quarta-feira, 7 de março de 2012

CAIXA PRETA # 79 - ESPECIAL


08 de março de 2012

ÀS MULHERES, O CÉU

Escrevo este editorial na semana do Dia Internacional da Mulher.
Quando comecei a gostar de aviação, no Brasil eram raríssimas as pilotos (ou “pilotas”). E eu tive o privilégio de conhecer várias delas nos anos que se seguiram.
A CLAUDINE MELNIK eu conheci após vê-la em uma reportagem da Caras e caçar seu endereço e telefone na lista telefônica. Ela estava sendo promovida a comandante na Brasil Central Linhas Aéreas, que pertencia à TAM. Voando um monoturboélice Cessna Caravan até sobre o “deserto verde” da Amazônia, tornou-se a primeira mulher comandante da aviação regular brasileira e tenho muito orgulho de ser sua amiga até hoje!
Também conhecia a GRAZIELA SANTOS quando me foi solicitado fazer a revista de 25 anos do SERAC - 4, o antigo Serviço Regional da Aviação Civil, ligado ao Departamento de Aviação Civil, antecessor da ANAC. Fizeram questão que eu a entrevistasse, pois ela foi a primeira mulher piloto registrada como Piloto de Linha Aérea no Brasil, conforme documentos comprobatórios a que tive acesso no próprio SERAC, onde foi registrada a licença dela. Graziela também foi checadora do DAC mas não seguiu carreira na aviação regular. Também somos amigas até hoje.
Conheci pessoalmente ou pelos jornais muitas outras mulheres voadoras, algumas das quais perdi contato, nem sei por onde andam (ou voam), ou o que fazem. Algumas dessas mulheres estão presentes nessa edição especial de Caixa Preta e a maioria delas, em menor ou maior grau, me ajudaram a compor uma personagem que revelarei quando lançar o livro de ficção cuja redação estou finalizando.
Um abraço especial às aviadoras CARLA ROEMMLER, ARLETE ZIOLKOWSKI, SIMONE SIMÕES VAZ, TERESA PAZ PARNES, LARA ELIASQUEVICI, MÁRCIA GALUCCI, MARINA DELUQUI, KALINA COMENHO, MARI SATO, ANA MERCANTE e muitas outras, tantas que nem consigo relacioná-las todas aqui e agora (me desculpem!). Afinal, hoje vocês não são mais apenas 10, como em 1995!!! Também em todo o mundo, as mulheres ainda são minoria na aviação, mas estão aderindo cada vez mais ao vôo e mostrando sua qualidade.
Homenagem também às acrobatas TEREZINHA BERTOLINI (in memoriam), MÁRCIA MAMMANA (in memoriam). Falando em acrobacia, minhas homenagens também à ex-comissária que decidiu que o melhor lugar para voar era fora, e não dentro do avião: a wingwalking MARTA BOGNAR
Também não me esquecerei das comissárias de voo, das mecânicas de aviação, das recepcionistas, das secretárias, das atendentes em geral e das pioneiras (essas a seguir, in memoriam) Tereza de Marzo, Ada Rogato e Anésia Pinheiro Machado. E também lembrarei das novas pilotos militares brasileiras, o que ainda é novidade no país, voando em aeronaves de transporte e caças, bem como das controladoras de tráfego aéreo e das paraquedistas que abrilhantam os shows aéreos.
Meu coração voa com todas vocês!

Estamos aqui para provar que mulher não gosta apenas dos pilotos em seus belos uniformes... mas também gostam de avião, de cheiro de gasolina ou querosene de aviação e de usar elas próprias os diversos uniformes da nobre arte de voar!

Presenteando as homenageadas e os leitores em geral da Caixa Preta publico de maneira inédita na internet minhas reportagens prediletas sobre as mulheres, entre tantas que escrevi. Uma, “Mulheres na Cabina de Comando”, foi minha primeiríssima matéria profissional e minha primeiríssima reportagem vencedora do Prêmio Santos Dumont de Jornalismo, em 1996 (sinal que de que o tema agrada!). Foi publicada em 1996 na revista Aero Magazine.

A outra, “As Mulheres no Especializado Vôo Offshore” foi publicada em 2001 pela Aviação em Revista.

E minha homenagem à primeira comandante de avião a jato da aviação regular brasileira, a Cmte. Carla Roemmler, na foto logo abaixo, quando ela voava pela saudosa Vasp (foto divulgação). Hoje ela é comandante na Azul Linhas Aéreas Brasileiras.



 
“NOSSAS PRINCIPAIS SEÇÕES”

NOSSA NADA MODESTA COLEÇÃO DE PÉROLAS VOADORAS

(Erros da imprensa que capturamos por aí. Vamos contar os pecados, mas vamos manter sigilo dos pecadores.)

