domingo, 30 de dezembro de 2018

SPEECH

O ano de 2018 está chegando ao fim e até pensei em fazer uma retrospectiva aeronáutica do ano que passou... mas desisti! Pois, melhor do que rever o passado, é pensar no futuro!


Para pensar no futuro, é claro, devemos olhar para o passado. Mas não deixar de analisar também o presente, que é o que podemos modificar e até consertar, se necessário.

Se olharmos para os acidentes ocorridos no Brasil e no Mundo em 2018 devemos nos lembrar que, a cada um deles, a segurança aérea cresce ainda mais se, hoje, mostrarmos que aprendemos as lições, utilizando de práticas mais corretas, mais rígidas, mais cuidadosas nas operações de voo.Como os investigadores de acidentes aeronáuticos sempre lembram em suas palestras, chegar a 0% acidentes é praticamente impossível, mas, ainda assim, deve ser sempre nossa meta. A cada acidente que deixa de acontecer, o lucro e as vantagens para todos é enorme.

A Embraer esteve e ainda está em evidência. Lembro que, quando eu era criança, embora ela já existisse, não se comparava a quando enchíamos nosso peito para falar de um "Boeing", depois também de um "Airbus" na hora de viajar ou fotografar em aeroportos. Como se a Embraer fosse mesmo uma pequena fábrica de aviões pequenos e sem importância. Mas essa "pequena" fábrica escondia um gigante
tecnológico, e a prova maior é justamente o interesse da Boeing na Embraer. A Boeing trabalha há anos com a Embraer, portanto, a conhece muito bem. Sem essa de chorar a "venda" da Embraer para a Boeing: eu acredito plenamente na manutenção da identidade da Embraer na empresa que restar (aparentemente, apenas a de aviões executivos e a militar) e a manutenção do DNA Embraer na nova joint venture para a  aviação comercial. E, diante da compra da divisão de aviação comercial da Bombardier pela Airbus, era o que restava à fabricante brasileira: casar-se, para não desaparecer diante de uma futura concorrência feroz. Que, esta sim, poderia esmagar os empregos que os sindicatos dizem querer preservar, ao tentar, de todas as formas, impedir o enlace. Nosso presente deve ser apoiar – não incondicionalmente, é claro, mas sempre vigilantes – esse negócio.

Enquanto isso, nossas principais empresas aéreas seguem a tendência internacional e mundial de cobrar, ou tentar cobrar, por tudo, de malas despachadas até lugar na janelinha. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra: isso tudo já é prática em dezenas de empresas aéreas em todos os cantos do planeta. O que deve ser preocupante e deixar os passageiros atentos é quanto às quebras de contrato, ao desrespeito ao consumidor e à queda de qualidade do serviço. Se as malas agora são cobradas, que sejam devolvidas, ao final da viagem, intactas, com toda segurança e sem demora excessiva. Pior do que pagar pelo despacho da mala é vê-la restituída danificada, ela ou os objetos dentro dela, o que revoltou até o Dave Carroll da trilogia United Breakes Guitars. Portanto, consumidores, nessa e noutras questões envolvendo a viagem, vão à luta e exijam (mesmo!) seus direitos!

Falando nas companhias, infelizmente elas perdem cada vez mais seu carisma, distanciando-se da emoção que voar de Varig, de Vasp e de Transbrasil proporcionavam, décadas atrás. Não há muito o que se fazer quanto a isso, se o mundo hoje está muito mais capitalista, menos romântico e a concorrência é árdua. Pior é a falta de locais decentes e de apoio irrestrito às famílias que querem apenas, num domingo de sol, ver avião subir e descer. Não é nada irreal que o desestímulo às novas gerações quanto à aviação tenha como consequência a falta de profissionais (engenheiros de voo, pilotos, comissários etc) no futuro. E que tal as companhias aéreas fazerem a parte delas pelo menos tirando as mordaças que calam seus aeronautas e aproximando do público infantil esses profissionais que (ainda) reinam nos sonhos de nossas crianças?
Vamos, portanto, modificar nosso presente visando um futuro que não seja constituído apenas por números: números de embarques e desembarques em nossos aeroportos, movimento de passageiros e cargas etc. Para que nosso futuro também tenha cara e coração definidos.

Feliz 2019 voando e fazendo voar, também!!! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário