sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Speech BIO

 Speech BIO

   


(por Solange Galante)

Bem-vindos ao Speech BIO!!!

Aqui, BIO é de "Biografia". São trechos da minha biografia pessoal profissional comentada!

Afinal, este é um Blog de bastidores!!! Aqui sempre se foge do previsível!!!  😉

"Ele reclamou mas... estava errado!"

(Revelações INÉDITAS... e a CERTEZA de que o Universo – ou qualquer nome que você prefira – conspira SIM a meu favor na Aviação)


O dia 31 de março de 1999 cairia numa quarta-feira. Se o resultado do Prêmio de jornalismo daquele ano tivesse sido diferente, eu estaria, no dia 31, no Rio de Janeiro, recebendo meu segundo prêmio em pouco mais de três anos de atividade na profissão que abracei. 
 
Eu havia concorrido com a matéria "O Perfil do Novo Comandante às Portas do Século XXI", publicada na Aviação em Revista em julho do ano anterior. Mas, como eu soube semanas antes daquele 31/03, a campeã da categoria "Aviação Comercial", uma das quatro categorias do Prêmio Santos Dumont, havia sido "O DC-6 e o DC-7, os Últimos Douglas a Hélice no Brasil", publicada na revista Flap Internacional. Havia sido escrita por outro jornalista, cujo nome não vou citar aqui, e vocês saberão o porquê mais adiante.
 

 
A minha matéria citada acima eu a havia escrito em troca apenas de uma passagem aérea para ir a Porto Alegre assistir à formatura de uma das primeiras mulheres aluna de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, sendo que o curso daquela Universidade havia sido o assunto principal da minha reportagem de várias e várias páginas, escritas com muito amor, com muita dedicação, com toda alegria que a aviação me proporcionava. Não fui remunerada, mas essa pauta de minha iniciativa era minha aposta para voltar a vencer no Prêmio. O Sr. Hélcio Estrella (in memoriam), editor da Aviação em Revista, topou publicar a reportagem e me passou uma passagem da Vasp (de sua permuta) para a volta, sendo que a PUCRS pagou minha passagem de ida à capital gaúcha pela empresa aérea Rio Sul.

Ante tanta dedicação, minha decepção foi gigantesca ao reconhecer não ter vencido com aquela matéria, um assunto quente, muito comentado na época – a formação universitária dos pilotos comerciais – e ter perdido diante de uma matéria "fria", histórica, "de gaveta", muito interessante, sem dúvida, muito importante em seu contexto histórico mas, na minha opinião, menos relevante que o tema da formação universitária. Mas, bola pra frente, eu poderia concorrer nos anos seguintes e voltar a ganhar (como realmente aconteceu).

Prezado leitor, guarde essa informação: criado em 1993, aquele Prêmio de Jornalismo nunca havia divulgado qual havia sido a matéria vice-campeã de cada categoria, pois só premiava as primeiras. Sendo o Prêmio uma viagem aos EUA e Canadá para visitar os patrocinadores do mesmo (Boeing, Bombardier, Pratt & Whitney etc), isso só seria divulgado se o primeiro colocado não pudesse viajar, cedendo, então, a oportunidade ao vice-campeão da mesma categoria. Mas, pelo menos antes e durante a cerimônia de entrega, a divulgação dos vices nunca ocorria.

Bem, no domingo anterior ao 31/03, portanto, 28 de março de 1999, eu me encontrava em casa, fazendo a faxina do meu quarto. Nesse dia, nada acabou sendo mais importante do que uma pilha de cerca de um metro de altura com jornais de semanas e meses anteriores. Explico: meu pai comprava jornais todos os domingos e, uma vez tendo terminado de lê-los, me dava os exemplares para eu cortar o material de aviação ou outros temas que me interessasse – eu fazia clipping dos jornais. No entanto, como nem sempre eu conseguia selecionar o que eu queria e depois descartar o resto do jornal na mesma semana, eles iam sendo acumulados e o monte ora crescia, até que eu pegasse um dia específico para fazer a clipagem e reduzir o monte.

