28 de setembro de 2012
ALBERTO SANTOS DUMONT,
PAI DA AVIAÇÃO
No
momento em que escrevo esse editorial, Alberto Santos Dumont é um dos
finalistas do programa O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, do SBT, Sistema
Brasileiro de televisão. Os outros dois finalistas são o médium Chico Xavier e a
Princesa Isabel
Não
que o programa seja um “Oscar” mas traz informações sobre cada um dos inúmeros concorrentes
que passaram por ele (a maioria já ficou pelo caminho), defesas apaixonadas de experts e pessoas comuns e mostra o grau
de popularidade das celebridades.
O
que notei, no entanto, foi que algumas observações de internautas ou
entrevistados faziam referência ao fato de Santos Dumont ter cometido suicídio.
Interessante que Getúlio Vargas, que perdeu para a Princesa Isabel, também foi
suicida mas isso foi bem menos lembrando no caso do presidente.
Lembro
de ter lido em alguns lugares que logo após a morte do Pai da Aviação a própria
mídia brasileira dos anos 1930 ocultou esse fato, parece-me, a pedido do
governo, corrijam-se se eu estiver errada. Pois “não ficaria bem” noticiar esse
tipo de morte, em se tratando de uma pessoa tão conhecida e querida. Como se
pessoas famosas não tivessem o direito (uso a palavra direito por não ter uma
melhor neste momento, mesmo reconhecendo-a inadequada) de tirar a própria vida.
É aí
que defendo o fato de pessoas famosas serem vistas e tratadas como iguais a
nós, ou seja, seres humanos que sofrem, sentem dor e erram muitas vezes, não
são produtos perfeitos e fabricados como tais. Assim como ter sido Santos
Dumont um suicida choca, as especulações sobre sua possível homosexualidade
também. E isso parece só crescer numa era de defesa das minorias e da
diversidade sexual.
Na
verdade, nada foi comprovado a esse respeito. Já li, inclusive, que o problema
do Santos Dumont era outro, e aí sim um problema de nascença, uma espécie de
infantilidade, ou seja, uma interrupção no desenvolvimento de alguns órgãos o teria
afastado voluntariamente das mulheres, e ele ocultava esse problema. É
possível, visto que ele era pequeno, magro, até mesmo uma pessoa por vezes
doente. O que, cá entre nós, facilitou sua dedicação aos veículos aéreos, visto
que era um homem de pouco peso. Assim como os cavalos agradecem aos jóqueis por
serem tão pequenos.
Já
vi gente recusar veementemente a teria da homesexualidade (recusariam a de
infantilidade sexual também?) como se isso, ou o ato suicida, fossem mais
importantes que sua genealidade. Aliás, vamos apimentar um pouco mais a
discussão? Eu, pessoalmente, não acredito que Alberto Santos Dumont tenha sido
o “inventor” do avião. E nem mesmo os irmãos Wright. Na minha personalissíma
opinião, o veículo mais pesado que o ar teve um desenvolvimento coletivo, às
vezes é a partir de um parafuso que as pessoas criam teorias que se somam a
outras teorias e traçam um resultado final comum.
No
entanto, afirmo que ele pode SIM ser considerado o Pai da Aviação porque Pai
não é só o que concebe, mas, principalmente o que alimenta, protege e torna o
filho algo maior que si mesmo. Trocando em miúdos: ao contrário dos irmãozinhos
que ocultavam tudo o que faziam até certo ponto, nosso patrício divulgou como
ninguém seu invento, principalmente a partir do Demoiselle, vendendo cópias de
suas plantas e incentivando mais e mais pessoas a também voar! Ou seja, ele fez
um magnífico marketing da aviação, seja pelas plantas do citado avião, vendidas
barato e sem a patente do inventor, seja pelo uso do dirigível para seus
passeios pessoais – imagine você estacionar seu dirigível no jardim de um
restaurante na hora do almoço, e isso em uma Paris de início do século 20!
Portanto,
às vésperas de mais uma Semana da Asa, desejo que essas polêmicas terminem de
vez. Tenha sido GAY ou nâo, tenha tido “AQUILO” atrofiado ou não, tenha ele TIRADO
DO ZERO a ideia do avião ou não, o importante é a contribuição dele na área, tanto
que tem até cratera da lua com o nome dele, em sua homenagem.
Mesmo
que ele não seja eleito como o Maior Brasileiro de Todos os Tempos!!!
E
por acaso você sabia que o ovo de pata é mais nutritivo que o de galinha? Só
que a pata bota e fica quieta e a galinha conta pra todo mundo. Daí a maior
popularidade do ovo de ... galinha!!!
