31 de outubro de 2012
MORDE E ASSOPRA
Outubro,
mês da Aviação brasileira. A revista TAM nas Nuvens, principal publicação das
distribuídas gratuitamente nas aeronaves da TAM, publicou, em sua edição deste
mês que se encerra, a matéria Loucos por Aviação, que começa na página 118. Para
quem quiser ler a edição eletrônica (a página da revista TAM nas Nuvens na
internet é http://www.tamnasnuvens.com.br/ ; procure pela edição de outubro de
2012).
Hoje,
nada tenho a reclamar dela, mas foi justamente na edição eletrônica onde
deparei com um erro lamentável.
Convidada,
poucas semanas antes, pelo repórter para dar uma entrevista para a matéria,
fiquei indignada ao ver meu nome escrito incorretamente ao longo de toda a
reportagem. Indignada porque o repórter havia me encontrado pelo Google onde,
até que me provem o contrário, meu nome sempre apareceu correto. Mais indignada
ainda porque, ao trocar mensagens com a Produtora Executiva da revista para
agendamento das fotos, o e-mail que usei (que não foi aquele usado pelo
repórter para me contatar) tem minha assinatura ao pé de todas as mensagens,
com meu nome, obviamente, correto.
Para
quem leu a edição impressa, distribuída nos aviões – e, pelos comentários que
fizeram comigo, não foram poucas pessoas das que conheço e viajam sempre – o
nome, é claro, continua errado lá, e somente uma errata na edição de novembro
contornará (ou tentará contornar) o lamentável equívoco. Lembro meus leitores,
e os fiéis, aqueles me lêem há anos, sabem disso, que nenhuma errata apaga
erros, pois não se apaga a palavra dita (ou impressa) e a flecha arremessada.
Mas a errata é o mínimo e o máximo que dá para se fazer, nesses casos. É a companheira
ingrata dos jornalistas.
Bem,
como diria meu colega Boris Casoy, “Isso é uma VERGONHA!”, ainda mais se
considerarmos a relevância da revista e da companhia aérea. Depois da Vida, o
maior Bem que uma pessoa tem é seu Nome, aquele que jamais deverá ser maculado,
a não ser que a própria pessoa seja a culpada, dê motivos, para isso (juro que
não dei). Portanto, uma revista que circula mundialmente não deveria conter
essa falta de cuidado, nenhuma pressão do fechamento da edição o justifica. Imagino
passageiros da Star Alliance, aliança global à qual a TAM (ainda) pertence,
transportando sua revista debaixo do braço para terminar de ler as matérias em
Pequim, em Montreal, no Cairo, em Berlim... e ligar minha imagem ao meu nome...
aliás, sem ser o MEU nome!!!
Pois
eu me chamo Solange GALANTE, não Solange VALENTE!!!
Reconheço
que não raras vezes sou valente, mas de nascimento só sou galante.
Pronto.
Agora que a equipe da TAM nas Nuvens já fez o máximo para se desculpar e eu já
desabafei (e contei pra todo mundo que eu conheço a burrada que foi feita),
posso assoprar a ferida, depois da mordida.
Independentemente
do erro, muitas pessoas vieram me falar de minha participação na matéria. Gente
que falava esporadicamente comigo, ou não. Gente que sabia que eu era
completamente louca pela aviação, ou nem tanto. Ajudei a revista a ser bem
comentada, talvez até mais que a média mensal de suas reportagens (exceto as de
capa), bem que poderiam me dar uma comissão (risos).
Aliás,
um dos outros entrevistados, o Eduardo França, foi indicação minha, e eu
acompanhei as fotos feitas na casa dele. A propósito, as fotos foram um show à
parte. O perfeccionismo do fotógrafo nos deu alguma canseira, mas fomos
plenamente recompensados graças ás suas belíssimas imagens. Pedi cópia das
minhas fotos publicadas, para uso pessoal (ampliação para expor em casa) e, até
esta data, ainda não as recebi, mas creio que receberei em breve. Fiz questão
de pedir, pois o profissional está realmente de parabéns. A diagramação também,
considerando-se que em revistas bilíngues isso é um desafio a mais, também
valorizou os personagens. Fomos apenas quatro “loucos” dentro de uma multidão
enorme espalhada Brasil afora, mas fomos escolhidos a dedo para representá-los e,
creio, passamos bem nossa mensagem.