Um dos amigos de aviação que eu havia conhecido poucos anos antes chama-se Paulo Berger e trabalhava para a revista Flap Internacional. Como a gente costumava se encontrar no Aeroporto de Congonhas ou no de Guarulhos nos finais de semana para fotografar aviões (praticar spotting), ele acabava me trazendo exemplares da revista Flap de presente. Mesmo que não fossem as mais recentes, desde que eu ainda não tivesse.

Também sem tempo para lê-las de imediato, mas para que eu não me esquecesse delas, eu acabava colocando-as aleatoriamente no mesmo monte de jornais, não sobre o monte, mas no meio dos jornais, de maneira totalmente aleatória mesmo. Eu fazia isso com outras revistas também, como os exemplares da Veja que meu pai também lia e depois me dava. E ficava sendo um monte de jornais com algumas revistas intercaladas.

Naquele domingo, 28 de março, preparando-me para a limpeza semanal do quarto, eu teria que tirar o monte de jornais de onde estava e o fiz como eu sempre fazia: não tirando jornal por jornal, mas em montes menores, com quatro, cinco, seis exemplares, sempre de maneira aleatória, formando outro monte (provisório) durante a limpeza. "Se" calhasse de aparecer, ficar visível por acaso, uma das revistas lá guardadas, eu aproveitava para separá-la e dar prioridade para sua leitura.

Toda semana eu fazia isso, do mesmo jeito.

Porém, naquele domingo, aconteceu algo bem inusitado.

Ao remover um ou dois montinhos de jornais, apareceu no alto dos restantes empilhados uma revista Flap e meus olhos foram direto para um dos títulos das matérias escritos na capa dela: "O DC-6 e o DC-7 no Brasil".

Imediatamente me lembrei do título da matéria campeã do Prêmio. "Ué, eu não sabia que eu tinha a revista com essa matéria aqui em casa..." Abri, verifiquei que só podia mesmo ser ela e, daí, fui buscar a data de sua publicação: fevereiro de 1998. 

Agora, foi assim que pensei: "Mas... até onde eu sei, só concorrem matérias de MARÇO a dezembro de cada ano, para a premiação no ano seguinte!" E confirmei essa informação no "folder" do Prêmio que eu tinha.

Aquela revista poderia ter permanecido oculta entre os jornais. Ou poderia já ter sido retirada do monte muito tempo antes, até no ano anterior, quando o Paulo me teria dado o exemplar, mas estava LÁ ainda, e NAQUELE dia, apenas três dias antes da premiação, eu poderia não tê-la visto, não tê-la retirado do monte, nem ter notado a matéria campeã naquela publicação.

Mas, completamente por acaso, ela surgiu na minha frente precisamente naquele dia.


Regulamento em xeque

Segunda-feira, 29 de março.

Como eu já havia sido admitida como repórter freelance da Aviação em Revista, fui naquela manhã à sede da publicação para dar continuidade a alguns trabalhinhos, pesquisas, que me haviam sido confiadas. Eu levava comigo a tal revista Flap de fevereiro de 1998 para mostrar ao Sr. Hélcio, o editor, e ver se ele me ajudava a entender a participação de uma revista daquele mês no concurso que admitia apenas reportagens entre março e dezembro.

Qual não foi minha surpresa ao deparar com o editor diante de várias revistas abertas sobre a mesa dele. Aquilo me chamou a atenção, muito mais ainda ao descobrir que eram todas as quatro matérias campeãs – uma por categoria – do Prêmio Santos Dumont. O Hélcio havia separado aqueles exemplares das revistas de sua coleção.

Por que será que ele estava fazendo aquilo?

O carioca Hélcio iria na quarta-feira à cerimônia de entrega do Prêmio, no INCAER - Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, o criador do Prêmio Santos Dumont de Jornalismo, como todo ano fazia, pela amizade com os organizadores e aproveitando para visitar seus parentes lá. E estava aproveitando para analisar as matérias campeãs – observação, nenhuma delas era da editora Aviação em Revista – cujos jornalistas vencedores estariam lá presentes.