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O
PRIMEIRO WIDEBODY EUROPEU
(Solange
Galante)
A Airbus comemorou, há poucos anos, o primeiro voo do maior avião
comercial de todos os tempos, o A380. Mas a história de sucesso do consórcio
europeu começou há pouco mais de três décadas, com a decolagem do primeiro
Airbus A300B, modelo que possibilitou à Europa concorrer palmo a palmo com os
Estados Unidos no mercado de aeronaves widebodies,
então dominado pelas três fabricantes norte-americanas: Boeing, McDonnell
Douglas e Lockheed.
Na década de 1960, o tráfego mundial de passageiros crescia a taxas
muito elevadas, o que levava à necessidade de criar aviões para curto a médio
alcance maiores e com custos mais baixos dos que já existiam. Um dos primeiros
executivos a requerer um novo avião foi Frank Kolk, da American Airlines. Ele
pensava em um substituto ao Boeing 727 para rotas curtas e médias com grande
frequência, como nos voos transcontinentais nos Estados Unidos. A aeronave,
segundo ele, deveria carregar de 250 a 300 passageiros, ter configuração de
dois corredores e operar em aeroportos altos, como Denver. Ele pensava em um
avião bimotor, mas isso esbarrava em leis federais de segurança aérea que
obrigavam a utilização de jatos com pelo menos três motores em rotas que
cruzavam as Montanhas Rochosas ou sobrevoavam oceanos. Com isso, a indústria
norte-americana concentrava-se no desenvolvimento dos trimotores McDonnell
Douglas DC-10 e Lockheed L-1011 Tristar e no quadrimotor Boeing 747.
Nessa época, também fábricas europeias desenvolviam projetos que
pudessem atender ao crescimento da demanda. Mas nenhuma fabricante do Velho
Continente teria sozinha recursos financeiros para superar a concorrência das
gigantes norte-americanas. Nesse ínterim, os requerimentos de Frank Kolk vieram
ao encontro das necessidades da Europa, pois, lá, não havia restrições para o
desenvolvimento de aviões comerciais a jato bimotores. O engenheiro-chefe da
francesa Sud Aviation, Roger Beteille, liderou a idéia de utilizar o projeto de
Kolk mas, como sua empresa não conseguiria bancá-lo sozinha, a solução seria
uma associação com os governos da Grã-Bretanha e Alemanha. Desde cedo, ele
reconheceu as grandes chances dos construtores europeus de aviões e, apesar dos
ciúmes e temperamentos nacionais, Roger e seu parceiro alemão Felix Kracht
apontavam sempre para o caminho da união dos europeus. Também o general da
Força Aérea francesa, Henri Ziegler, indicado pelo presidente francês Charles
De Gaulle para salvar o projeto Concorde, que sofria atrasos e aumento dos
custos de desenvolvimento, envolveu-se com o projeto do bimotor e persuadiu De
Gaulle a favor dele. A partir daí, a idéia do bimotor a jato ganhou o terreno
político.
Em março de 1966 foi apresentado aos governos em questão um conceito
único. No ano seguinte, o avião, com dois corredores, já era chamado de A300,
uma designação relacionada a sua capacidade máxima de passageiros. Finalmente,
em setembro de 1967, foi assinado um memorando de entendimento entre os três
governos criando o chamado Groupement
d'Interêt Economique (Grupo de Interesse Econômico), uma nova forma do
direito francês que facilitava a formação de empreendimentos conjuntos
internacionais. O acordo nomeava a Sud Aviation para liderar o design e assumir responsabilidades pelo
nariz e seção central, a junção de todas as partes e testes. A britânica Hawker
Siddeley seria responsável pelas asas e a Deutsche Airbus (criada por
associação de diversas empresas alemãs apenas um mês antes) cuidaria de parte
da fuselagem e outros componentes. Os motores seriam ingleses, os Rolls-Royce
RB.207 com 50.000 libras de potência cada.
Após diversos adiamentos e divergências, em dezembro de 1968 foi
apresentada, pela Sud Aviation e Hawker Siddeley, uma versão de menor
capacidade, com configuração básica em torno de 235 passageiros em duas
classes, que ficou conhecida como A300B. As empresas interessadas reagiram
favoravelmente, mas o governo britânico deixou o projeto no início de 1969, em
prol do projeto da British Aircraft Corporation, o BAC-311, que, no entanto,
nunca chegou a ser construído. Além disso, projetada para o avião para 300
passageiros, a RB.207 tornou-se muito grande para o projeto final e os motores
norte-americanos General Electric CF6-50 foram escolhidos como melhor opção.
