sábado, 9 de agosto de 2025

MATÉRIA ESPECIAL

 

AGORA NO “PLANETA” MARTE, A LABACE AGRADOU MUITO!

 



(por Solange Galante, texto e fotos)

Atualizado às 20h

Como é tradicional, utilizo o espaço do meu Blog para fazer uma análise geral da Latin American Business Aviation Conference & Exhibition saindo do noticiário comum mas agregando também fatos marcantes do evento.

Vou começar pela unanimidade: frases que mais ouvi conversando com visitantes e expositores, sem a menor dúvida:

 

1) “Deveria ter vindo para o Campo de Marte faz tempo!”

2) “O piso, mais plano, está muito melhor!”

 

Pois é... lembremos que há 20 EDIÇÕES – não 20 “anos” como muitos erraram ao dizer, já que a Labace não ocorreu em três anos – a principal feira de aviação executiva da América Latina começou ainda pequena, com poucas aeronaves, dividida entre o Complexo Transamérica (estandes) e Congonhas (exposição estática, mas ainda no pátio leste), com a Marginal Pinheiros entre os dois locais, onde o público perdia muito tempo se deslocando e enfrentando congestionamentos. Depois, os estandes foram para Congonhas e toda a feira se mudou para a área desativada da antiga companhia aérea VASP, então em processo de recuperação judicial/falência.

Mas, justamente por ser um local muito precário, com hangares quase caindo aos pedaços e piso totalmente irregular, era necessário muito banho de loja para deixar a Labace no mínimo – o bota mínimo nisso – possível condizente com seu público. Rampa de acesso íngreme a partir da Av. Washington Luís, passarelas de plástico escorregadias na chuva, carpetes que alagavam também nesses condições, depois deslocamento para o pátio um pouco mais central do aeroporto com entrada pela estreita e sempre congestionada Rua dos Tamoios, ou seja, sempre havia críticas à infraestrutura disponível. Como a área não era própria não se podia melhorar muito mais do que se conseguia, no improviso.

Ainda assim, a Labace foi um grande sucesso, ano após ano e a ABAG – Associação Brasileira de Aviação Geral – jamais desistiu de investir no evento.

Sempre havia um boato de que a Labace iria se mudar, provavelmente para o Campo de Marte, principal aeroporto de aviação geral do país. A Labace deveria sim se mudar, em busca de melhores condições, mas Congonhas também tinha seu charme e a Labace tinha no principal aeroporto paulistano seu habitat natural.

Mas, enfim, com a concessão de Congonhas à espanhola AENA, que foi mais do que explícita ao revelar seus planos de que o aeroporto era comercial e deveria seguir sua vocação natural de servir às empresas aéreas e seu público prioritariamente, a Labace seria praticamente “expulsa” de seu lar após 22 anos, desde a primeira edição, em 2003.

E, enfim, de paliativo, o Aeroporto Campo de Marte, que também havia sido concedido à iniciativa privada (PAX Aeroportos) após se salvar da campanha maciça que pedia sua desativação ou limitação aos helicópteros, se mostrou o local ideal para a Labace dar continuidade à sua história de sucesso, ainda mais com o apoio da Força Aérea Brasileira, que cedeu a área do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo – PAMA-SP, onde já ocorre há muitos anos o Domingo Aéreo. E com o pátio plano, realmente muito melhor que o da Vasp, para homens e mulheres, com ou sem salto alto, poderem circular adequadamente no espaço!