Aproximei-me, crente de que encontraria outro exemplar da mesma Flap de fevereiro de 1998 naquela mesa, uma revista semelhante a que eu trouxera comigo, mas dei de cara com a mesma matéria sobre os DC-6 e DC-7 em uma outra revista, a especial histórica da Flap Internacional, publicada em dezembro de 1998!

Comentei, então, com o Hélcio, que eu havia encontrado a mesma matéria na revista de fevereiro, e mostrei para ele. Tradicionalmente, a revista histórica publicada todo mês de dezembro repetia matérias históricas daquele ano, já publicadas antes, portanto. E aquele era o caso. Ou seja: em fevereiro de 1998 "O DC-6 e o DC´7 no Brasil" havia sido publicada na revista Flap normal, mensal. Mas publicada novamente, igualzinha, na edição histórica de dezembro de 1998.

Ambos – Hélcio e eu – levantamos, então, uma dúvida: a matéria foi enviada para o concurso conforme publicada em dezembro – como o Hélcio já havia verificado – mas, se havia sido já publicada em fevereiro, não era mais "inédita", como o regulamento exigia

O famoso Dicionário Aurélio, curiosamente a mesma fonte usada em defesa da matéria em cheque, definia "inédito" como "não publicado, nunca visto, original". No caso da defesa, alegaram "Não dá para uma reportagem publicada (nem que seja uma única vez) ser inédita, é uma contradição."

Contradição era essa justificativa! Em todo o mundo, concursos, seleções, prêmios colocam  ou não a necessidade de ineditismo d mesma maneira: "não ter sido publicado antes ou em paralelo em outro lugar". Alguns exemplos:

 

O texto deve ser inédito e não deve ter sido submetido para publicação em nenhum outro periódico. Não serão aceitos textos previamente publicados em anais de eventos

(https://revista.liberato.com.br/index.php/revista/about/submissions)

Todo  texto deve ser inédito. Durante a avaliação, os textos enviados  não podem ser submetidos a outros processos de publicação. 

(https://www.falasbreves.ufpa.br/index.php/revista-falas-breves/pages/view/normas)

Os artigos devem ser, preferencialmente, inéditos; caso contrário, deve ser informado o meio em que foram divulgados.

(https://www.mprj.mp.br/servicos/revista-do-mp/para-autores)

O texto a ser submetido deve ser inédito e original, em quaisquer veículos de divulgação. Os autores devem declarar essa condição no processo de submissão

(https://revistaeletronica.macae.rj.gov.br/index.php/observatorio/about/submissions)

o texto inscrito não pode ter sido premiado em outro(s) concurso(s) e deve ser inédito, ou seja, não ter sido publicado em qualquer veículo de comunicação ou mídias sociais;

(https://sce.fflch.usp.br/1o-concurso-de-escrita-criativa-fflch)


Diante daquele fato, o Sr. Hélcio mandou que fossem feitas cópias da capa da revista que eu trouxera e da abertura da matéria – da mesma matéria – e enviadas por fax para a organização do Prêmio. Explicando o que havíamos descoberto. Hélcio também ligou para a organização, representada pelo sr. Artur Moura, explicando o teor e o porquê do fax.

Assinamos juntos a reclamação. 


Terça-feira, 30 de março.

Eu estava de novo na Aviação em Revista, trabalhando, quando o Artur Moura ligou para o Hélcio Estrella. Era a resposta à reclamação enviada por fax no dia anterior.

A reclamação havia sido ACEITA, portanto, a matéria vencedora da categoria Aviação Comercial havia sido considerada fora do regulamento – e o Artur disse que a comissão julgadora não havia ficado sabendo da publicação original da matéria em fevereiro do ano passado – foi um erro assumido, mas, mesmo em cima da hora, era preciso preservar o regulamento.