Ainda assim, restou uma empresa britânica, a Hawker Siddeley, que optou por
permanecer no projeto como subcontratante.
Finalmente, durante a abertura do Salão de Le Bourget de 1969, os
Ministros da Economia da República Federal da Alemanha e dos Transportes da
França assinaram o Acordo Franco-Germânico de 29 de maio de 1969 para o
desenvolvimento do projeto Airbus.
Os visionários que encabeçavam o projeto eram Henri Ziegler, presidente
da Sud Aviation, Roger Beteille, gerente técnico do programa Airbus na Sud
Aviation, Franz-Joseph Strauss, Ministro das Finanças alemão e presidente da
Deutsche Airbus e Felix Kracht, vice-presidente sênior de vendas e produção da
Deutsche Airbus. Roger Beteille, que ficaria conhecido como ”Monsieur Airbus” e
seria diretor-geral do consórcio durante muitos anos, decidiu reduzir o
diâmetro da fuselagem de 6 m para 5,64 m e subiu ligeiramente o chão da cabine
para permitir que containers LD3
pudessem ser carregados lado a lado na área mais larga do porão. O projeto
Airbus A300B foi, na época, muito criticado pelos concorrentes americanos que
alegavam não existir mercado para um birreator widebody e diziam que o Airbus era um projeto de governos, que não
entendiam do mercado de aviões.
A Airbus Industrie – nome mantido até o ano 2000 – foi criada
oficialmente em 18 de dezembro de 1970. A empresa montava os aviões nas
instalações da Aerospatiale. Ocorreram novas fusões nas indústrias aeronáuticas
francesas – resultando na Aerospatiale – e alemãs. Em 1971, a fábrica espanhola
CASA entrou para o consórcio ao adquirir 4,2% da Airbus. Anos depois, em 1979,
a Grã-Bretanha voltaria à Airbus Industrie através da British Aerospace.
O A300B1 no Brasil
A construção do protótipo foi autorizada e teve início no fim de 1971 e
o primeiro A300B1, matrícula F-WUAB, realizou seu primeiro voo em 28 de outubro
de 1972, dentro do cronograma. O voo, sob o comando do piloto de testes Bernard
Ziegler, filho de Henri Ziegler, durou 1h45min. A aeronave número dois, também
na versão B1, decolou pela primeira vez em fevereiro de 1973. Apenas dois
A300B1 foram construídos. A Air France, que encomendara seis unidades ainda em
novembro de 1971, requereu uma versão alongada com capacidade para 250
passageiros, que originou a versão A300B2, a que entrou em escala de produção,
com motores GE CF6-50C ou C2. Assim, o avião número três, um B2, voou pela
primeira vez em junho de 1973 e entrou em serviço na Air France em maio de
1974.
Em meados de 1973, apesar do avião ainda não estar homologado, foi
decidida a realização de uma viagem de demonstração do A300B por diversos
países, pois existia uma onda de ceticismo sobre o Airbus fora da Europa. Para
isso, o A300B1 F-WUAB teve a matrícula alterada para F-OCAZ para ter permissão
para transportar passageiros sem estar identificado como um avião experimental.
No dia 15 de setembro de 1973 ele voou de Toulouse, na França, para o Brasil,
mais exatamente para São José dos Campos, no interior de São Paulo, onde fez voos
de exibição no Salão Internacional Aeroespacial patrocinado pelo Ministério da
Aeronáutica e organizado pela empresa Alcântara Machado. O salão foi realizado
em dois finais de semana, os dias 14, 15, 16, 22 e 23 de setembro, sendo que o
Airbus apresentou-se na manhã do dia 16. Após a feira, a aeronave também esteve
no Rio de Janeiro onde realizou diversos voos de demonstração para empresas
aéreas, dentre elas a Cruzeiro – ainda independente e Varig –, técnicos do Departamento
de Aviação Civil (antecessor da ANAC) e jornalistas. A seguir, o A300B1 fez
demonstrações em Brasília, e voou para outros destinos nas Américas do Sul,
Central e do Norte, antes de retornar à Europa e finalizar sua viagem em
outubro, sem incidentes técnicos e com grande aceitação.
No Brasil, Omar Fontana, presidente da Transbrasil, pilotou o avião e
entusiasmou-se. Encomendou três A300B para sua empresa. Mas, na época, a compra
de aviões era totalmente controlada pelas autoridades aeronáuticas brasileiras
e não foi concedida a desejada licença de importação dos Airbus.
