria tempo de sobra para atualizar antes de
publicada a revista a notinha escrita antes do fim da viagem, NE não?
A Pérola da imprensa especializada em novembro de 2014 (garantimos o mês, embora ele não esteja na capa)(revista 02)
“Já
a Pilatus, que realizou o primeiro voo de seu PT24 (...). Os suíços também apresentaram um upgrade de seu PT12.”
Nunca foram e não são “PTs”, mas PC-24 e PC12.
A Pérola da imprensa especializada em novembro de 2014 (garantimos o mês, embora ele não esteja na capa)(revista 02)
“O
projeto piloto para implantação do e-AWB (Air
Will Bill ou Conhecimento Eletrônico de Carga Aérea) no setor de
exportação....”
O principal documento usado em logística aérea, o
AWB (seja “e-“ ou não) chama-se na verdade Air Way Bill.
A Pérola da imprensa especializada em março/abril/maio
de 2014 (revista 24, estreante nessa seção, parabéns!)
“Transladei essa aeronave da fábrica Cessna com
sede na cidade de Wichitita no
estado do Kansas, EUA (...).”
Na verdade, a Cessna nunca esteve em Wichitita,
porque essa cidade não existe, mas a sede da fabricante fica em Wichita.
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DIRETAMENTE DOS NOSSOS “ARCHIVOS”
Veja quanto você pagaria por uma passagem aérea no Brasil se embarcasse em abril de 1996.
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– “PENSAR PARA VOAR” –
(PENSAMENTOS E FRASES RELACIONADOS À
AVIAÇÃO)
“É o contato
com a terra, com aquele outro mundo deprimentemente sólido, o que mata os
pilotos.” (Richard Bach)
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“COMIDA DE AVIÃO”
Companhia: Azul
Trecho: Aeroporto Internacional de São
Paulo/Guarulhos (GRU) – Aeroporto Santos Dumont (RJ)
Aeronave: Embraer 190, PR-AZC
Data: 08 de janeiro de 2015
Observações: “Biscoito de polvilho,
bolinho de laranja, goiabinhas e as ‘infaltáveis’ balinhas de aviãozinho”, como
diz o colaborador/passageiro Fernando Canteras.
Foto: Fernando Canteras
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“CAPAS”
Algumas capas de revista de
aviação do passado que se destacam por si só ou trazem homenagens históricas.
Colabore você também enviando as que mais gosta!
Um Embraer AEW&C (Airborne Early Warning and Control) disparando flares – sistema
de autoproteção contra mísseis guiados pelo calor. Na edição de dezembro/2003 e
janeiro/2004 da Flap.
Uma ilustração de como seria o
Boeing 777 da Transbrasil, modelo que a companhia não chegou, infelizmente, a
operar. Capa de fevereiro de 1994.
Primeiro número da revista de
bordo Tuiuiú, da empresa regional Pantanal. 1994.
A Varig tinha seu mascote, o
aviãozinho Variguinho. Ele estava presente não só em gibis e peças
promocionais, mas até nos banheiros de algumas de suas aeronaves, junto a
placas indicativas ou informativas. Não há data mas esta foi vendida na época
da moeda brasileira “cruzado”, que vigorou entre 1986 e 1989.
Patrocinada pela Infraero, a
revista procurava entreter e informar os passageiros-mirins. Primeira edição,
em 2000.
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“Sites úteis”
Saiba quais os código IATA e ICAO de modelos de aeronaves, aeroportos, cias. Aéreas e registros civis (só esqueceram de avisá-los que no Brasil não estão mais no site do DAC e sim do da ANAC.. Mas, no geral, o site é excelente para consultas instantâneas e confiável).
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HISTÓRIAS DE ANAC*
Matéria
publicada na edição 9 de “Voar na Amazônia, Brasil” no trimestre março/abril e
maio de 2014 mas, com certeza, ainda bem atual.
*Só histórias reais -
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anonimato, quando solicitado)
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revistas, não só de aviação, se baseiam na Lei 5.988/73 que foi revogada pela
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