A decisão, segundo o Artur, foi de cancelamento daquela categoria do concurso daquele ano. 

Eu me senti recompensada por ajudar a guardar a lisura do Prêmio para que ninguém ousasse dizer que ele era marmelada, protetor de A, B ou C etc. Embora, mesmo assim, sempre pudesse aparecer alguém para colocá-lo em dúvida. 

Aparecer alguém criticando, poderia sim, mas teria que PROVAR se houve alguma desonestidade. Acrescento que, até onde eu conheci, sim, era totalmente idôneo aquele concurso. Mesmo nos anos em que não ganhei ou sequer participei.


O inesperado aconteceu... E bota inesperado nisso!

Quarta-feira, 17 de março.

Eu estava caminhando na rua Pedroso de Morais, em Pinheiros, no final da tarde, após ter saído de minha aula de capoeira na Associação Cristã de Moços. Eu me dirigia à casa de uma amiga, não muto distante.

"A esta hora, deve estar ocorrendo a premiação do concurso lá no Rio, onde eu gostaria de estar...", pensei.

Uma ou duas quadras adiante, meu celular tocou. Meu primeiro celular, aliás. Atendi, ainda caminhando – naqueles tempos isso não era tão arriscado – e reconheci a voz do Artur Moura, organizador do Prêmio Santos Dumont para o INCAER. Ao fundo, o burburinho típico de evento social.

"Oi, Artur, tudo bom? Como está a festa aí?", perguntei.

Ele respondeu que estava tudo bem, e que iria passar o celular dele para o Hélcio Estrella... Estranhei...

Agora era o Hélcio que falava comigo:

"Solange, tudo bem? Estou aqui no INCAER... É o seguinte, resolveram premiar quem tivesse ficado em segundo lugar naquela categoria... Foram ver quem era, e a segunda colocada era VOCÊ!"

"Hein? Como? Como é que é? Mas... E..." – se não balbuciei tudo isso, com certeza eu pelo menos pensei tudo isso!

Hélcio agora me dava PARABÉNS, disse que estava me representando lá – ele realmente havia ido para o RJ sem saber que iria me representar – e que iria devolver o celular para o Artur.

Quando Artur voltou a falar comigo, só queria saber uma coisa: se eu iria viajar com o Grupo, com previsão de irmos em maio para ele providenciar passagens etc. Respondi que SIM, eu iria, e ele iria também cuidar de confeccionar o diploma e a placa em meu nome. Antes de desligar, me parabenizou também, e eu agradeci muito, muito e muito!

Eu estava de pé, na Pedroso, perto da Av. Rebouças, onde eu havia parado pouco depois de atender o telefone. Já começava a escurecer e, apesar disso, eu me sentia num dia ensolarado vendo dezenas de passarinhos coloridos... A felicidade se materializava em mim mas... ao mesmo tempo, era óbvio que todos que soubessem do ocorrido, pois o campeão anterior já havia sido divulgado, acreditariam piamente que eu havia mexido algum pauzinho em prol do MEU campeonato. Mas eu não tinha sequer como saber que eu havia ficado em segundo lugar. Sempre mais de uma centena de matérias concorriam ao prêmio. E a Aviação em Revista não primava por uma qualidade gráfica muito boa, eram matérias interessantes quanto ao texto mas, em muitos casos, até feinhas... Ou seja: eu "poderia" quanto "não poderia" estar em segundo, quando decidiram premiar o segundo e viram ser eu.  

Para os haters, eu realmente teria forçado a anulação da matéria que havia vencido a minha. Era mesmo bem esquisito, o Hélcio e eu – ele usara meu nome no fax também – terem denunciado a quebra de regulamento e garantido a vitória na mesma categoria, em seguida. Mas, se os haters pudessem provar qualquer coisa, até eu aplaudiria... (rindo....) 

Quase flutuando, me dirigi para a casa de uma amiga, após ter telefondo para outra de um "orelhão" próximo para dividir minha felicidade! Meu segundo Prêmio!