Apesar de sua superioridade sobre as aeronaves narrowbody que pretendia substituir, as vendas do A300B custaram a
se concretizar. Em 1976, apenas um avião foi vendido. Ao todo, a Airbus
produziu 57 aeronaves dos modelos B1 e B2. Mas tudo começou a mudar com a
introdução do modelo B4.
O A300B4, cujo primeiro exemplar tinha número de produção nove, aumentou
a capacidade de combustível de 43.050 l para 54.830 l, introduziu os flapes
tipo Krüger, mais eficientes, e os motores CF6-50C2 de 53 mil libras de
potência ou, para alguns poucos clientes, motores Pratt & Whitney JT9D-59A.
As vendas do A300B4 foram alavancadas justamente pelo interesse de uma das
principais companhias aéreas norte-americanas, a Eastern Air Lines, que adquiriu,
por leasing, quatro A300B4 para
utilizar durante seis meses – o primeiro chegou em dezembro de 1977. Frank
Borman, presidente da Eastern, logo gostou dos aviões, um terço mais econômicos
que seus Lockheed L-1011, e adquiriu mais 23 a. Seguiram-se encomendas das
empresas Pan Am, Alitalia, Aerocondor, Iberia, Korean e Thai, dentre outras. Ao
todo, foram produzidos 201 aviões do modelo B4. Com a crise do petróleo em
1979, o bimotor da Airbus ganhou destaque por ser mais leve e econômico. Nesse
ano, já operavam 81 Airbus A300 em todo o mundo. Em resposta ao sucesso do
concorrente, a Boeing lançou, no final da década de 70, o Boeing 767, também
bimotor.
Operando na América Latina
e no Brasil
A primeira empresa aérea da América Latina a operar o A300B foi a
colombiana Aerocondor, que recebeu um A300B4 em dezembro de 1977. E finalmente,
em 27 de abril de 1979, a brasileira Varig adquiriu dois A300B4-200, com mais
duas opções. Os dois primeiros aviões (PP-CLA e PP-CLB) começaram a operar no
Brasil pelas cores da Cruzeiro do Sul, que já pertencia à Varig, em julho de
1980, efetuando linhas domésticas e também rotas internacionais para Buenos
Aires, Caracas e Miami transportando 24 passageiros na primeira classe e 210 na
econômica. A aeronave operava até mesmo no aeroporto de Congonhas, na capital
paulista, onde destacava-se, pelo seu tamanho e menor ruído. Os dois A300 da
Cruzeiro foram os primeiros widebodies
a operar nesse aeroporto. O segundo lote de dois A300B4 recebeu as cores da
própria Varig em outubro de 1980. Os últimos desses quatro aviões foram
operados até maio de 1990.
A Transbrasil já não estava mais interessada nos Airbus mas a Vasp, sim.
Em outubro de 1980 foi feita a encomenda de três A300 da versão B2 para 240
passageiros em duas classes. As duas primeiras aeronaves chegaram ao Brasil no
final de 1982. O terceiro chegou em janeiro do ano seguinte. Os A300B2K da VASP
tinham cabine FFCC (Forward Facing Crew
Cockpit) com os três tripulantes em poltronas voltadas para a frente e
possibilidade de eliminação da posição do engenheiro de voo – uma transição
para as cabines com apenas dois tripulantes.
Os modelos descendentes
Algumas das principais inovações do A300B foram a utilização de asas com
perfil supercrítico e, embora ainda utilizando engenheiro de voo, sua
intervenção era mínima devido à avançada automação. O modelo também se tornou a
primeira aeronave com sistema de proteção contra windshear (tesoura de vento).
Após o sucesso do A300, o passo seguinte da Airbus foi desenvolver o
A310. Designado inicialmente como A300B10, esse modelo encurtado do A300, para
rotas médias com menor capacidade, voou pela primeira vez em 1982, tinha novas
asas (com winglets chamados wingtip fences) e novo trem de pouso e
oferecia menores custos de operação. Da experiência acumulada no A300 e com a
aplicação da eletrônica, foi criada uma nova cabine de comando e painéis já com
os tubos de raios catódicos do sistema EFIS e os sistemas de navegação e
gerenciamento de voo ligados a um computador (FMC), consolidando o conceito de
FMS. A capacidade foi reduzida para 220 passageiros em duas classes.
