"Afinal, por que eu gosto tanto da Lufthansa?"
Parte 1
Eu tenho um amigo que é maluco pela companhia aérea holandesa KLM. Ele
adora a KLM. Procura ter tudo no tom azul da KLM. E comenta com outras pessoas
(especialmente para quem não é entusiasta da aviação) que, normalmente, quem
gosta de aviação comercial sempre tem uma companhia predileta.
Depois que ouvi esse comentário dele, eu pensei “Hum... qual posso
considerar a MINHA companhia predileta?” Entre as nacionais, eu sempre preferi
a hoje saudosa Transbrasil mas, e entre as estrangeiras?
Não foi preciso pensar muito e já encontrei: a que mora no meu coração é
a alemã LUFTHANSA!
Mas... por quê?
Matutei... matutei... e logo uma história se formou na minha mente...
Quando comecei a gostar de aviação, uma paixão muito forte, aliás, era
inevitável querer trabalhar na aviação. E quando eu completei 18 anos de idade,
a opção mais provável seria ser aeromoça. Já que quase não se falava em mulher
ser piloto de avião, tanto que o livro da suposta pioneira PLA Lucy Lúpia
Balthazar já era bem famoso, mostrando as dificuldades para isso, e, de
qualquer maneira, ser aeromoça parecia ser um caminho “mais barato”.
Na época, meu amigo jornalista Lenildo Tabosa Pessoa me avisou que a
companhia Lufthansa iria contratar comissárias de bordo brasileiras. Além do
idioma inglês – que eu então já tinha pelo menos intermediário – teriam que
falar alemão, tanto que Lenildo me presenteou com um livro chamado “O
Alemão Sem Custo”, acompanhado de fitas cassetes (naquela época nem existiam
CDs) para eu ir tentando aprender esse idioma autodidaticamente. Não
avancei muitas lições, porém, mas eu ainda tenho todo esse material e, ouvindo,
naquela época, rádios em alemão em um receptor de Ondas Curtas que eu possuía,
comecei a tomar gosto por esse idioma!
Para se candidatar à aeromoça na empresa alemã eram também necessários
alguns exames médicos e envio de fotos de corpo inteiro, trajando saia e salto,
como se fosse uma aeromoça mesmo...
Eu e minha mãe fomos providenciando tudo. Foram várias fotos feitas em estúdio fotográfico, uma das quais é a que eu publico em primeiríssima mão aqui!
Mas, não foi o suficiente, e não fui chamada para seleção... 😢
Observo que, pouco antes, eu já tinha ido com minha mãe tentar alguma
colocação na Vasp, mas também não fui adiante. A Lufthansa foi a companhia onde
eu cheguei mais perto de ser selecionada.
É claro que isso por si só não seria o suficiente para eu admirar demais
justamente essa empresa aérea do exterior. Muito pelo contrário, por não ter
conseguido ir trabalhar nela, poderia até me fazer esquecê-la. Mas, tive outros
estímulos, digamos assim.
Uma das primeiras revistas de aviação que comprei com alguma
regularidade (aliás, minha mãe comprava, já que eu ainda não estava
trabalhando) foi a “Aero” (nada a ver com a Aero Magazine), que publicava
regularmente matérias sobre a Lufthansa, como estas das fotos.
Essa, entre outras revistas, também me levaram a admirar o famoso Barão
Vermelho, da Primeira Guerra. Tem gente que já m criticou por isso, e
geralmente são pessoas que acham que todo alemão é criminoso ou, pior, nazista.
Neste caso, eu admiro Manfred von Richthofen por ser ele da época ainda
"romântica" da aviação, onde o piloto tinha que superar
aeronaves ainda pouco confiáveis, em comparação às fabricadas décadas depois,
portanto, sua habilidade e destreza é o que fazia a diferença. E como ele foi o
maior ás daquela guerra, e cuja biografia eu li, a admiração teve vitamina.
Fora isso, anúncios da Lufthansa, simples, compostos invariavelmente por uma foto, uma frase no alto e uma (ou apenas seu nome) na parte inferior da página de fundo branco, também me chamavam a atenção, e eram publicados tanto de revistas de aviação quanto em revistas semanais ou quinzenais de informação geral como Veja, Exame etc
Por outro lado, minha mãe dizia que minha avó materna contava ser filha
de um alemão e uma polonesa OU de um polonês e uma e alemã e durante décadas
pensei ter sangue alemão. Mas, recentemente, comprovei por documentos que ambos
pais de minha avó materna eram poloneses, o que também não deixa de ser um
orgulho! De qualquer maneira, eu já estava admirando a cultura alemã.
Anos mais tarde, já trabalhando como jornalista de aviação, pude
conhecer melhor a Lufthansa e, a propósito, sempre fui bem atendida por ela.
Ao decidir, com um ex-amigo, conhecer a Europa pela primeira vez, em
2011, a Alemanha foi um dos países escolhidos por nós para visitar (o outro foi
a Holanda, porque o outro amigo, apaixonado pela KLM, quase foi conosco). Na
volta, eu realmente estava convicta de admirar muito a Alemanha e o povo
alemão.
Eu nunca havia voado antes com a Lufthansa até essa viagem de 2011! E
como participei da viagem de reinauguração da rota Frankfurt-Rio de Janeiro,
ganhei este lindo chaveiro da foto, além de, por ser jornalista e ser
recomendada pelo diretor de comunicação da companhia, ganhar um upgrade para a
classe executiva, no voo de ida para a Alemanha!
Mas as emoções tiveram início ainda antes da chegada da aeronave, quando a Infraero (então administradora do Aeroporto do Galeão) permitiu que jornalistas e spotters (eu incluída) pudéssemos aguardar o A340 lá no pátio, fotografar seu batismo de boas-vindas e fotografar o bolo com a tripulação. Só não participei da degustação porque tive que correr para os trâmites de segurança e de embarque para voar no mesmo avião em seu retorno à Europa, duas horas depois!
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