 

A IRA!

Nos dias que se seguiram, além dos trâmites da organização para minha viagem em breve, Carlos André Spagat (in memoriam), o poderoso editor e publisher da revista Flap Internacional, tão logo ficou sabendo da desclassificação da matéria de seu repórter, ligou para o Brigadeiro que comandava o INCAER, ligou para o Artur Moura, ligou para o Hélcio, reclamando e vociferando contra a decisão tomada. Ele alegava que "inédito", conforme regulamento, tinha outro significado, e que não condizia com a matéria anulada no Prêmio... (conforme comentei mais acima, como contradição) Rodou a baiana, rodou uma ala das baianas inteira mas não teve jeito: a campeã passou a ser a MINHA matéria. Mesmo após ele ter publicado nas páginas de sua revista uma longa reclamação – assinada por uma jornalista desconhecida como colaboradora da revista – contra a desclassificação!

 


Justiça seja feita: houve um erro grave da organização do Prêmio em aceitar aquela inscrição, sem apurar que era de uma matéria já publicada antes (não era inédita). Mas, assim que foi avisada do erro, decidiu tomar aquelas atitudes, e tomou.

Por sua vez, era óbvio, e pessoas próximas de Carlos Spagat confirmaram, que ele obrigara seu repórter a , entre outras, inscrever aquela matéria de fevereiro TAMBÉM, mas como publicada na edição de dezembro, aumentando as chances da Flap ganhar mais um Prêmio. Ele conhecia as regras, janeiro e fevereio não participavam, pois era período de análise dos materiais recebidos do ano anterior, por parte da organização do concurso – regra que seria modificada anos depois, contemplando qualquer matéria publicada duarante todo o ano – mas apostou que não saberiam que a matéria já havia sido publicada antes de dezembro – realmente, lá no Rio de Janeiro, só descobriram isso quando da reclamação enviada.

Nos anos seguintes, a revista Flap continuou a participar e ganhou muito mais prêmios, além dos que até então já havia ganhado, e foi mais vitoriosa do que qualquer outra publicação de aviação brasileira, inclusive ganhou vários com matérias escritas por mim, a partir de quando comecei a escrever para a publicação do Sr. Spagat, a convite dele próprio. Ou seja: ele ficara irado, queimado, mas não guardou mágoas de mim, pelo contrário, sempre elogiava meu trabalho.

Por sua vez, o Prêmio teve aperfeiçoamento de suas regras, nunca mais ocorreram problemas semelhantes, muito menos contestações de quaisquer inscritos, premiados ou não.

Na noite em que eu soube que receberia o Prêmio, lá na casa da minha amiga, após lhe contar do ocorrido e chorar de felicidade pela recompensa a uma matéria pela qual eu colocara AMOR em cada gota de suor e em cada palavra redigida, não pude deixar, entretanto, de lamentar verdadeiramente que achava que seria mais digno como ser humano eu me dedicar à medicina, salvar vidas, por exemplo, do que à aviação... Mas foi então que minha amiga me lembrou de algo muito verdadeiro: "Solange, médicos também precisam da  aviação, eles também precisam voar!"

A polêmica, para mim, não macula o mais importante: eu ter encontrado aquela revista no monte de jornais três dias antes da premiação.

E assim chego a 30 anos de jornalismo de aviação certa de que, além de fazer o que AMO, de alguma maneira, cumpro uma MISSÃO muito maior do que eu consigo imaginar...

 
 

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

ATENÇÃO!

Está aqui o resultado do QUIZ do EPISÓDIO 172 do PROGRAMA VOO 123

DO CANAL

SOLANGE AIRWAYS !

 
 


Ontem eu publiquei o conjunto de Quizes do programa da semana. Agora é hora de dar as respostas e ver quem ganhou o presente de nosso entrevistado!


Estas foram as SEIS questões desta semana:

      

E estas foram todas as RESPOSTAS:


Observações

Quiz 1 = A resposta seria mesmo complexa e ninguém acertou completamente. Optei por dar 3 pontos para todos.