Nem mesmo o surgimento da família de aeronaves Airbus A320, lançada em
1984, ameaçou abalar as vendas do Airbus A300. Após os modelos B2 e B4 a Airbus
começou a desenvolver o A300-600 (originalmente, Advanced A300B4), utilizando
muito da tecnologia do A310. O A300-600 utilizava materiais compostos em maior
escala, reduzindo o peso, a fuselagem recebeu uma extensão na parte central e o
cone traseiro ganhou um afilamento mais suave, permitindo acrescentar duas
filas de poltronas. Apresentava modificações nos flapes e profundores, os
sistemas hidráulicos, elétricos e de ar condicionado foram modernizados e os
motores utilizados passaram a ser os CF6-80 ou PW4000. A cabine de comando era glass cockpit com telas de tubos de
raios catódicos e ausência de engenheiro de voo. Seu primeiro voo ocorreu em
julho de 1983 e as entregas começaram em 1984.
O A300 foi o primeiro avião comercial a utilizar técnicas just-in-time na fabricação. Seções completas
fabricadas pelos parceiros do consórcio em toda a Europa eram transportadas
para a montagem final em Toulouse e entregues em datas de acordo com a
necessidade de produção. Para o transporte era utilizada uma frota de aviões
Super Guppy, modelo turboélice derivado do Boeing 377 Stratocruiser. O sucessor
do Super Guppy foi justamente a versão mais curiosa do A300, o A300-600ST
(Super Transporter), mais conhecido como Beluga, uma espécie de baleia. Este
modelo, surgido em 1994, foi projetado e construído pela SATIC (Special
Aircraft Transport International Company), subsidiária da Airbus. Ele tem a
fuselagem muito aumentada em diâmetro e sua parte superior abre para frente,
permitindo o embarque de peças de enormes dimensões. Os A300-600ST são empregados
pela Airbus para transportar grandes componentes entre as diversas fábricas
européias do grupo e são também fretados, através da subsidiária Airbus
Transport International (ATI) para levar outras cargas de grandes dimensões,
como satélites e helicópteros.
Hoje, passados 40 anos do primeiro voo do A300, a Airbus é uma empresa
privada que tem uma linha de doze produtos diferentes, abrangendo capacidades
de 110 a 555 lugares. A família A300/A310, inclusive a versão cargueira
A300-600F, muito usada pela FedEx, deixou de ser produzida há poucos anos e
foram vendidas 816 unidades dessa família, Estima-se que 300 deles ainda
estejam operando após 2025.
Em 1975, a Airbus fez uma projeção de mercado prevendo a venda de 1.380
birreatores widebody no mundo.
Somando-se as vendas dos A300/A310 e dos Boeing 767, verifica-se que esta
projeção foi largamente ultrapassada.
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“NOSSAS
PRINCIPAIS SEÇÕES”
DIRETAMENTE DOS NOSSOS
“ARCHIVOS”
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No mês passado publiquei minha entrevista com o MM
DR. MARLOS AUGUSTO MELEK, que deixou no início de setembro o CNJ para voltar a
atuar em Curitiba, sua terra natal.
Por
ocasião de sua despedida, ele recebeu inúmeras mensagens por e-mail
parabenizando-o pelo trabalho no Programa Espaço Livre – Aeroportos, algumas
das quais reproduzidas abaixo (não
citaremos os autores, pois aqui, o mais importante, são as mensagens!):
Com certeza a sua passagem pelo CNJ
foi muito positiva para a sociedade brasileira. O Brasil está carente de
pessoas honestas e que se dedicam à sociedade. Precisamos de
mais Ministras Eliana Calmon, precisamos de mais Juízes Melek.
Boa sorte nessa nova fase, meu
amigo. Sua missão foi cumprida com muito êxito no CNJ. O Brasil agradece!
Parabéns pelos dois anos em que
esteve no CNJ. Os prêmios que recebeu foram apenas a parte mais visível do que
o senhor fez pelo menos pela nossa aviação. Tomara que seu sucessor dê
andamento ao programa Espaço Livre - Aeroportos de modo digno!
O senhor mostrou que juízes podem desenrolar pendências, e não enrolá-las mais ainda, como às vezes parece para nós, cidadãos comuns!
O senhor mostrou que juízes podem desenrolar pendências, e não enrolá-las mais ainda, como às vezes parece para nós, cidadãos comuns!
Que pena perdê-lo nas cruzadas que
encetou, encerrando algumas com êxito, comemorados por todos. Muito obrigado,
caro amigo, e foi um privilégio conhecer o seu diferenciado trabalho e
colaboração para um Brasil melhor. A esteira que deixa é meritória e mostra
que, cada um de nós, sempre pode fazer melhor e ser melhor.