Portanto,
apesar dos motivos que me levaram àquela mordida, mais do que assoprar, quero
parabenizar toda a equipe pelo excelente trabalho, que continuo recomendando
para leitura.
Felizmente,
a edição eletrônica sobreviverá à impressa, que já está sendo substituída a
bordo das máquinas voadoras da TAM pela edição de novembro
* * *
Mês
da Aviação. Tivemos shows aéreos, entrega de Medalhas de Mérito, solenidades de
praxe... Mas tivemos também um importante aeroporto interditado por
incompetência coletiva, atrasos em voos, incidentes, acidentes (felizmente,
menos inci e aci-dentes que noutros meses, e com menos fatalidades). Ainda não
podemos dizer que temos uma Aviação Nota 10 e falta muuuuuito para chegarmos
talvez ao 8, 9... mas devemos continuar fazendo a nossa parte, nosso trabalho
de formiguinha: cobrando nossos direitos, mas exercendo nossos deveres.
Exigindo transparência, correção, respeito. Evitando usar mangueira automotiva
no lugar da homologada para um Cessna, um Piper... evitando o No Show... etc.
Pensemos a respeito.
* * *
Outubro
também marca, precisamente hoje, o terceiro maior acidente aéreo com aeronave
de companhia brasileira em território nacional: depois do 3054, do 1907, o
402... Ainda hoje, mesmo após publicado o Relatório Final, há perguntas a
respeito desse acidente. Talvez porque a palavra Fokker 100 ainda desperte
muitos arrepios em gente de fora e de dentro da aviação, pelo menos no Brasil.
Talvez porque ele tenha inaugurado a prática de se fundar Associações de
Parentes de Vítimas, que se unem a cada nova catástrofe. Se formos somar dois
parentes (certamente há mais) para cada 99 vítimas do 402, 154 do 1907 e 199 do
3054, já não caberiam em um Airbus A380, o avião comercial com maior capacidade
para passageiros hoje no mundo.
E
fica uma pergunta no ar: será que já aprendemos a lição que cada um desses
acidentes nos legou?
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HISTÓRIAS DA
SAUDOSA TRANSBRASIL
O
jornalista Jorge Honório, que foi assessor de imprensa da companhia aérea do
Arco Íris, nos conta duas...:
“O código IATA de
Orlando (EUA) é MCO, e o de Maceió (Alagoas) é MCZ. A Transbrasil começou a
fazer voos com o Boeing 767 para Orlando, com escala em Brasília. O passageiro iria
para Orlando, pegava esse voo, tendo já passado pela alfândega no aeroporto de
embarque. Já quem ia para Maceió, ou faria outra conexão para o Nordeste,
pegava esse voo mas desembarcava lá na Capital Federal. O pessoal da nossa empresa
lá em Brasília entrava no avião desse voo e contava os passageiros para
conferir com as passagens: os que iam para Orlando, que ficariam dentro do
avião e os que estavam desembarcando. Mas o pessoal de Brasília não tinha muita
intimidade com o código MCO.
Certo dia um camarada
que tenha morrido de câncer em São Paulo, foi embarcado dentro do caixão
naquele avião com etiqueta MCZ. Chegando em Brasília, o cara da Transbrasil que
cuidava do porão achou que MCZ e MCO eram a mesma coisa e manteve o caixão no
767. Todos os passageiros que tinham conexão desembarcaram em Brasília e ainda
outros embarcaram e a tripulação só foi descobrir que o caixão estava em bordo na
chegada em MCO. E tinha um cara importante que ficou esperando em Maceió com o
carro fúnebre e o caixão não apareceu. Ficou esperando... esperando... Descobriram,
em Brasília que o defunto estava no avião, mas já não dava pra mandar o avião
voltar. Em Orlando, as autoridades americanas abriam o caixão para ver se não continha
tóxicos, contrabando etc e o mandaram de volta. O enterro atrasou 48 h.