Quiz 2 = A resposta mais completa levou 5 pontos mas dois demais competidores ganharam 3 pontos cada um porque chegaram perto, a resposta de cada um ficou faltando uma informação, quem ganhou o concurso (nome do cadete) ou uma das regras principais (nome com até 4 sílabas)

Quiz 3 = Só uma curiosidade: o comandante da AFA, na época, escolheu as cores porque lembravam o time dele de coração, o Flamengo.

Quiz 6 = Nunca abri mão das viagens (letra b) e o Prêmio onde ganhei do presidente da Gol as passagens era outro, o Prêmio ABEAR (letra f).


Fora esses QUIZES fiz mais DOIS Especiais sobre a telenovela Vale Tudo!

1)

Afinal QUEM MATOU Odete Roitman na ATUAL VERSÃO da

NOVELA das 21 h? (Lembrando que ela era a presidente/principal acionista da fictícia Trans-Continental Airlines - TCA.


E quem foi o primeiro a acertar foi o PATRICK KRUG!

Afinal, a vilã sobreviveu!

 

 

2)

O personagem MARCO AURÉLIO, na atual versão, à exemplo da versão de 1988

também dará uma banana para o Brasil a bordo de um avião no último capítulo (ou no penúltimo)?

O que você acha?

Responda APENAS “Sim” ou “Não”.

 

Neste caso, o único a acertar foi o SÉRGIO CARDOSO!

 



 (Aliás, foi até mais que uma "banana"! rs...)

 

Quanto às demais questões, como os competidores responderam?

 

Participante 1* (Sérgio Cardoso)  Foi o primeiro a acertar corretamente a questão 3 e recebeu os 3 pontos que todos ganharam da questão 1 e mais os 3 pontos para quem não acertou mas chegou bem perto referente à questão 2 , assim, soma 5 + 6 = 11 pontos
 
Participante 2* (Laurence) foi o primeiro a acertar corretamente as questões 4 e 6 e recebeu os 3 pontos que todos ganharam da questão 1 e mais os 3 pontos para quem não acertou mas chegou bem perto referente à questão 2. Além disso, como ninguém acertou completamente a questão 5 ele leva 2,5 pontos por ter chegado perto antes que os demais. Assim, soma 10 + 6 + 2,5 = 18,5 pontos.
 
Participante 3* (Patrick) foi o primeiro a acertar corretamente a questão 2 e recebeu os 3 pontos que todos ganharam da questão 1. Além disso, foi o segundo a acertar as questões 3 e 4. Assim, soma 5 + 9 = 14 pontos.
*Por ordem de envio do primeiro e-mail

Demais participantes não pontuaram.


Parabéns ao LAURENCE! Ganhou o presente do entrevistado!
 
 
E a pontuação geral para o Hall da Fama ficou assim:
 
Patrick Krug........= 276 + 29 pontos (sendo 15 do Quiz Especial VTudo) = 305 pontos
Sérgio Cardoso ..= 259,5 + 31 ptos (5 do chat e 10 do Quiz Especial VTudo) = 285,5 ptos
Laurence Melo....= 233 + 23,5 pontos (sendo 5 do chat) = 256,5 pontos
Marta Bognar..............= 20 pontos (indicou entrevistados)**
Paulo Cunha...............= 08 pontos (indicou entrevistado)
 
**Indicações de entrevistados valem agora 10 pontos!
 
 
Parabéns ao PATRICK KRUG!
grande vencedor desta fase do Hall da Fama! 
 
E concluímos a atual fase!!!
Pontos zerados, começamos nova disputa! (E é quando você tem mais chances!)
 
Fora da "Tropa de Elite" (os que sempre mais pontuam por serem mais assíduos) a vencedora por ter pontuado mais (indicou dois entrevistados) foi a Marta Bognar! Parabéns!
 