Foi uma honra ter a oportunidade de
trabalharmos juntos. Conhecer “gente que faz” sempre renova a esperança que
deixaremos um mundo melhor aos nossos herdeiros.
Saiba que seu trabalho no CNJ além
de meritório deixou um legado importante para o desenvolvimento da aviação
Brasileira. Motivo de admiração e sinal de capacidade de promover as mudanças tão
necessárias ao nosso pais. Desejo que seu novo desafio seja coroado de êxito, e
que continue trabalhando para engrandecer nossas instituições.
Caríssimo Dr. e Comte.
Marlos, todos temos, e você deve ter, a certeza que fez o seu melhor. Avançou
muito. Abriu novos caminhos. Combateu o bom combate e manteve firme nas
trincheiras. Deixou seu recado, demonstrou amor pelo que faz, atribuiu
responsabilidade ao Judiciário na condução dos rumos não apenas jurídicos, mas
econômicos e sociais do país. Demonstrou amor pela aviação e soube conduzir com
galhardia os trabalhos.
Caro Marlos, Paz! Todos nós
admiramos o seu trabalho. Foi realizado com competência, obstinação por
resultados e resultados concretos. Sempre com o fino trato. O trabalho
para se completar, para mim, será frutificado após inúmeras reencarnações. O
planeta, como se vê, ainda habitado por seres imperfeitos como nós. Uns
conseguiram avançar um pouco mais como você, porém outros, ainda se sentem
vinculados a práticas abomináveis, onde somente o tempo e exemplos como o seu
poderão melhorar o país e que farão com que surja um novo amanhã.
Com algum tempo de atraso por
motivo alheio à vontade pessoal, expresso minha admiração pela excelência de
seu trabalho na CNJ, sob a liderança da ministra Eliana Calmon, atestando que o
ato de “morrer e nascer para as coisas novas”, como na filosofia de Nietzsche,
significa plantar sementes de sonho e acreditar que vão nascer, ainda que se
tenha de regar com as próprias lágrimas para a ilusão não morrer!
Recebi
um versão impressa da prestação de contas do Programa Espaço Livre/Aeroportos,
com dedicatória do Dr. Marlos Melek, em agradecimento ao apoio em divulgar o
trabalho:
Para
quem quiser acessar o documento lembramos que o link abaixo tem a versão
digitalizada:
http://www.cnj.jus.br/images/programas/relatorios-anuais/espaco%20livre.pdf
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NOSSA NADA MODESTA COLEÇÃO DE PÉROLAS VOADORAS
A Pérola da imprensa não-especializada em 25 de julho de 2007 (TV 8)
“Congonhas ainda opera com a mesma Torre de Controle
construída para a inauguração, na década de 30 .”
Garanto que não. O aeroporto sofreu
uma gigantesca reforma na década de 1940 e outras, menores, nas décadas
seguintes. Portanto...
A Pérola da imprensa não-especializada em 25 de agosto de 2012 (TV 7)
“Três pessoas
morreram na queda de um avião em Mato Grosso do Sul. (...) Peritos da Infraero investigam as causas do
acidente”
A Infraero tem razão quando reclama e
tenta explicar que não é ela quem faz tudo dentro de um aeroporto e dentro da
aeronáutica. Tais peritos, por exemplo, geralmente são do Cenipa, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos,
Organização Militar do Comando da Aeronáutica. Vamos deixar a Infraero em paz,
pelo menos onde for necessário?
A Pérola da imprensa não-especializada em 19 de maio de 2012 (TV 5) e da imprensa não-especializada em 21 de maio de 2012 (TV 7)
“Veja o momento em que a fuselagem se solta!”
“(...) depois de perder parte da fuselagem depois de levantar voo.”
Trata-se do dia em que um passageiro
filmou a carenagem do motor 1 de um Airbus A320 da TAM que se
soltou durante a decolagem do avião de Natal .
Reparem que pelo menos duas emissoras
diferentes cometeram o mesmo erro.
Imaginem se o avião tivesse perdido a
FUSELAGEM!!!
Vejam
a diferença:
Segundo
o Wikipedia: “(...) carenagem designa a carcaça que cobre a estrutura de
veículos que se movem em meio fluido tanto no mar como em terra e no ar, como
lanchas, aerobarcos, automóveis, aeronaves e, inclusive, motocicletas”.
Segundo
o dicionário Houaiss: “Carenagem - termo aeronáutico. componente de uma
aeronave que tem a função de reduzir a resistência frontal ou aerodinâmica da
parte a que está afixado”.