Vinte Edições de Experiência

Conheci a primeira Labace, ocorrida em 2003, escrevendo para a extinta Aviação em Revista, até me tornar a responsável pela edição especial da Flap Internacional, que circulava lá dentro da feira, por várias edições, até inclusive o ano 2018. Não deixei de visitar o evento nos anos seguintes, exceto, é claro, nos anos de pandemia, e, em 2022 e 2023 fiz a cobertura internacional para a norte-americana Aviation International News. Mesmo quando não cobria por alguma revista, eu coloquei fotos e comentários aqui no Blog e realizei entrevistas com players do mercado no meu Canal no Youtube, inclusive com convites de presente para acesso gratuito ao evento. Este ano, chegaram a me chamar informalmente de “Musa da Labace”, com o que discordo. Musa, para mim, é a Lílian Favareto, da Aero Safety, com seus brownies deliciosos, com os lanches da Marcia’s Catering, com suas sacolas vermelhas à prova d’água, com seus equipamentos de segurança para a aviação (fundamentais!) e sua simpatia inabalável – tudo isso em ordem crescente de importância (mas todos importantes) para o evento!

 

Mas a Labace sempre começa antes da abertura dos portões. Na véspera do evento a Líder Aviação, outra empresa que acompanha a feira desde seu início, já anunciou à imprensa o início de sua representação dos veículos elétricos da norte-americana BETA, demonstrando mais uma vez seu pioneirismo, conhecido desde os tempos em que o Cmte. Assumpção dirigia pessoalmente a Líder.  Não podia ser melhor, não é?

Confira detalhes desse anúncio em https://caixapretadasolange.blogspot.com/2025/08/noticias-caixa-preta.html

Outra empresa que nunca deixa a desejar é a TAM Aviação Executiva. Entre tantos destaques e vendas de aeronaves durante o evento – ou, pelo menos, a canetada final no contrato durante a Labace – o SkyCourier, o mais novo utilitário da Cessna, mostrou seu tamanho, robustex e, ninguém duvida, ele será um marco no transporte aéreo assim como o irmão mais velho Caravan, também da categoria turbo-hélice, também foi um divisor de águas.

 Cessna 408 SkyCourier

  
 
 Cabine do SkyCourier versão passageiros.

 

Aviões GRANDES e som ambiente propício

Cessna Citation Latitude: um dos grandes destaques da TAM Aviação Executiva
 

Há alguns anos, por diversos motivos, a Labace sente falta de verdadeiros giagantes da aviação executiva, como os Gulfstreams, os Falcons e os Bombardiers. No entando, ainda falando da TAM, seus Citation Longitude e Latitude já começam a marcar território, ocupando espaço na feira como grandes destaques do setor. Com as novidades trazidas pela Cessna e Textron, bem como por outros fabricantes como a Piper, HondaJet, Diamond, Airbus Helicopters, Leonardo, Robinson, Embraer, Pilatus, Cirrus e muitos outros players, o principal evento latino-americano de aviação executiva mantém um leque de opções para todos os gostos, necessidade e bolsos.

Em torno das principais estrelas – as aeronaves, é claro – às quais se juntam hoje os diversos projetos de mobilidade aérea elétrica como os eVTOLs orbitam um sem número de serviços como treinamento, consultorias, seguros, gerenciamentos, portfólio de peças, combustíveis, logística etc. Pois não basta embarcar e sair voando!

Há ainda o apoio de órgãos que também estiveram representados no evento como DCEA, ANAC, Polícia Federal, Polícia Civil, bem como a imprensa especializada e, lembrando que os seres humanos envolvidos também precisam se alimentar com estilo, que tal até mesmo um sorvete alcoólico de caipirinha ou de chocolate com uísque?

Enquanto isso, o sobe e desce do tráfego aéreo do aeroporto da zona norte de São Paulo parecia confirmar: A casa da aviação geral é AQUI!

 

História relembrada

O Corsair do Museu Asas de um Sonho já chegou a Marte para o Museu Paulista
 

Em memória da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, o busto do herói Brigadeiro Nero Moura, à frente de uma exposição temática, recepcionava os visitantes ainda antes dos bloqueios de acesso à feira. Lá dentro, grande destaque ficou por conta do MAPA – Museu Aeroespacial Paulista que, em breve, fará parte do futuro do Campo de Marte como braço do Museu Asas de um Sonho. E também parecia um sonho ver lado a lado o Vought F4U Corsair, o Supermarine Spitfire, o Republic P-47 Thunderbolt e o  Messerschmitt BF 109 que são as primeiras aeronaves do futuro Museu.