ATENÇÃO!
Desde que mudei a forma de pontuação para se ganhar o presente da semana e o Hall da Fama, deixei de publicar os e-mails vencedores porque agora a pontuação pode partir de várias mensagens, entre as três que cada competidor pode enviar, sem contar os que pontuam em segundo lugar. Com certeza isso geraria muitas mensagens a se publicar aqui. No entanto, em caso de contestação, todas as mensagens originais permanecem salvas na minha caixa de entrada e podem ser exibidas se solicitadas. 
Não se preocupem quanto a isso!
 
 
 
Não assistiu à Live de quarta-feira? Não sabe como poderia participar? E, muito menos, nem sabe que em TODAS as Lives há/haverá brindes ou presentes? 
 
 Assista, dê seu LIKE e se inscreva no canal!



segunda-feira, 20 de outubro de 2025

NOTÍCIAS CAIXA PRETA

 

Na próxima quarta, 22/10, nossa viagem será nas asas da Esquadrilha da Fumaça da era Tucano (década de 1980). Não perca! 

 👉👉 https://www.youtube.com/watch?v=MtHqXL-K1-8


 

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

SPEECH

 

 TRINTA ANOS (ININTERRUPTOS) DE JORNALISMO ESPECIALIZADO EM AVIAÇÃO!

 

 (por Solange Galante)

No próximo dia 19 de outubro completarei 30 anos de profissão como jornalista especializada em aviação. Como comecei?

Formada em Comunicação Social – Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero de São Paulo em 1993, eu, no entanto, continuava trabalhando como escriturária no hoje extinto Banco do Estado de São Paulo e eu estava afastada da aviação (como entusiasta mesmo) há alguns anos, mas isso tudo me incomodava deveras: ter diploma mas ainda não estar atuando na área – sequer estagiando – e ter me dedicado durante quase sete anos a aprender muito sobre aviação e também não estar utilizando o conhecimento acumulado.

Foi quando o temível “aerococus” me infectou de novo em 26 de janeiro de 1995 e, conformada que aquela doença não tinha cura, voltei a pesquisar novamente sobre os queridos aviões.

Pouca gente sabe que durante vários anos também tive como hobby pintar em papel com tinta para artesanato. Eu pintava animais, de pelos e de penas. E resolvi começar a pintar em camisetas para fazer um dinheirinho extra.

Mesmo sedenta por comprar alguns apetrechos para impulsionar ainda mais minha volta à aviação – quais sejam, canetas, chaveiros, pins, bonés etc – passei em frente e decidi entrar para conhecer uma loja chamada Espaço Aéreo, que ficava em uma rua pertinho do Aeroporto de Congonhas.  Comprei pouca coisa, mas decidi voltar lá quando tivesse mais dinheiro.

Ainda bem que decidi voltar, embora eu não soubesse ainda quando isso aconteceria!

A venda de algumas camisetas me deu caixa para esse retorno à loja. Felizmente, isso ocorreu no início de outubro de 1995. Talvez, se fosse antes, eu não tivesse visto o que vi e, se fosse bem depois, muito menos.

Sempre convicta de que tudo tem uma razão de ser e que coincidências não existem, mesmo que não consigamos explicar certas coisas, quando eu estava dentro da loja fazendo minhas comprinhas vi sobre o balcão um convite. Reproduzo a imagem dele abaixo:

 

 

Eu já tinha ouvido falar do autor.  No meu retorno à aviação conheci a revista Aero Magazine, lançada em 1994, onde um dos colaboradores era justamente o piloto Décio Corrêa, conhecido, inclusive, por apresentações acrobáticas.

Se também era conspiração do Universo ou pura sorte, eu ainda tinha, do total de cinco, uma folga extra para gozar naquele ano, uma espécie de licença prêmio que os funcionários do banco podiam tirar quando quisessem, desde que avisando previamente a chefia. E decidi tirar aquela folga precisamente no dia 19 de outubro.

