quinta-feira, 9 de maio de 2019

Plantão Caixa Preta

***Análise Exclusiva***

"O PADRÃO BOEING CAIU SIM"
(declaração de nosso entrevistado)




(por Solange Galante)

Em março passado publiquei entrevista exclusiva com piloto brasileiro da Lion Air analisando o que poderia ter acontecido com o modelo 737 MAX 8, então também envolvido em acidente com a Ethiopian Airlines. (Vide em: https://caixapretadasolange.blogspot.com/2019/03/plantao-caixa-preta_11.html ).
Mantendo-se anônimo, ele fez mais comentários recentes sobre a situação da aeronave da Boeing e da própria companhia aérea onde trabalha:


Cmte:“Diante de tudo o que li em diversos artigos, infelizmente tenho que dizer que a Boeing deu azar por ter tido a falha com pilotos inexperientes. Poderia ter acontecido com qualquer um, novo ou antigo, isto não é o ponto principal, mas, veja bem, todos na Lion sabem que a primeira pane apareceu logo após a decolagem de Tianjin, na China, indo para Bali, Indonesia. Foram quase 7 horas de voo, com o lado esquerdo do painel (do comandante) apresentando a falha, que eles conseguiram ‘esconder’ e prosseguiram o voo usando o lado do copiloto. Qualquer companhia teria voltado e parado a aeronave lá mesmo. Após a decolagem de Bali para Jakarta, na mesma aeronave, – a empresa diz que foram efetuados reparos na aeronave; afirmo que a manutenção em Bali já é precária para os 738 e 739 ER antigos,  imagine para um avião novo – e a apresentou a pane novamente. O piloto que estava no jumpseat , segundo informaram, era o mesmo que veio da China, e deu a dica para o comandante que assumiu o voo em Bali e conseguiram voar até Jakarta. Novamente vale lembrar que qualquer companhia com doutrina de segurança de voo teria ‘groundeado’ a aeronave, mas na Lion segurança vem em primeiro lugar somente no Manual de Operações, os chefes cobram horário dos comandantes locais e, sem combustível extra, e a cultura local devido à religião, deixa os mesmos cegos e não seguem os itens básicos de segurança, apenas obedecem os Chefes.”
Bem, em Jakarta, trocaram de comandante, e como é proibido comentar qualquer ocorrência sobre segurança em nenhum dos nove grupos do Telegram, ninguém comentou nada com ninguém, foram para casa e logo depois ocorreu o acidente com o Max. Com relação à Boeing ‘esconder’ o problema, vale lembrar que no início das operações da Airbus na TAM, existiram relatos de aeronaves que entraram em órbita sozinhas, pois os pilotos não programaram direito o voo, então tripulações se assustaram na aproximação para o Aeroporto Santos Dumont por que o vento jogou a aeronave próxima ao Pão de Açúcar e quando o piloto tentou aumentar o ângulo de curva, o avião não aceitou, pois estava além do limite de proteção. Mas isso não estava nos manuais, se os fabricantes forem colocar cada detalhe, vai ficar impossível voar, imagine de quantos dias seria um ‘ground school’? Seria muita informação para os pilotos, o importante é que o sistema proteja em caso de necessidade e o piloto seja treinado para que nunca chegue naquele limite onde o sistema terá que atuar para prevenir um possivel acidente. Infelizmente, hoje, com a geração whatsapp, iphone etc... e a busca incessante de lucro, as companhias não investem como deveriam na base, no treinamento inicial dos novos pilotos, se o piloto aprendeu a programar o FMC e já acertou pousar, já o liberam para voar em rota como copiloto, mas a maioria não sabe os memory itens , que seria o mínimo, já que são o backup do comandante se este tiver algum problema, se nada acontecer, legal, porém se tiverem algum imprevisto acontece como aconteceu nos dois acidentes com os MAX.”

(E o comandante brasileiro  prossegue...)

Cmte: “Mas preciso te comentar algo que não concordo com a Boeing: vender itens de segurança como opcional, deveria ser banido da aviação, como ocorre com o indicador de ângulo de ataque, que poderia alertar os pilotos e é opcional, neste ponto eu concordo que a FAA tem culpa no cartório
A Lion recebeu alguns 737-800 recentemente, por força de contrato, os aviões com menos de um mês aqui já apresentam falhas que não poderiam existir num avião novo e que vieram da fábrica. O padrão Boeing caiu sim. Veja este detalhe do armário, na Lion Air diminuíram o espaço para a saída de emergência para colocar um trolley um armário, e mais uma fileira de poltronas, tudo na intenção de obter lucro.”



(E ele finaliza com uma pergunta...)

Cmte: “Será se a FAA homologou isso?”

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Com a palavra, as autoridades envolvidas!

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