Detalhe: em tempos de mimimi, a suásticas do avião alemão estava coberta para ninguém achar que se tratava de apologia n@z1st@. Lembrando que a culpa é de quem inverteu seu significado, já que, em religiões orientais como o hinduísmo e o budismo, a também chamada cruz gamada é um símbolo religioso antigo, associado a boa sorte, prosperidade e o movimento do sol. Deriva do termo sânscrito "svastika", que significa "bem-estar" ou "boa sorte”. Mas é melhor deixá-la coberta mesmo para evitar contratempos...

 

Sem suástica. Não faz falta, mesmo.

 

Nublado, chuvoso, ensolarado

Quarta-feira...
 

Quinta-feira...
 
Labace sem chuva não é Labace. E sem frio, e sem sol, e sem calor. No primeiro dia, nublado e temperatura amena. No segundo, chuviscos pontuais, às vezes apertando um pouco, e a temperatura despencou. No terceiro, o sol chegou forte e todo mundo tirou o casaco. Mas os frequentadores da Labace, mesmo não pertencentes à fauna paulistana, já se acostumaram: chove, correm para dentro dos estandes e aproveita para conhecer melhor as empresas expositoras. O sol volta, correm para a exposição das aeronaves. E, em todo canto, portanto, havia aglomerações.O que, felizmente, não teve mesmo foi vendaval. Que, sabemos, é um dos grandes inimigos das aeronaves.

 

Um plus: o próprio Campo de Marte

No mais antigo aeroporto de São Paulo, e o que mais conecta a aviação geral ao resto do país, o movimento de sempre dava aquele gostinho de "meu mundo é aqui" e a FAB também desfilou – nada programado, é claro – para os visitantes. No céu, tráfegos de Congonhas e de Guarulhos também podiam ser vistos. Foi o show da aviação.

 

 

Labace foi bem movimentada, recebeu muito público nos três dias, e ainda havia muito fluxo de pessoas nas passarelas de madeira – mais charmosas e convenientes que os antigos pisos de plástico – mesmo na proximidade do horário de encerramento do terceiro e último dia.

As fotos dirão mais sobre o evento! 

O tradicional corte da fita marcando a abertura oficial da Latin American Businesse Aviation Conference & Exhibition.
 
 
Aviões perfilados à espera do cliente.
 
 
A passarela de madeira já havia sido testada e aprovada na edição passada da Labace.
 
 
Uma das novidades da Labace no Campo de Marte é o Shuttle que transporta os visitantes entre os dois lados do aeroporto.

 
Airbus: "Bem-vindo à nossa casa. Sinta-se à vontade."
 
 
 Reais lá fora, maquetes lá dentro. 
 
 
  A TAM comemorando excelentes resultados no evento. E "soltava" fogos de artifício (virtuais).
 
 
A sempre presente e mega especializada empresa de logística AGS
 
 
O turbo-hélice Kodiak, que hoje é vendido pela Daher. A fabricante terá ainda este ano um escritório em São Paulo, conforme antecipou à imprensa presente.


Uma parceria que deu muito certo: Aeromot e Diamond.
 
 
ACH 145 da Airbus/Helibras


Linha Piper, sempre presente também.

O sempre movimentado estande do Ricardo Beccari.
 
 

Labace também tem espaço para a cultura vintage.


Para combinar com os aviões da Cirrus, malas de viagem da griffe Cirrus!


Uma ideia que também deu muito certo: Cartões postais (sim, eles ainda existem!) com os modelos Textron representados pela TAM Aviação Executiva, carimbos de madeira e almofada para carimbo (também existem!) à disposição para todos que quisessem fazer um agrado aos amigos. Bastava usar a critividade na hora de carimbar, endereçar e colocar na caixinha de correio, e a TAM cuida de enviar.
Curioso, criativo, baixo custo, personalizado: Labace também é isso!
 
 
 
 
Parece que o Brigadeiro Nero Moura também gostou do show!

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