Segundo
o mesmo dicionário: “Fuselagem - substantivo feminino: termo
aeronáutico. corpo principal da aeronave onde se fixam as asas”
Segundo o dicionário Michaelis: “Fuselagem - sf (fr fuselage) Corpo do avião, onde se acomodam
os tripulantes, os passageiros e a carga”.
Deu
pra entender agora???
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ESPECIAL
– FOTOS EXTERNAS E INTERNAS E EXCLUSIVAS DOS AVIÕES DA TRANSBRASIL EM BRASÍLIA
QUE
SERÃO LEILOADOS EM BREVE
São as primeiras
fotos autorizadas pelo Dr. Marlos Melek, ainda no CNJ, depois da lacração dos
aviões, ocorrida em 2006. Foram feitas em 21 de junho de 2012.
No dia em que
fui a Brasília, como combinado com o Meritíssimo, tinha uma funcionária da
Infraero (comunicação social) me esperando no aeroporto. Mas quando perguntei
que os aviões já haviam sido abertos antes, ela se mostrou surpresa, ainda mais
quando comentei que provavelmente eu seria a primeira pessoa a entrar para fazer
as fotos.
- Mas a senhora
não está autorizada a fazer as fotos internas, só as externas.
Falei que o juiz
havia sim me autorizado. Ela falou com a colega e elas confirmaram que para eu
fazer teria que vir um ofício etc, e que elas não receberam nada a respeito.
Bem, liguei para
o Meritíssimo e expliquei o que elas disseram. Ele me confirmou que eu estava
sim autorizada, mas não quis discutir com elas. Disse para eu ir até os aviões
com elas que ele, enquanto isso, ligaria para o presidente da Infraero.
Fui, fiz as
fotos externas aqui mostradas e, em menos de meia hora o pessoal da Infraero já
havia recebido a autorização e chegou a escada que me levaria para as portas
dos aviões.
A maioria das
fotos a seguir, TODAS de minha autoria, não foram publicadas antes nem mesmo em outras publicações onde
colaboro.
PT-TAA: que é o que está mais estragado, danificado, sujo, embolorado etc, infelizmente.
PT-TAB: bem estragado, embora menos que o irmão TAA.
PT-TAC: o último avião que foi retirado do hangar da Transbrasil é o melhor conservado e deverá ser leiloado inteirinho, escapando da tesoura hidráulica.
Eu me despedindo do PT-TAC .no qual eu havia voado duas vezes. A máscara ajudou a evitar um pouco do mofo, especialmente o dos outros dois Boeing.
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VEM
AÍ: RANKING DAS EMPRESAS AÉREAS QUE PIOR ATENDERAM A IMPRENSA EM 2012,
INCLUINDO ASSESSORIAS TERCEIRIZADAS E PRÓPRIAS.
VAMOS
RELACIONAR AS EMPRESAS QUE MAIS CRIARAM DIFICULDADES NA HORA DE DAR
INFORMAÇÕES, OU MESMO NEM AS PRESTARAM, OBRIGANDO A REPÓRTER QUE VOS ESCREVE (ENTRE
OUTROS PROFISSIONAIS DA ÁREA) A CORRER ATRÁS DE OUTRAS FONTES, ALGUMAS
NÃO-OFICIAIS.
AGUARDE!
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ATENÇÃO!
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neste Blog estão protegidos pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, a Lei de
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Veja o texto da Lei em:
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***Participe também de Caixa Preta enviando seus
comentários, elogios, críticas etc.***
Parabéns Solange, ótimo editorial.
ResponderExcluirCom relação as fotos, sempre que vou a Brasília sinto tristeza em rever os Boeings 767 da Transbrasil ao relento e abandonados. Não tenho conhecimento para falar se eles poderiam ter sido leiloados funcionando quando a Transbrasil foi a falência - mas com certeza a morosidade da nossa justiça impossibilitou que todos tivessem um fim, ao menos, mais digno.
Excelentes fotos Solange. Só da uma tristeza dever tudo isso jogaod, abandonado, apodrecendo. Qtas historias esses aviões levaram heim? E agora ai, esquecidos.
ResponderExcluirUnkown, nem te conto as histórias que vivi com o PT-TAC...
ResponderExcluirAbraços a todos vocês
Parabéns pelo excelente editorial, Solange. Como é triste ver essas aeronaves terem um fim tão deprimente. Infelizmente, é assim a aviação em nosso país..
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ResponderExcluirObrigada, Thiago. Continue sempre nos visitando aqui. Sempre com a esperança de que nossa aviação um dia volte aos tempos de glória... Abraços!