Ouro caso ocorreu
com um avião que estava indo para Washington. O passageiro estava indo para
Maceió, deveria desembarcar em Brasília, mas dormiu a bordo. Quando pessoal de
terra entrou no avião, contou os passageiros e a quantidade bateu, porque tinha
um passageiro no banheiro, que não foi contado, a comissária não verificou
isso.
Mais tarde, quando
o passageiro acordou, o voo, que chegava cedo em Washington, já estava quase lá.
Quando o cara olhou pela janelinha para baixo, estava tudo branco, era inverno.
Ele chamou a comissária e perguntou: “Dona, ainda falta muito pra chegar em
Maceió?” Só aí ele soube que estavam indo para Washington... Pagamos seis mil
dólares de multa para as autoridades americanas por causa desse passageiro,
pois eles consideravam que estávamos transportando um clandestino. E ainda
tivemos que transportá-lo de volta...”
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LENDAS
DA AVIAÇÃO BRASILEIRA
Falando em voo da
Transbrasil para Orlando, em um Boeing 767, repleto de crianças que estavam
indo para a Disney, nada como um bom filme para distrair a criançada toda. Não
existiam ainda aparelhos de DVD, muito menos BluRay. A programação em vídeo era
exibida em fita VHS mesmo.
As crianças se
divertiram com o filme, especialmente com o DEPOIS do filme.
O filme infantil havia
sido gravado em uma fita sobre outro filme, a gravação original. Para quem não
é dessa época, isso era possível, mas apagava só o trecho recopiado. O filme de
bordo era mais curto que o filme original e já havia acabado, a fita continuou
rodando e ainda restava alguns trechos do filme parcialmente apagado. Os
comissários não perceberam isso mas as crianças sim, e deliciaram-se com o
filme PORNÔ que passou a ser exibido... antes que seus gritinhos fossem ouvidos
pelas comissárias, que apressaram-se em desligar o videocassete...
ACONTECEU MESMO? Alguns
dizem que sim, outros, negam. Se você sabe dessa história, escreva pra gente.
Não, não precisa informar quais eram oS filmeS, não...
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E
TEM GENTE QUE DESPREZA A VÍRGULA...
1o caso:
“A
Hawker Beechcraft Corporation esteve presente com um monomotor a pistão Bonanza, representando a família King Air, um
B200GT e um C90GTI, os jatos Premier I (...)”
2o caso: (conforme
publicado na revista “4” ):
“A
Hawker Beechcraft Corporation esteve presente com um monomotor a pistão Bonanza
representando a família King Air, um B200GT e um C90GTI, os jatos Premier I (...)”
Tire
suas conclusões...
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CÁPSULA
DO TEMPO DA HELIBRAS
Fomos visitar a nova fábrica da Helibras em Itajubá, dia
02 de outubro de 2012, e olhem o que encontramos por lá – espero estar lá na
hora da abertura!
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OUTROS TEMPOS
Junho de 1939. Betty
Stettinius Trippe, esposa do então todo poderoso fundador e presidente da Pan
American World Airlines, embarcou no primeiro voo ligando EUA e Portugal, no
luxuosíssimo hidroavião Boeing 314 “Dixie Clipper” da companhia.
Uma vez na Europa, o grupo
no qual estava Betty voou na França. Agora, tratava-se de outro avião, não
identificado no diário da Sra. Trippe, que escreveu:
“O avião francês que nos
levou de Marseilles para Paris era barulhento e apertado, comparado ao conforto
e luxo do Clipper. Para nossa surpresa, o piloto fumou e bebeu uma cerveja
enquanto estava nos controles. Os regulamentos da Pan Am não permitem que
tripulantes bebam dentro de 24 horas antes da decolagem.” (Nota da edição: As
regras da Pan American foram adotadas como padrão pelas companhias do mundo.
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“NOSSAS PRINCIPAIS SEÇÕES”
CAIXA PRETA DE CAMÕES
“(...) a meta é
continuar na liderança de vendas no seguimento de mercado de aeronaves
monomotoras (...).”
“(...) o que demonstra claramente, nesse seguimento, qual é a aeronave mais
vendida (...)”