No dia da tarde de autógrafos conheci pessoalmente Décio Corrêa, sua esposa Maria Lúcia e como eu, sendo mulher, era minoria entre os visitantes, ainda mais naqueles tempos, onde, exceto as aeromoças, mulheres era uma minoria pra lá de microscópica na aviação brasileira, mesmo como entusiastas, Décio me perguntou o que eu fazia, no que eu trabalhava. Respondi que trabalhava em um banco, resposta que deve tê-lo se decepcionado. Em seguida, ele emendou outra pergunta: “Mas você tem algum tipo de formação?” Respondi que eu me formara como jornalista há dois anos mas ainda não atuava na área.

Em seguida, ele me perguntou se eu conhecia a revista Aero Magazine e respondi afirmativamente. E foi então que ele me deu seu cartão do Aeroclube de São Paulo, onde ele era vice-presidente, onde anotou no verso um nome e telefone.


 
 

“Temos poucos jornalistas (de fato) escrevendo sobre aviação. Fale com o Roberto Pereira, editor da revista, para você escrever lá.”

E foi assim que, nesse dia, além de voltar para casa com o livro do Décio, eu trazia comigo uma chance de ouro de unir duas coisas que me apaixonavam: aviação e escrever.

Na semana seguinte, em plena Semana da Asa, lá estava eu na redação da Aero Magazine, que ficava na Alameda Ministro Rocha Azevedo, perto da Av. Paulista, e me vi frente a frente com o saudoso jornalista e editor Roberto Pereira, que já havia sido avisado da indicação do Décio – meu “descobridor de talentos” – e que me perguntou se eu tinha alguma sugestão de pauta. Sim, eu tinha: eu havia contatado há alguns meses, por outro motivo – trocar ideias para reescrever os originais de meu livro “A Ás” – a Cmte. Claudine Melnik, da Brasil Central (empresa do grupo TAM), primeira comandante da aviação comercial regular brasileira, e eu achava que seria interessante uma matéria sobre ela para a revista. Mas Roberto Pereira sugeriu que eu escrevesse sobre todas as mulheres pilotos que já trabalhavam na nossa aviação naqueles tempos e eu aceitei. Não se assuste: eram apenas dez, a Claudine e mais nove copilotos, sendo que acabei não conseguindo falar com todas elas pois voavam muito – mas falei com a maioria para minha primeira matéria profissional, publicada em abril do ano seguinte. Aquela mesma que foi minha primeira matéria premiada, “Mulheres na Cabine de Comando”. Ou seja, estreei como jornalista de aviação já em grande estilo.

A partir de então comecei a escrever como frilance para a revista Aero Magazine, depois também para a extinta Aviação em Revista, em seguida também para a Flap Internacional e Avião Revue e algumas matérias para a revista Asas, além de dezenas de participações em periódicos menos conhecidos, mas também sobre aviação, por exemplo, jornais de associações de tripulantes. Convém observar que eu sempre fui convidada e/ou indicada para escrever para aquelas cinco revistas citadas no início, em nenhum dos casos eu fui procurar emprego ou trabalho nelas. E os 30 anos ininterruptos que se seguem foram de muitos textos sobre aviação e apenas um unicozinho fora do tema, mais exatamente, um texto feito em casa, com pesquisas por telefone, sem viagens, sobre os trens disponíveis para turistas em várias cidades do Brasil, feito para a revista de bordo Céu Azul da editora da antiga Flap. O que não deixa de ser um trabalho para a aviação!.

Óbvio que foram três décadas com muito suor, estresse, claro que também com inspiração, mas dando até cansaço, às vezes. Desde 2019 não tenho mais nada publicado em revistas, por decisão própria, para me dedicar a outros projetos na área – livros, cursos e redes sociais – onde continuo exercitando meu ofício especializado, além de fazer novos amigos, agregando mais conhecimento. E só tenho a agradecer a cada um que contribuiu, de uma forma ou outra, para que eu chegasse até aqui!

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Abaixo, algumas fotos do jantar de comemoração, sendo que incluo também o aniversário de quatro anos do Canal Solange Airways!