ExcluirOlá Solange,
ResponderExcluirParabéns pelas fotos e lamento o que ocorreu com a TBA e com esses aviões!
Também lamento!!! :(
ResponderExcluirNossa parabéns pela matéria e fotos, muito triste ver o estado destes aviões.
ResponderExcluirFico extremamente 'triste' ao ver estas aeronaves, Transbrasil, Vasp, etc... Tenho a impressão ao vê-las de que estão 'pedindo' ajuda, uma companhia para não ficarem sozinhas... Uma pena, triste!
ResponderExcluirPois é, Jorge... Saiba que quando vi o PP-SMG da Vasp começar a ser picotado em Congonhas, eu chorei...
ExcluirAbraços
Olá, boa tarde! Primeiramente meus parabéns pelas fotos! Me lembro como se fosse hoje o dia que recebi em Congonhas um dos trez 767. Nesta época trabalhava no Hangar da Tranbrasil, foi quando o Gigante estacionou ao lado do Hangar.
ResponderExcluirSinto muitas saudades desta época, época de ouro da aviacao. Trabalhei na VASP e na TRANSBRASIL!!! Saudades!!!
Olá, Almeida
ExcluirGrata pelos comentários. Sentimos saudades juntos!
Grande abraço
Parabéns pela matéria... Até hoje lamento a extinção das grandiosas TRANSBRASIL e VASP... Viajei muito na minha infância, principalmente pela TRANSBRASIL, e eram tempos aureos da aviação brasileira... As refeições servidas a bordo eram excelente e o atendimento das comissárias eram top... Bem contrário de hoje...
ResponderExcluirConcordo plenamente com você! Abração
ExcluirOlá Solange! Parabéns pelas fotos, realmente magníficas, gostaria de lhe fazer umas perguntas a respeito de como conseguiu autorização para entrar nessas máquinas! Eu desejo tentar fazer o mesmo, mas aqui em Goiânia, pois estudo ciências aeronáuticas e é de interesse para futuros trabalhos na área, se possível me mande uma resposta para "guigagyn@hotmail.com", explicando mais ou menos o que devo fazer, rsrs.. Desde já, parabenizo-a pelas fotos, realmente incríveis (porém tristes :/), e agradeço pela atenção..
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ResponderExcluirParabéns pelas fotos . Realmente otimas. Estou surpreso que apesar de tantos anos estas aeronaves por dentro ainda estão intocadas . O triste vais ser ver eles literalmente desmancha-los como sempre sem nenhum conhecimento ou preparo . Veja só é só minha opinião. Aero-intusiastas de todo Brasil ficariam felizes se puderem de arrematar instrumentos da cabine de comando , poltronas , trolers , manuais da aeronave etc.....é uma pena mas ja vi exemplos do que esta ocorrendo com estas aeronaves abandonadas aos 4 ventos. Virarem uma pilha de sucata por puro descaso . Só para beneficiar uma questão de logística . Mais espaço no aeroporto por favor ou mais vagas de estacionamento .Quando como comentei anteriormente um leilão bem organisado iria beneficiar e muito colecionadores , e pessoas facinadas por obter uma peça ainda que pequena para guardar com muito carinho um resquício de uma história que o tempo ainda não deu fim.
ResponderExcluirPois é, zagorthenay, por PREGUIÇA, DESCONHECIMENTO, PRESSA e DESCASO os administradores judiciais das duas empresas mandaram literalmente pro LIXO objetos colecionáveis. Quem tem sorte, compra depois dos sucateiros.
ResponderExcluirAbraços
muita tristesza em ver isto
ResponderExcluirTirei as fotos para postar no facebook mas com os créditos do blog. Coloquei o link do blog no álbum. Quem ama aviação não admite ter que ver essa situação. Simplesmente horrível.
ResponderExcluirKiko, a situação piorou, como eu soube... Abraços e obrigada por manter os créditos!
ResponderExcluirOLá gostaria de saber como você teve autorização para entrar nos aviões porque participo de uma equipe de airsoft e gostaríamos de fazer uma missão lá lógico sem quebrar nada e sim conserva
ResponderExcluirOlá, eu tive autorização como jornalista, para fazer essa reportagem em 2012, mas os aviões não estão mais no aeroporto.
ResponderExcluirAbraços
não foi citado
ResponderExcluirBoeing 767-3P6ER - Transbrasil (PT-TAM) - 1997
Boeing 767 Transbrasil (PT-TAM) no Aeroporto de Porto Alegre (POA). Hoje está voando pela Mexicana como XA-MXC - Em primeiro plano um 737-300 da Varig com pintura antiga