(Revista 1)
Sim, existe “seguimento” mas não nesse contexto. Pedimos
auxílio ao Google e uma professora explica direitinho:
“Seguimento se
refere ao ato de seguir, dar continuidade a algo. Constate a ocorrência por
meio do exemplo em evidência: Precisamos dar
seguimento à nossa conversa.
Ao passo que segmento faz
referência ao ato de segmentar, seccionar, dividir em partes. Assim sendo, é
exatamente esse o termo do qual devemos fazer uso quando nos referimos a
subdivisões de um modo geral, ou seja, segmento de
mercado, segmento da economia, da população, entre
outros.”
(FONTE: http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/seguimento-ou-segmento.htm)
NOSSA NADA MODESTA COLEÇÃO DE PÉROLAS VOADORAS
(Erros da imprensa que capturamos por aí. Vamos contar os pecados, mas
vamos manter sigilo dos pecadores...)
A Pérola da imprensa não-especializada em 19
de setembro de 2012 (TV 7)
“Durante 33 anos esta fábrica produziu apenas o modelo
Esquilo (...) mas no ano passado surgiu por aqui uma novidade, esta segunda
linha de montagem, para a produção do modelo EC 735 .”
“Até o ano que vem, metade das peças usadas na a produção
do EC 725 será fabricada no Brasil.”
O correto é EC 725, como a própria reportagem acertou na segunda frase.
A Pérola da imprensa especializada em agosto
de 2012 (Revista 1)
“Outra novidade é o lançamento e certificação do Conquest
LSA (Light Speed Aircraft), que se
encaixa em uma modalidade mais nova no mercado (...)”
Na verdade, a sigla LSA, que
identifica a categoria de aeronaves denominada no Brasil Aeronave Leve Esportiva
(ALE) significa Light Sport Aircraft.
A Pérola da imprensa especializada em abril
de 2011 (Revista 2)
“A Airbus pretende vender 400 unidades de seu cargueiro
militar A400M nos próximos 20 anos no mundo todo. Países do Oriente Médio e do
norte da África devem encomendar entre 50 e 100 aviões. Ele acredita que a Airbus pode tirar clientes dos concorrentes
Lockheed Martin e Boeing, quando os contratos encerrarem. O executivo previu que a demanda global por aviões cargueiros
militares será de cerca de 800 unidades nos próximos 30 anos e que a divisão
militar da Airbus pretende ter metade desse mercado.”
Ele QUEM????????????????
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DIRETAMENTE DA PRÓPRIA CAIXA PRETA:
(diálogos verídicos)
BOEING
A380
Na
sexta-feira, 10 de outubro de 2008, o primeiro A380 da Qantas visitou Auckland,
sendo esta a primeira visita do modelo à Nova Zelândia. Ele realizou um voo
promocional com a imprensa pela cidade e arredores, filmado por um helicóptero
matriculado ZK-HST. Este diálogo foi ouvido pelo Controle Auckland na
frequencia 124.3:
ZK-HST: – Controle Auckland, Hotel Sierra
Tango. Nós filmamos a decolagem e gostaríamos de segui-lo até a cidade para
filmar o sobrevoo.
Controle
Auckland: – Hotel Sierra Tango, você tem o A380 à vista?
ZK-HST:
– Afirmativo. Boeing à vista.
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(Fonte: AvWeb)
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(Fonte: AvWeb)
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DIRETAMENTE DOS NOSSOS “ARCHIVOS”
QUASE 11 ANOS ANTES DE
CUMBICA NASCER...
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VEM
AÍ: RANKING DAS EMPRESAS AÉREAS QUE PIOR ATENDERAM A IMPRENSA EM 2012,
INCLUINDO ASSESSORIAS TERCEIRIZADAS E PRÓPRIAS.
VAMOS
RELACIONAR AS EMPRESAS QUE MAIS CRIARAM DIFICULDADES NA HORA DE DAR
INFORMAÇÕES, OU MESMO NEM AS PRESTARAM, OBRIGANDO A REPÓRTER QUE VOS ESCREVE
(ENTRE OUTROS PROFISSIONAIS DA ÁREA) A CORRER ATRÁS DE OUTRAS FONTES, ALGUMAS
NÃO-OFICIAIS.
AGUARDE!
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