A Pérola da imprensa especializada em setembro de 2006 (revista 4)

“A Embraer esteve pela primeira vez em Oshkosh para mostrar os mock-ups (modelos em escala natural) de seus VLJ Phenom 100 (quatro ocupantes) e Phenom 300 (seis ocupantes).”

O Phenom 100, sob definição da própria Embraer, não é um Very Light Jet (VLJ) mas um Light Jet (LJ).

 

A Pérola da imprensa especializada em setembro de 2006 (revista 2)

 

“(...) foi o único piloto a apresentar-se no Salão Aero Espacial do Brasil, feira internacional de aviação realizada em São José dos Campos, em 1972.”

O famoso Salão Aeroespacial de São José dos Campos ocorreu na verdade em setembro de 1973.


A Pérola da imprensa especializada em setembro de 2006 (revista 2)

 

“Alberto Bertelli faleceu aos 66 anos enquanto dormia em 09 de dezembro de 1980, na cidade de Rio Claro.”

A data oficial do falecimento de Alberto Bertelli é 08 de dezembro de 1980.”

 

 

A Pérola da imprensa especializada em fevereiro de 2008 (revista 2)

 

“Fotolog interessante que traz algumas curiosidades e fotografias da aviação antiga no País, da época da visita dos zeppelins, Não deixe de ver a imagem tirada da cabine de comando de um velho Junker-52, em aproximação para pouso no Rio de Janeiro.”

Um erro bem comum de revistas sem um revisor que entenda de aviação: o nome correto é Junkers. Mesmo no singular.

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VALE A PENA LER DE NOVO

De Caixa Preta # 49 / janeiro, fevereiro, março e abril de 2006

RISCO IMINENTE DE COLISÃO EM TERRA
Eu estava indo para o Rio de Janeiro pela TAM, sentada na poltrona 20F junto a uma das janelas à direita da nossa aeronave, um Airbus A319, que foi autorizada a entrar na pista 17 R pela última pista de táxi antes da cabeceira. Enquanto alinhávamos com a pista 17 R pude ver um 737 da Gol, pela pista de táxi anterior, cruzar a pista onde estávamos para se dirigir à paralela 17 L. Com absoluta certeza, a não ser que um demente estivesse ao comando da aeronave, haviam tido autorização da Torre de Controle para isso, como normalmente ocorre.
Fou quando um dos passageiros atrás de mim, em bom tom de voz, audível a pelo menos metade da cabine, disse ao amigo e companheiro de poltrona:
– Olha lá o Gol! Ele passou na frente do nosso avião! Cara, isso não pode! Esse comandante deveria ser punido! O DAC deveria punir! Já imaginou se...
– ... A gente colide com ele?
– Nooooooossa!...
Sentada bem diante deles, eu tinha simultaneamente vontade de rir às gargalhadas... ou de bater neles!!! 
Mas fiquei na minha, apenas lamentando o caso e anotando-o para esta Caixa Preta. Não valeria a pena qualquer outro gesto, muito menos violento...
Pouco antes, a mesma dupla havia comentado entre si sobre os aviões “145 da Embraer” da Varig. Um dos passageiros já havia voando em um deles. Até aí, tudo bem, e até pareciam pessoas que entendiam de aviação. Porém, o sujeito confirmava que a Varig AINDA tinha tal equipamento, e ainda o considerava “antiquado”.
Na verdade, a Varig, então através da Rio Sul, já não tinha há muitos meses qualquer “145” voando com suas cores.
Isso foi apenas um aperitivo ao que viria depois, vitimando o pobre comandante da Gol que nem sequer eu ou eles conhecíamos...




DIRETAMENTE DA PRÓPRIA CAIXA PRETA:

(diálogos verídicos)

           PARA ONDE EU VOU, AFINAL?

– Teresina, Vasp dois meia dois.
– Dois meia dois, Teresina, prossiga.
– Autorização para acionamento e posterior pushback.
– Qual é o nível requerido para Brasília do (plano) repetitivo, três uno zero? Confirme.
– Dois nove zero.
– Dois nove sete... (sic)
– Prossiga.
– Confirma o nível para Brasília?
– Teresina, chamou o dois meia dois?
– Positivo. Confirme meu nível para Brasília. Três uno zero no repetitivo, dois nove zero é incorreto no sentido Teresina - Brasília.
– O dois meia dois está indo para Fortaleza, não é Teresina, não, é dois nove zero, ok, de acordo com o nosso plano.
– Desculpe, dois nove zero, Fortaleza... Voa direto ou vai na aerovia?
– Na aerocia via mesmo.
– Prossiga, meia dois, Terê.
– Para o táxi, está com 36 o P.O.B  Três horas de autonomia, altera Teresina e São Luiz.
– Táxi livre, no ponto de espera chame pronto...

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N O V I D A D E S

Veja na Aero Magazine de fevereiro de 2012 minha reportagem sobre Schiphol, um legítimo Aeroporto-Cidade.
(foto Solange Galante)

 
ATENÇÃO!

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