sábado, 8 de julho de 2017

Ephemérides

NOVA SESSÃO:
"EPHEMÉRIDES": O QUE ACONTECEU, E COMO ACONTECEU.

9 DE JULHO DE 1997


(por Solange Galante; Foto: reprodução)


Era dia 9 de julho, feriado estadual, uma quarta-feira.
Apesar do denso nevoeiro, subi até o topo do prédio onde eu residia, no bairro do Campo Belo, em São Paulo. Como meu pai era zelador do prédio, eu tinha esse privilégio... Lá, eu costumava tomar sol... ou simplesmente, ver o Aeroporto de Congonhas que, em linha reta, ficava a apenas 1 km de distância.

Chegando lá ao topo, apenas as antenas coletivas e para-raios acima de mim, constatei que não daria mesmo para ver o aeroporto. Mas tive a esperança de que o teto abrisse logo, para eu poder fotografar as aeronaves sobre a pista, como eu costumava fazer com o auxílio de uma lente de 300 mm.

Impossibilitada de ver o aeroporto, eu, pelo menos, podia ouvir o aeroporto: um rádio scanner VHF me permitia ouvir as frequencias aeronáuticas, e minha opção, naquela manhã, foi ouvir a Torre São Paulo.

Foi então que, em dado instante, flagrei o controlador de voo pedindo para um avião aguardar um pouco mais na pista antes de iniciar a decolagem  porque um carro do corpo de bombeiros do aeroporto iria cruzar a pista.

Fiquei encafifada: "Se tem bombeiros, será que tem alguma emergência no aeroporto?"

Foi tudo o que ouvi, mas, descendo logo de volta para casa porque a visibilidade ainda me impedia de ver o aeroporto, lá embaixo minha mãe me disse quer ouvira no rádio que havia acontecido alguma coisa com um avião da TAM.

Foi o pontapé inicial para eu saber de mais coisas pela TV e rádio, a partir de então.

O que havia acontecido?

Naquela manhã de julho de 1997 um Fokker 100 da TAM havia sofrido uma explosão, supostamente causada por bomba em seu interior. E pousara em Congonhas com um enorme buraco na fuselagem. Uma vítima fatal:um passageiro que havia sido ejetado para fora do avião, e outros, feridos.
Nos dias que se seguiram ao acontecimento a enxurrada de reportagens a respeito em todas as  mídias foi grande. Até que se começou a achar um culpado, o Professor Leonardo de Castro, também ferido levemente no sinistro do avião e, dias depois, estranhamente atropelado por um ônibus em uma avenida muito importante de São Paulo.
Depoimentos de passageiros e tripulantes, perícias na aeronave, investigação do passado de algumas vítimas, inclusive a fatal e, finalmente, relacionou-se todas as evidências que apontavam para o culpado Leonardo de Castro, que convalescia dos ferimentos causados pelo ônibus que o atropelou.
Alguns anos depois, ainda sem condições de falar ou andar direito, Leonardo, amparado por um habeas corpus que não chegou a ser usado, passou a viver em Divinópolis (MG) com parentes .e o processo foi engavetado devido às condições físicas do réu.
Quanto ao avião, o PT-WHK, foi restaurado pela TAM em São Paulo mesmo, voltou a voar e, ao deixar a TAM, passou por outras empresas aéreas e hoje voa na Europa.


E hoje, exatamente 20 anos depois, o caso parece ter sido apagado da memória da população brasileira, que acompanhara as investigações com tanto interesse.



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Um comentário:

  1. Depois, viajei no "HK" e tive a sorte de conseguir um assento bem próximo do local do sinistro.
    A comissária passou e ouviu o meu comentário com um colega que viajava junto e disse:
    "Ficou bom a lanternagem não é ? rsrrsrsrsr".

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